23 dezembro 2007

Feliz Natal!!

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Amigos ,

Então é Natal.
Tempo de retrospectiva...

Foram tantas as correrias, os compromissos, os afazeres durante todo o ano, que não sabemos como damos conta...

Ainda bem que aos sábados parávamos um pouco para relaxar, aprender, sorrir, chorar, acolher, brincar, meditar, abraçar...

É..., tudo isso tinha hora marcada... hora do GEAL...

Agora que estamos de “recesso” sinto que está faltando algo...

Faltam os questionamentos de Roberto, a emoção de Cida, o carinho de Simone, as ponderações de Sérgio, a tranqüilidade de Laísa, as oportunas citações de Fábio, a garra de Bete, a timidez de Rafael, as colocações de Jú, o olhar doce de Marcinha, a energia de Mira, as observações de Diana, a experiência de Nertan, a terapia do abraço de Flávio, a voz meiga de Leilane e os ensinamentos do nosso amigo André Luiz.

Então é Natal.
Tempo de refletir...

O dia do nascimento de Jesus... É verdade que nessa época compramos muitos presentes, desejamos os melhores votos, perdoamos as faltas, fazemos mais caridades... enfim, o sentimento de amor, compreensão e solidariedade tomam os nossos corações.

Muitas pessoas falam que esquecemos de Jesus neste dia... eu também achava até há poucos instantes... quando me veio a reflexão: é claro que realmente não podemos deixar de lembrar do nosso Mestre Maior neste dia iluminado (aliás, todos os dias), porém não foi ele quem disse que o que fazemos aos outros é a Ele que estamos fazendo?

Pois então, vale a pena essa correria toda para comprar presentes, preparar a ceia de Natal e tudo mais, mesmo para aqueles que só tem condições de dizer um “Feliz Natal”. Se tudo isso estiver motivado pela intenção e desejo de fazer o outro feliz, de lembrar do outro com amor, Ele compartilhará de cada sorriso, de cada lágrima emocionada, de cada gratidão, de cada abraço... é a Ele que estamos fazendo.

Portanto, a cada pessoa que presentearmos, para cada pessoa que possamos dizer uma palavra amiga, a cada pessoa que abracemos neste Natal, a cada pessoa que perdoarmos, lembremos da figura de Jesus sorrindo e feliz, porque Ele, com certeza, estará próximo de nós, nos abençoando com Seu Amor Infinito.

Que a força da fé esteja sempre em seu coração

FELIZ NATAL !!!
Muita Paz!
Cássia

Olá Amigos!

2007 com certeza foi um ano de grandes aprendizados para todos nós, não só pelo estudo das obras de André Luiz, que como um irmão mais velho , e um Amigo, continua nos orientando e nos guiando pelos caminhos do nosso dia-a-dia; mas pelas lições que recebemos da vida, seja como grupo, ou como indivíduos.

Encontramos novos amigos, nos despedimos de outros e assim seguimos.

Estamos melhores? Aprendemos algo? Mudamos velhos conceitos? Fortalecemos outros? Crescemos? Tomara que sim!

2008 será um ano de desafios para nosso grupo, mas também será um ano em que nossa amizade se fortalecerá ainda mais, será um ano em que a energia gerada a cada sábado tomará conta de nossas vidas e de nossos corações.

Estejamos prontos para acolher os que vão chegar, os que vão voltar e principalmente, estejamos pronto para nos acolher.

Que tenhamos um 2008 inesquescível em direção ao crescimento, às verdadeiras alegrias, a superação e ao amor a vida!!

Um beijo infinitamente grande a todos vocês!

E MUITO OBRIGADO por fazerem parte da minha vida!!
Tenham um Feliz Natal e um maravilhoso 2008!
Laísa





"Ama o próximo como a ti mesmo", diz a norma de ouro.
Nada de endeusar-nos, nem aparentar valor que não temos, mas respeitar-nos, garantindo ao nosso espírito o dom de aprender, servir e melhorar-nos com
tranquilidade de consciência"



(Sol nas Almas - André Luiz)


RENOVA-TE TAMBÉM


Neste Natal, por algum momento, pacifica a tua alma para receber as vibrações de amor que te falam de um tempo excepcionalmente afortunado à Humanidade...

...Distante de formalidades e comemorações exteriores, medita no significado real desta data e começa a trabalhar na renovação da forma que te é própria de saudar o Natal.

...Esquece, por momentos, acepipes e licores, vestes e presentes, sons e ornamentos, e interiorizando-te, deixa que uma luz maior te banhe o entendimento te levando para um lugar à parte, distante de todas frivolidades, para falar de alegrias que realmente importam ao teu progresso espiritual.

...Como te encontras, desde o último Natal?

...Olhando em torno sentirás tristeza, por certo, porque o mundo prossegue envolto em sombras, malgrado todas as esperanças de um tempo mais íntegro, melhor.

...Isso porque não bastam súplicas e desejos; necessário é trabalhar na edificação da paz almejada.

...Renova, por esta razão, teu modo de apresentar-se à grande festa da Luz.

