Mortes Coletivas
Vamos encontrar na valorosa obra mediúnica do extraordinário médium Chico Xavier, mais precisamente no Livro Chico Xavier pede Licença, no capítulo 19, intitulado “Desencarnações Coletivas”, as sábias explicações para o fenômeno das mortes coletivas, quando o benfeitor Emmanuel, responde pergunta endereçada a ele por algumas dezenas de pessoas em reunião pública realizada na noite de 22/08/1972, em Uberaba, MG, que transcrevemos na íntegra conforme abaixo:
Sendo Deus a Bondade Infinita, porque permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios?
“Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliada à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.
Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.
É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.
Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.
Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as conseqüências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança. É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.
Lamentemos sem desespero quantos se fizeram vítimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontam são igualmente nossos.
Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor”.
No Livro O Consolador, de Emmanuel através da abençoada psicografia de Chico Xavier, encontramos a seguinte pergunta e respectiva resposta que abaixo transcrevemos:
Pergunta 250: Como se processa a provação coletiva?
“Na provação coletiva verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro.
O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas da dívida do pretérito para os resgates em comum, razão porque, muitas vezes, intitulais “doloroso caso” às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais”.
No Livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, por Divaldo Pereira Franco, no capítulo intitulado “Flagelos e Males”, encontramos a seguinte explicação para esse tipo de acontecimento que entristece toda humanidade: “O abuso das paixões, e não o uso correto que leva aos ideais do amor e ao arrebatamento pelas causas nobres, é o agente dos flagelos e males que se voltam contra o próprio homem e o infelicitam”.
Diante de tantos esclarecimentos não podemos ter mais quaisquer dúvidas de que a justiça divina exerce sua ação exatamente com aqueles que desequilibram a harmonia da Lei de Amor e Caridade e por isso mesmo se defrontam inexoravelmente mais cedo ao mais tarde com a Lei de Causa e efeito, ou se preferirem com a máxima proferida pela doutrina cristã quando nos assevera: “A semeadura é livre mas, a colheita é obrigatória”.
Passamos, agora, fundamentados pelos ensinamentos hauridos nesta abençoada doutrina a analisar alguns dos efeitos dessa Lei maior, utilizando o recurso da morte coletiva conforme segue:
Na TRAGÉDIA DO CIRCO ocorrida em Niterói
Estiveram envolvidos naquele episódio, ocorrido no circo em Niterói, os mesmos personagens que no ano de 177 de nossa era, queimaram cerca de mil crianças e mulheres cristãs numa arena de um circo na Gália, região da França.
E, para o devido reajuste com a Lei de Causa e efeito foram convocados ao devido resgate acontecido naquele inesquecível dia 17 de dezembro de 1961, em comovedora tragédia acontecida no circo em Niterói, onde a justiça da Lei Divina, através da reencarnação, reuniu os responsáveis em diversas situações e graus de comprometimento no desatino ocorrido no pretérito, para a dolorosa expiação de seus atos selvagens praticados contra os cristãos indefesos sem dó nem piedade, sob os auspício da fúria sanguinolenta dos Imperadores da Roma Antiga.
Nos casos de ACIDENTES DE AVIÃO
No Livro Ação e Reação, capítulo 18, intitulado “Resgates Coletivos”, do espírito André Luiz, através da psicografia de Chico Xavier, nos traz as explicações do orientador Druso sobre as vítimas de um acidente ocorrido com um avião provocando várias mortes: “Imaginemos que fossem analisar as origens da provação a que se acolheram os acidentados de hoje....
Surpreenderiam, decerto, delinqüentes que, em outras épocas, atiraram irmãos indefesos do cimo de torres altíssimas, para que seus corpos se espatifassem no chão; companheiros que, em outro tempo, cometeram hediondos crimes sobre o dorso do mar, pondo a pique existências preciosas, ou suicidas que se despenharam de arrojados edifícios ou de picos agrestes, em supremo atestado de rebeldia, perante a Lei, os quais, por enquanto, somente encontram recurso em tão angustioso episódio para transformarem a própria situação”.
Nos casos de mortes causadas por TERREMOTOS
Sabemos que a justiça está concedendo a oportunidade para que os antigos guerreiros covardes e desumanos do passado que destruíram cidades, arrasaram lares, matando mulheres e crianças e velhos, sob os escombros de suas casas, fazendo milhares de vítimas, ao reencarnarem em novos corpos, atraídos por uma força magnética provocadas pelos crimes praticados coletivamente, se reúnem em determinadas circunstâncias, e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o mal na mesma proporção do que impuseram às suas vítimas indefesas de ontem.