...Envolve-te ricamente, porém nas vestes do amor e do bem; alimenta-te fartamente, mas de bom ânimo e coragem; bebe em abundância apenas do licor da alegria e da esperança; presenteia sem erro paz e harmonia ao teu próximo e roga para ti os mimos imorredouros do aperfeiçoamento, como lembrança preciosa e definitiva.

...Paciência - para as dificuldades.

...Tolerância - para as diferenças.

...Benevolência - para os equívocos.

...Misericórdia - para os erros.

...Perdão - para as ofensas.

...Prudência - para as ilusões.

...Equilíbrio - para os desejos.

...Sensatez - para as escolhas.

...Sensibilidade - para os olhos.

...Delicadeza - para as palavras.

...Discernimento - para os ouvidos.

...Resignação - para a escassez.

...Responsabilidade - para a fartura. ...Coragem - para as provas.

...Fé para as conquistas.

...Amor - para todas as ocasiões.


...Somente assim viveremos de Natal a Natal conforme a orientação cristã do Espiritismo, que nos recomenda raciocinar para compreender, amar para engrandecer e trabalhar para realizar.


(Mensagem ditada por André Luiz em reunião do Instituto André Luiz, em 22/12/2002.)

15 dezembro 2007

Encontro de Trabalhadores 2007

Centro Espírita Casa de Redenção
Joanna de Ângelis
09/12/2007

Se quiser copiar alguma foto, clique aqui
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No último dia 09/12/2007 aconteceu o encontro anual de trabalhadores do Centro Espírita Casa de Redenção Joanna de Angelis.

O encontro contou com a presença de mais de 100 trabalhadores das diversas atividades do Joanna. Rimos, choramos, nos abraçamos, nos aproximamos, conhecemos novas pessoas e acima de tudo vivemos momentos de muita felicidade.

A paz, as rosas, as medalhas, as mandalas, os sorrisos e a energia daquele encontro permanecem em nossos corações para que possamos utilizá-los sempre que precisarmos.

Quem esteve lá com certeza saiu renovado e com as baterias recarregadas para mais um ano de trabalho e estudos.
As imagens deste maravilhoso encontro foram registradas por nossa amiga Márcia.
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Amizade

por JOANNA DE ÂNGELIS

O homem é um ser gregário por natureza.
Ele sente necessidade de convívio e contato com os semelhantes.
Justamente por isso, estabelece vínculos ao longo de sua vida.
Muitos desses vínculos são praticamente automáticos, como os que decorrem da estrutura familiar.
Contudo, algumas ligações originam-se apenas de afinidade e simpatia.
A amizade é uma forma de afeto muito peculiar.
Habitualmente, afirma-se que os amigos são a família que se escolheu.
A nobreza da amizade foi revelada pelo próprio cristo.
Em determinada passagem do evangelho, o mestre afirmou que não mais chamava os apóstolos de servos.
Chamava-os de amigos, pois lhes havia dado a conhecer o que ouvira do pai.
Jesus ofertara aos Seus discípulos o que de melhor possuía: A luz de Seus ensinamentos e o calor de Seu afeto.
Isso é o que caracteriza a amizade: A partilha do melhor de nosso ser.
A amizade não envolve posse, exclusivismos ou busca de vantagens.
Nada obriga a manutenção dos laços de amizade. É a expressão mais fraterna dos sentimentos.
Procura-se estar próximo ao semelhante apenas pelo prazer de sua companhia.
Por ser tão precioso, esse vínculo deve ser bem cuidado.
Conquistar amigos pode ser mais fácil do que preservá-los.
Na aquisição de afetos, o carisma pessoal auxilia bastante. Mas a manutenção do vínculo exige dedicação. É necessário dispor-se a gastar algum tempo no cultivo do afeto que se granjeou. Entretanto, o comportamento nobre e leal também se faz imprescindível.
A manutenção dos amigos pouco tem a ver com lições de etiqueta ou boas maneiras.
Tais recursos muitas vezes apenas escondem o real caráter de quem aparenta afabilidade. Relevante mesmo é burilar o próprio modo de ser, desenvolvendo nobreza e cordialidade.
Considerando essa realidade, há inúmeras atitudes que se devem evitar no trato com os amigos.
A agressividade, em palavras ou gestos, surpreende negativamente nossos afetos.
A negligência, consistente em dar pouca importância à presença e à palavra dos companheiros, faz com que não mais nos procurem.
A irritação contínua torna nossa companhia enfadonha.
A lamentação constante também converte nossa presença em um fardo pesado.
É preciso considerar que os outros também têm problemas.
Importa, pois, cultivar a jovialidade.
Ocultar as próprias dores, para não afligir inutilmente os semelhantes, é uma forma de caridade. Assim, reflita sobre a importância dos amigos em sua vida.
Pense como eles lhe trazem alegria e tornam seu viver mais leve.
Lembre-se do exemplo do Cristo, que deu o melhor de si aos companheiros que escolheu.
Não gaste os preciosos momentos que passa com seus amigos em futilidades, reclamações ou baixezas.
Dê-lhes o seu melhor.
Torne sua companhia uma fonte de equilíbrio, alegria e bem-estar.
Mostre-se confiável e disposto, quando necessitarem de você.
Ame-os, com pureza e desinteressadamente.
Afinal, amigos leais e calorosos são um dos maiores tesouros que se pode conquistar.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo VII do livro “Leis morais da vida”, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.



R E N A S C E R Á

Gabriel Musse

DEIXA FALAR A VOZ QUE VEM DO CORAÇÃO,

ESTENDE A MÃO, DÁ UM SORRISO.

DEIXA SAIR O AMIGO QUE EXISTE AÍ, BEM DENTRO DE TI.

DEIXA O AMOR CRESCER,

VOCÊ VAI PERCEBER,

QUE O MUNDO BEM MELHOR SERÁ.

PROCURE NISTO CRER,

CONFIE EM SEU PODER.

SER É MUITO MAIS QUE TER.

RENASCERÁ AQUELE QUE ACREDITAR NO AMOR.

POIS ESTE AMOR O GUIARÁ.

RENASCERÁ AQUELE QUE QUISER VIVER NO AMOR

POIS ESTE AMOR SUSTENTARÁ.

QUANDO TE SENTIRES SOZINHO,

LEMBRA QUE ALGUÉM VELA POR TI

QUANDO NÃO HOUVER MAIS ALEGRIA

LEMBRA QUE UM DIA BEM MELHOR IRÁ CHEGAR

VOCÊ VAI VER, QUE O PODER DO AMOR APAGA A DOR

E O QUE ACONTECER,

SEMPRE TERÁ UM PORQUÊ DE SER.

RENASCERÁ, RENASCERÁ.

RENASCERÁ AQUELE QUE ACREDITAR NO AMOR,

POIS ESTE AMOR O GUIARÁ.

RENASCERÁ AQUELE QUE QUISER VIVER NO AMOR

POIS ESTE AMOR SUSTENTARÁ


01 dezembro 2007

Resumo "Missionários da Luz"

MISSIONÁRIOS DA LUZ
.

ALEXANDRE - Desejando aprimorar-se quanto à mediunidade, recebe André Luiz o convite do bondoso mentor Alexandre para acompanhá-lo ao seu núcleo, em momento oportuno.Alimentando indisfarçável curiosidade, e surgida a oportunidade, André vale-se da prestigiosa influência para ingressar no espaçoso e velho salão, onde Alexandre desempenha atribuições na chefia.

O PSICÓGRAFO - Conta André: "Entrei cauteloso, sem despertar atenção na assembléia que ouvia, emocionadamente, a palavra generosa e edificante do operoso instrutor da casa.Grande número de cooperadores velavam, atentos. E, enquanto o devotado mentor falava com o coração nas palavras, os dezoito companheiros encarnados demoravam-se em rigorosa concentração do pensamento, elevado a objetivos altos e puros. Era belo sentir-lhes a vibração particular. Cada qual emitia raios luminosos, muito diferentes entre si, na intensidade e na cor. Esses raios confundiam-se à distância aproximada de sessenta centímetros dos corpos físicos e estabeleciam uma corrente de força, bastante diversa das energias de nossa esfera. Essa corrente não se limitava ao círculo movimentado. Em certo ponto, despejava elementos vitais, à maneira de fonte miraculosa, com origem nos corações e nos cérebros humanos que aí se reuniam. As energias dos encarnados casavam-se aos fluidos vigorosos dos trabalhadores de nosso plano de ação, congregados em vasto número, formando precioso armazém de benefícios para os infelizes, extremamente apegados ainda às sensações fisiológicas.Semelhantes forças mentais não são ilusórias, como pode parecer ao raciocínio terrestre, menos esclarecido quanto às reservas infinitas de possibilidades além da matéria mais grosseira."Solicitado por Alexandre junto aos serviços mediúnicos, André fica inteirado da complexidade de uma comunicação. O mentor designa um grupo de seis entidades, candidatas ao intercâmbio, porém salienta que apenas um médium, em condições perfeitas, se encontra presente à reunião.Objeta André Luiz: "Julguei que o médium fosse a máquina, acima de tudo.""A máquina também gasta - observa o instrutor - e estamos diante de maquinismo demasiadamente delicado."