Nas OUTRAS VÁRIAS SITUAÇÕES
Conforme nos esclareceu Emmanuel na mensagem acima transcrita, solicitamos nossa redenção perante a justiça divina, ao compreendermos o quanto fomos danosos para a sociedade em que nos comprometemos, e o Pai por infinita bondade nos dá a suprema oportunidade de nos quitarmos perante nossa própria consciência que abriga todas as suas soberanas Leis, para que conquistemos por nossos próprios atos a libertação do grilhão que nos prendem aos abismos das trevas, com objetivo de buscarmos reparar nossos delitos e irresponsabilidades contraídas no passado, para então procedermos em direção a nossa essência espiritual que é fonte de amor e harmonia.
Finalizando, este nosso modesto estudo, sobre tão grave assunto deste instante doloroso, vivido por inúmeras famílias que perderam seus entes queridos de forma tão trágica, alertamos para o cuidado que devemos ter com a nossa semeadura presente que serão decisivas para o nosso porvir, visto que não temos como alterar as nossas ações efetuadas no passado distante, mas podemos se quisermos modificar para melhor o nosso destino futuro, levando em consideração que: “só os atos definem o verdadeiro cristão”, pois o reino de Deus não se conquista com aparências exteriores, e devemos sempre ter em mente que: “o universo é o lar de uma só família, onde Deus é por todos, e cada criatura por seus irmãos”.
Que a presença de Jesus nos mantenha os corações alegres e unidos hoje e sempre.
LIVRO DOS ESPÍRITOS
Lei de Destruíção
Flagelos destruidores
Pergunta: 737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.” (744)
Pergunta: 738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza.”
a) - Mas, nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será
justo isso?
“Durante a vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real (85). Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a Sua solicitude. Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles.”
b) - Mas, nem por isso as vítimas desses flagelos deixam de o ser.
“Se considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao infinito, menos importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.”
Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo.
Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no destino do mundo.
Pergunta: 739. Têm os flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista físico, não obstante os males que ocasionam?
“Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma região. Mas, o bem que deles resulta só as gerações vindouras o experimentam.”
Pergunta: 740. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem-no a braços com as mais aflitivas necessidades?
“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”
Pergunta: 741. Dado é ao homem conjurar os flagelos que o afligem?
“Em parte, é; não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo recebe, mais ou menos, o contragolpe. A esses nada pode o homem opor, a não ser sua submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência.”
Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas por terríveis flagelos, não estão hoje preservadas deles? Que não fará, portanto, o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando aos cuidados da sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes? (707)
No Livro Obras Póstumas, Segunda Parte, pág. 215, no Capítulo intitulado: Questões e problemas - As expiações coletivas, o espírito Clélie DUPLANTIER, assim nos esclarece em um dos trechos de sua mensagem sobre o tema:
“Salvo exceção, pode-se admitir como regra geral que todos aqueles que têm uma tarefa comum reunidos numa existência, já viveram juntos para trabalharem pelo mesmo resultado, e se acharão reunidos ainda no futuro, até que tenham alcançado o objetivo, quer dizer, expiado o passado, ou cumprido a missão aceita.
Graças ao Espiritismo, compreendeis agora a justiça das provas que não resultam de atos da vida presente, porque já vos foi dito que é a quitação de dívidas do passado; por que não ocorreria o mesmo com as provas coletivas? Dissestes que as infelicidades gerais atingem o inocente como o culpado; mas sabeis que o inocente de hoje pode ter sido o culpado de ontem? Que tenha sido atingido individualmente ou coletivamente, é que o mereceu. E, depois, como dissemos, há faltas do indivíduo e do cidadão; a expiação de umas não livra da expiação das outras, porque é necessário que toda dívida seja paga até o último centavo. As virtudes da vida privada não são as da vida pública; um, que é excelente cidadão, pode ser muito mau pai de família, e outro, que é bom pai de família, probo e honesto em seus negócios, pode ser um mau cidadão, ter soprado o fogo da discórdia, oprimido o fraco, manchado as mãos em crimes de lesa-sociedade. São essas faltas coletivas que são expiadas coletivamente pelos indivíduos que para elas concorreram, os quais se reencontram para sofrerem juntos a pena de talião, ou ter a ocasião de repararem o mal que fizeram, provando o seu devotamento à coisa pública, socorrendo e assistindo aqueles que outrora maltrataram. O que é incompreensível, inconciliável com a justiça de Deus, sem a preexistência da alma, se torna claro e lógico pelo conhecimento dessa lei.
A solidariedade, que é o verdadeiro laço social, não está, pois, só para o presente; ela se estende no passado e no futuro, uma vez que as mesmas individualidades se encontraram, se reencontram e se encontrarão para subirem juntas a escala do progresso, prestando-se concurso mútuo. Eis o que o Espiritismo faz compreender pela equitativa lei da reencarnação e a continuidade das relações entre os mesmos seres”.
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