A EPÍFISE - Conta André: Enquanto o nosso companheiro se aproveitava da organização mediúnica, vali-me das forças magnéticas que o Instrutor me fornecera, para fixar a máxima atenção no médium. Quanto mais lhe notava as singularidades do cérebro, mais admirava a luz crescente que a epífise deixava perceber.
Examinei atentamente os demais encarnados. Em todos eles, a glândula apresentava notas de luminosidade, mas em nenhum brilhava como no intermediário em serviço.Sobre o núcleo, semelhante agora a flor resplandecente, caíam luzes suaves, de Mais Alto, reconhecendo eu que ali se encontravam em jogo vibrações delicadíssimas, imperceptíveis para mim.Estudara a função da epífise nos meus apagados serviços de médico terrestre. Segundo os orientadores clássicos, circunscreviam-se suas atribuições ao controle sexual no período infantil. Não passava de velador dos instintos, até que as rodas da experiência sexual pudessem deslizar com regularidade, pelo s caminhos da vida humana. Depois, decrescia em força, relaxava-se, quase desaparecia, para que as glândulas genitais a sucedessem no campo da energia plena.Alexandre o esclarece: - "Não se trata de órgão morto, segundo velhas suposições. É a glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre... Enquanto no período do desenvolvimento infantil, fase de reajustamento desse centro importante do corpo perispiritual preexistente, a epífise parece constituir o freio às manifestações do sexo; entretanto há que retificar observações."Aos catorze anos, aproximadamente, de posição estacionária, quanto às suas atribuições essenciais, recomeça a funcionar no homem reencarnado. O que representava controle é fonte criadora e válvula de escapamento. A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos."

DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO - André Luiz, levado por Alexandre, pode observar algumas demonstrações de desenvolvimento mediúnico.Pode assim observar alguns candidatos e suas particularidades: um, apresentava, não obstante o desejo sincero de desenvolver-se para auxiliar, sinais iniludíveis da ingestão de alcoólicos; outra senhora, candidata a psicógrafa, trazia o ventre deformado tão repleto de alimentos, que André Luiz supôs enxergar ali um vasto alambique, cheio de pastas de carne e caldos gordurosos, cheirando a vinagre de condimentacão ativa; e em outro, finalmente, "bacilos psíquicos de tortura sexual..."Fiquei estupefato." escreve ele. "As glândulas geradoras emitiam fraquíssima luminosidade, que parecia abafada por aluviões de corpúsculos negros, a se caracterizarem por espantosa mobilidade... As mais vigorosas daquelas feras microscópicas situavam-se no epidídimo, onde absorviam, famélicas, os embriões delicados da vida orgânica... Que significava aquele acervo de pequeninos seres escuros? Seriam expressões mal conhecidas da sífilis?"Respondendo às suas indagações íntimas, Alexandre esclarece: "Não, André, não temos sob os nossos olhos o espiroqueta de Schaudinn, nem qualquer nova forma suscetível de análise material por bacteriologistas humanos. São bacilos psíquicos da tortura sexual, produzidos pela sede febril de prazeres inferiores... Tem sido cultivados por esse companheiro, não só pela incontinência no domínio das emoções próprias, através de experiências sexuais variadas, senão também pelo contato com entidades grosseiras, que se afinam com as predileções dele, entidades que o visitam com freqüência, à maneira de imperceptíveis vampiros. ...A pretexto de aceitar o império da razão pura, na esfera da lógica, admite que o sexo nada tem a ver com a espiritualidade, como se esta não fosse a existência em si... O erro de nosso amigo é o de todos os religiosos que supõem a alma absolutamente separada do corpo físico, quando todas as manifestações psicofísicas se derivam da influenciação espiritual..."

VAMPIRISMO - Explica Alexandre: "Sem nos referirmos aos morcegos sugadores, o vampiro, entre os homens, é o fantasma dos mortos que se retira do sepulcro, altas horas, para alimentar-se do sangue dos vivos. Não sei quem é o autor de semelhante definição, mas. No fundo, não está errada. Apenas cumpre considerar que, entre nós, vampiro é toda entidade ociosa que se vale, indebitamente, das possibilidades alheias e, em se tratando de vampiros que visitam os encarnados, é necessário reconhecer que eles atendem aos sinistros propósitos a qualquer hora, desde que encontrem guarida no estojo de carne dos homens."

INFLUENCIAÇÃO - Saindo da reunião de desenvolvimento, André Luiz e Alexandre seguem alguns candidatos a caminho de casa, notadamente o jovem rapaz torturado sexualmente, e qual se ligam duas entidades profundamente inferiores, sua irmã, jovem madura e equilibrada, e sua mãe, egoisticamente vampirizada pelo marido desencarnado. Assim, conhece de perto a triste influenciação espiritual de que são vítimas, mãe e filho, e da capacidade de recepção de idéias superiores por parte da jovem, por manter-se ela em padrão vibratório elevado. Alexandre a utiliza para esclarecer os dois obsidiados, mas eles, desprezando a pouca idade e a inexperiência da jovem, ignoram seus conselhos.

A ORAÇÃO - Neste capítulo, tem André Luiz a feliz oportunidade de compreender melhor os benefícios da oração. O lar do jovem torturado, não obstante as infelizes e pertinazes companhias, permanece fluidicamente protegido, em virtude de sua esposa cultivar o hábito da oração e da vida reta. Amiga de Alexandre, a esposa Cecília vai ao seu encontro, mais tarde, em espírito, e lhe pede auxílio no amparo ao infeliz e desviado companheiro.

SOCORRO ESPIRITUAL - Mais tarde, Alexandre e André são abordados por velha amiga do Instrutor, Justina, que lhe implora auxílio para seu filho Antônio, prestes a desencarnar. Antonio precisa de mais alguns meses na carne, alega, e Alexandre dispõe-se a ajudá-la. Seguem para a residência de Antônio e Alexandre o encontra a beira de mortal apoplexia. Necessita do auxílio de um magnetizador encarnado e para isso solicita o auxílio do irmão Francisco, diretor de um grupo socorrista. Este, ciente da necessidade do momento, traz Afonso, em espírito e, com Alexandre funcionando como verdadeiro magnetizador, transfere para o moribundo os vigorosos fluidos do encarnado.

NO PLANO DOS SONHOS - Conta André: "Após alguns minutos de conversação encantadora, o irmão Francisco acercou-se do orientador, indagando sobre os objetivos da reunião da noite. Segundo informações anteriores, Alexandre dirigiria, naquela noite, pequena assembléia de estudiosos.Quase ao início da preleção, Alexandre é cientificado da ausência de dois companheiros, Vieira e Marcondes, e solícito, manda averiguar o que houve. Destaca Sertório, para tanto, enviando André em sua companhia. Chegando à casa de Vieira, encontram-no apavorado, quase desencarnando de medo frente ao "fantasma" de antigo companheiro, cuja presença evocara no jantar, lembrando-lhe as más qualidades, levianamente. Sertório vem em seu socorro, acordando-o, bruscamente.Marcondes encontra-se em pior situação: entidades femininas da pior espécie, mantêm-no retido no quarto e irritam-se com Sertório, quando este chega para saber do companheiro o que impediu seu comparecimento a palestra da noite. Marcondes desculpa-se, choroso, humilhado e Sertório o deixa ali, à mercê das entidades infelizes, sem despertá-lo, para, na manhã seguinte, a lembrança desagradável mostrar-se mais duradoura, fortificando-lhe a repugnância pelo mal.

MEDIUNIDADE E FENÔMENO - André Luiz calcula em aproximadamente pouco mais de cem encarnados, comparecendo ali pelo desdobramento do sono, constatando, porém que o número de desencarnados mostrava mais vasta expressão. Além do grupo do irmão Francisco, que trouxera os tutelados, outras associações da mesma natureza compareciam com os seus pupilos, interessados em novas instruções. O tema escolhido para a noite: mediunidade e fenômeno. E Alexandre exorta: "Não provoqueis o desenvolvimento prematuro de vossas faculdades psíquicas! Ver sem compreender ou ouvir sem discernir pode ocasionar desastres vultosos ao coração. Buscai, acima de tudo, progredir em virtude e aprimorar sentimentos. Acentuai o próprio equilíbrio e o Senhor vos abrirá a porta dos novos conhecimentos!"

MATERIALIZAÇÃO - Em companhia de Alexandre, André Luiz tem a oportunidade de examinar de perto o fenômeno da materialização, fato que lhe desperta imensa curiosidade. Observa os extremos cuidados com o ambiente, com os assistentes e com a médium, esquema este muito minucioso, envolvendo grande equipe de trabalhadores espirituais. Mas da parte dos encarnados, nota André que o fato não é levado muito à sério: os seus pensamentos, ansiosos por soluções particulares, desequilibram o ambiente, e um assistente, envolvido em emanações alcoólicas, precisa ser isolado especialmente, para não prejudicar a tarefa em curso.

INTERCESSÃO - Narra André: "Certa noite, finda a dissertação que Alexandre consagrava aos companheiros, meu orientador foi procurado por duas senhoras, que foram conduzidas, em condições especialíssimas, àquele curso adiantado de esclarecimentos, porquanto eram criaturas que ainda se encontravam presas ao veículos de carne e que procuravam o instrutor, temporariamente desligadas do corpo, por influência do sono. Eram Etelvina e Ester. A primeira, conhecida de Alexandre, pedia os obséquios do Instrutor para sua prima Ester, para solucionar a estranha morte de seu esposo, em plena via pública.Alexandre se dispõe a auxiliá-las. É cientificado por um humilde visitador desencarnado, de que Raul, o esposo, havia cometido o suicídio. Em companhia de André Luiz, localiza o recém-desencarnado, semi-inconsciente, junto à uma temível horda de vampiros, nas imediações de um frigorífico. O Benfeitor consegue subtraí-lo das mãos dos infelizes e carrega Raul consigo, visando seu despertamento para a nova realidade espiritual.

PREPARAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS - Após desemcumbir-se da tarefa intercessória, Alexandre foi procurado por Herculano, companheiro de elevada expressão hierárquica, no sentido de auxiliá-lo, e à sua equipe, no processo reencarnatório de Segismundo, antigo e querido amigo de ambos. Segismundo, que deveria reencarnar no lar de Raquel e Adelino, para resgatar pesados débitos com o casal, encontrava-se terrivelmente abatido e temeroso, pela reação hostil do futuro pai, que não lhe permitia a aproximação. Alexandre esclarece: "O caso é típico. O drama de Segismundo é demasiadamente complexo para ser comentando em poucas palavras. Basta, todavia, recordar que ele, Adelino e Raquel são os protagonistas culminantes de dolorosa tragédia, ocorrida ao tempo de minha última peregrinação pela Crosta. Em seguida a uma paixão desvairada, Adelino foi vítima de suicídio; Segismundo, do crime; e Raquel, do prostíbulo."Desejando acompanhar o amoroso Benfeitor, André Luiz é instruído a se preparar, previamente, acerca do processo reencarnacionista. Em "Nosso Lar", conduzido por Alexandre, André conhece o Centro de Planejamento de Reencarnações.

REENCARNAÇÃO - André Luiz: "Senti-me ditoso e emocionado quando Alexandre me convidou a visitar, em companhia dele, o ambiente doméstico de Adelino e Raquel, onde se verificaria a reencarnação de Segismundo."Vencidas dificuldades de aproximação entre pai e filho, os Espíritos Construtores dão início ao fascinante processo reencarnacionista de Segismundo. Conta André: "Meu amável instrutor, muito satisfeito com a nova situação, passou a examinar os mapas cromossômicos, com a assistência dos construtores presentes. Em vão procurava compreender aqueles caracteres singulares, semelhantes a pequenos arabescos, francamente indecifráveis ao meu olhar."Alexandre vem em seu socorro: "Este não é um estudo que você possa compreender, por enquanto. Estou examinando a geografia dos genes nas estrias cromossômicas, a fim de certificar-me até que ponto poderemos colaborar em favor de nosso amigo Segismundo, com recursos magnéticos para a organização das propriedades hereditárias."

PROTEÇÃO - No dia imediato à ligação de Segismundo ao novo corpo físico, André Luiz retornou ao lar de Raquel e Adelino, não encontrado, porém, a jovem mulher bem disposta como na véspera. Apuleio, o diretor da equipe de construtores esclareceu: "Nossa irmã Raquel começa a sentir o esforço de adaptação. Por enquanto, e, durante alguns dias, permanecerá indisposta; todavia, a ocorrência é passageira."André observa que, embora mantivesse ela o corpo em posição de repouso, mostrava-se superexcitada, inquieta. "Não conseguirá dormir?" - pergunta. "Mais tarde - responde Apuleio; por agora, terá o sono reduzido, até que se formem os folhetos blastodérmicos. É o serviço inicial do feto e não podemos dispensar-lhe a cooperação ativa."André Luiz tem a feliz oportunidade de acompanhar a gestação de Raquel, e conta: "O desenvolvimento da futura forma de Segismundo compelia Raquel a verdadeiros sacrifícios orgânicos; contudo, em cada noite, pela madrugada, repetiam-se as excursões espirituais que ela e o filho recebiam dos afetos de nosso plano. O trabalho de Herculano mereceu a cooperação de inúmeros amigos. Rara a noite em que não vinham Espíritos, agradecidos a Segismundo, velar pela harmonia de sua nova reencarnação, prestando à casa, aos pais e a ele os mais variados auxílios."

FRACASSO - Verificando o aproveitamento de André no caso Segismundo, Alexandre, sempre gentil, e procurando propiciar ao pupilo novos esclarecimentos, busca saber de Apuleio de algum caso de reencarnação junto a companheiros outros, distantes da responsabilidade moral observados no lar de Raquel e Adelino. E Apuleio lembra o caso Volpini. "Volpini -, diz - atingiu agora o sétimo mês de gestação da nova forma física, mas a noite próxima será decisiva para ele. Já recebi um apelo dos colaboradores que ficaram nas imediações do caso, no sentido de evitar certas extravagâncias da futura mãe, projetadas para hoje; entretanto, não creio sejamos por ela obedecidos. A organização fetal não se encontra em condições de suportar novos desequilíbrios, e, se a pobrezinha não despertar para o dever, abrirá, ainda hoje, uma terceira falência. Se André puder vir conosco, dar-nos-á muito prazer.André Luiz acompanha a imensa luta por preservar o vida de Volpini, porém a mãe, embriagada pelos prazeres fúteis, disposta a gozar a vida a qualquer preço, sai novamente, para mais uma noitada exótica.Então Volpini espírito é retirado da organização fetal e Cesarina, no dia seguinte, é internada às pressas, em gravíssimas condições. Fortemente impressionado, André fica sabendo que a infeliz acabara de dar à luz uma criança morta.

INCORPORAÇÃO - André Luiz: "Prosseguindo em meus estudos sobre os fenômenos mediúnicos de variada expressão, sempre que meus serviços habituais mo permitiam, regressava à Crosta, aprendendo e cooperando no grupo em que Alexandre funcionava na qualidade de orientador."Assim, ele tem a oportunidade de apreciar, de perto, um caso de incorporação mediúnica. Dionísio, antigo membro do grupo, já desencarnada, tem sua visita solicitada, com insistência, pelos companheiros ainda encarnados. Alexandre alerta para as dificuldades que poderão advir do intento. A médium destacada para a tarefa é Otávia, cuja autenticidade mediúnica, em outros tempos, fora posta em dúvida pelo próprio Dionísio. Acertados todos os detalhes, Dionísio é conduzido para a residência de Otávia, poucas horas antes da reunião. André Luiz, surpreso, conta que a médium se encontrava em delicado estado emocional, devido às agressões de seu marido Leonardo, homem violento e obsidiado. Restauradas suas forças, e perfeitamente sintonizada com o comunicante da noite, a reunião é levada a efeito, com Dionísio expressando-se emocionadamente através de Otávia.Mas, para decepção geral, amigos e parentes do desencarnado duvidam da manifestação mediúnica, insinuando tratar-se de mistificação.

DOUTRINAÇÃO - Terminavam os trabalhos de uma das reuniões comuns de estudos evangélicos, quando uma entidade muito simpática acercou-se de Alexandre e André Luiz: era mãe afetuosa, em busca do auxílio do abnegado Instrutor, visando uma nova doutrinação para Marinho, seu filho, e que fora padre na Crosta. A pobre mulher declara-se cansada, em profunda exaustão espiritual e Alexandre, penalizado, dispõe-se a auxiliá-la.Alexandre destaca Necésio, habilidoso trabalhador desencarnado, e experiente na tarefa de estabelecer contatos preliminares com entidades revoltadas. Marinho, triste habitante de ruínas sombrias, com outros companheiros de batina, deixa-se envolver pela simpatia e pelos argumentos de Necésio. Conduzido à uma Casa de doutrinação, revolta-se e tenta retroceder, mas os benfeitores organizam elementos para a materialização de sua mãe, quedando-se Marinho, afinal, em lágrimas ardentes de arrependimento e desejo de renovação.

OBSESSÃO - André: "A conselho de orientadores experimentados, o agrupamento a que Alexandre prestava preciosa colaboração, reunia-se, em noites previamente determinadas, para atender aos casos de obsessão. Era necessário reduzir, tanto quanto possível, a heterogeneidade vibratória do ambiente, o que compelia a direção da casa a limitar o número de encarnados nos serviços de benefício espiritual.""Todo obsidiado é um médium, na acepção legítima do termo?" - pergunta André, e Alexandre esclarece: "Médiuns, meu amigo, inclusive nós outros, os desencarnados, todos o somos, em vista de serviços intermediários do bem que procede de mais alto, ou portadores do mal, colhido nas zonas inferiores, quando caímos em desequilíbrio. O obsidiado, porém, acima de médium de energias perturbadas, é quase sempre um enfermo, representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano. Por isso mesmo, constitui, em todas as circunstâncias, um caso especial, exigindo muita atenção, prudência e carinho."Na reunião, presentes os obsidiados, em número de cinco: dois deles, uma senhora relativamente jovem e um cavalheiro maduro, demonstravam enorme agitação, dois outros, ambos moços e irmãos pelo sangue, pareciam completamente imbecilizados, e, por fim, uma jovem que se controlava com esforço, ante o assédio de que era vítima.Do grupo, ressalta Alexandre que apenas a jovem obterá algum benefício da reunião, por estar ela procurando a restauração das forças psíquicas, por si mesma. "Não está esperando o milagre da cura sem esforço e, não obstante terrivelmente perseguida por seres inferiores, vem aproveitando toda espécie de ajuda que os amigos de nosso plano projetam em seu círculo pessoal." - esclarece o Instrutor.

PASSES - Em companhia de Alexandre, André tem igualmente a oportunidade de assistir ao trabalho de passes. Observando os trabalhadores espirituais, envoltos em túnicas muito alvas, como enfermeiros vigilantes, André indaga de Alexandre se aqueles trabalhadores apresentam requisitos especiais. O Instrutor esclarece: "Sim, na execução da tarefa que lhes está subordinada, não basta a boa vontade, como acontece em outros setores de nossa atuação. Precisam revelar determinadas qualidades de ordem superior e certos conhecimentos especializados. O servidor do bem, mesmo desencarnado, não pode satisfazer em semelhante serviço, se não conseguiu manter um padrão superior de elevação mental contínua, condição indispensável à exteriorização das faculdades radiantes. O missionário do auxílio magnético, na Crosta, ou aqui em nossa esfera, necessita ter grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino. Cumpre-me acentuar, todavia, que semelhantes requisitos, em nosso plano, constituem exig6encias a que não se pode fugir, quando, na esfera carnal, a boa vontade sincera, em muitos casos, pode suprir essa ou aquela deficiência, o que se justifica, em virtude da assistência prestada pelos benfeitores de nossos círculos de ação ao servidor humano. Ainda incompleto no terreno das qualidades desejáveis."Apresentado a Anacleto, diretor dos trabalhos de passe, André pode analisar de perto o caso de uma senhora que havia discutido violentamente com o esposo, encobrindo, dessa forma, o coração e a válvula mitral com tenuíssima nuvem negra fulminatória, suscetível de ocasionar-lhe perigosa enfermidade. Observa também um homem, portador de temperamento muito vivo, e que na busca do domínio próprio, devido a conflitos recentes, produziu pensamentos terríveis e destruidores, que segregaram matéria venenosa, imediatamente, para o seu ponto orgânico mais fraco, o fígado. Além, acompanha o atendimento à jovem mulher grávida, pobre e desnutrida, à qual são fornecidos elementos nutritivos, para ampará-la e ao bebê. Finalmente, é levado a conhecer um caso de "décima vez": um cavalheiro, apresentando grave perturbações no baço, dado à discussões e provocações, e que já havia sido atendido nove vezes, anteriormente, com o socorro preciso ao desequilíbrio orgânico.

ADEUS - Narra André: "Esperava a continuidade de meus novos estudos, em companhia de Alexandre; todavia, com surpresa, o meu amigo Lísias foi portador de um convite que me destinara o caritativo instrutor. Tratava-se de uma reunião de despedidas."Não consegue deixar de experimentar sentimentos passionais, frente à notícia. Lísias, no entanto, o portador da novidade, o adverte: "Nada de egoísmo, André! Sabemos que Alexandre se ausentará em serviço, mas ainda mesmo que sua excursão fosse muito longa e plenamente consagrada ao repouso recreativo, cabe a nós outros, seus devedores, a participação da alegria de seus elevados merecimentos."André Luiz, reanimado pela palavra esclarecedora de Lísias, comparece, à noitinha, para a formosa reunião de despedidas. Com ele, os discípulos de Alexandre, sessenta e oito colegas, entre eles quinze mulheres. Após a palavra comovida de Alexandre, e o abraço carinhoso e individual, a sua prece encerra o encontro:"Senhor, sejam para o teu coração misericordioso todas as nossas alegria, esperanças e aspirações!"


18 novembro 2007

O Passe - 2ª parte

- O PASSE -
(2ª parte)

Antes de quaisquer considerações a respeito das formas de aplicação do passe, convém lembrar que o passista deve, em primeiro lugar, preparar-se convenientemente, através da elevação espiritual, por meio de preces, meditação, leituras adequadas, etc. em segundo lugar, deve encarar a transmissão do passe como um ato eminentemente fraternal, doando o que de melhor tenha em sentimentos e vibrações.

A transmissão do passe se faz pela vontade que dirige os fluídos para atingir os fins desejados. Daí, concluir-se que antes de quaisquer posições, movimentos ou aparatos (aparato - s. m. Apresentação pomposa; pompa; esplendor; magnificência; conjunto de instrumentos para fazer alguma coisa; reunião de notas e outros elementos elucidativos que acompanham uma obra. (Do lat. apparatu.) exteriores, a disposição mental de quem aplica e de quem recebe o passe, é mais importante.

Deve-se, na transmissão do passe, evitar condicionamentos que se tornaram usuais, mas que unicamente desvirtuam a boa prática espírita.

Destacamos, a seguir, aquilo que o conhecimento de mecânica dos fluídos já nos fez concluir:

1) Não há necessidade do toque, de forma alguma ou a qualquer pretexto, no paciente, para que a transmissão do fluído ocorra. A transmissão se dá de aura para aura. O encostar de mãos em quem recebe o passe causa reações contrarias à boa recepção dos fluidos e, mesmo, cria situações embaraçosas que convém prevenir.

2) A imposição de mãos, como o fez Jesus, é o exemplo correto de transmitir o passe.

3) Os movimentos que gradativamente foram sendo incorporados à forma de aplicação do passe criaram verdadeiro folclore quanto a esta prática espírita, desfigurando a verdadeira técnica. Os passistas passaram a se preocupar mais com os movimentos que deveriam realizar do que com o dirigir seus pensamentos para movimentar os fluidos.

"As mãos, como verdadeiros pólos emissores de fluídos, sobressaem-se das demais partes do corpo humano, mesmo que reconheçamos o fato de outras extremidades físicas serem também sensivelmente importantes nesse mister (...), sem falar especificamente do atributo dos olhos (...), relevando contudo o ascendente da mente que é, definitivamente, a vera diretriz de todo processo fluídico. (...)
Desde que, como princípio espiritual, nos estruturamos no reino animal, caracterizamos nossas mãos principalmente como veículo táteis de relação com o mundo, por meio das quais damos e recebemo, tocamos, apalpamos, alisamos, sentimos... Daí, a necessidade da movimentação das mãos ser, por vezes, necessária (pelo menos até que adquiramos o domínio do direcionamento e da movimentação puramente mental" (Jacob Melo - O Passe - Nota da coordenação GEAL)

4) Não há posição convencionada para que o beneficiado deva postar-se para que haja a recepção dos fluídos (pernas descruzadas, mãos em concha voltadas para o alto, etc). O importante é a disposição mental para captar os fluidos que lhe são transmitidos e não a posição do corpo.
5) O médium passista transmite o fluido, sem a necessidade de incorporação de um espírito para realizar a tarefa. Daí decorre que o passe de ser silencioso, discreto, sem o balbuciar de preces, a repetição de “chavões” ou orientações à guisa (s. f. (p. us.) Modo; maneira; jeito. (Do germ. wisa.) de palavras sacramentais.

6) O passe deve ser realizado em câmara para isso destinada, evitando-se o inconveniente de aplicá-lo em público, porque, além de perder em grande parte seu potencial pela vã curiosidade dos presentes e pela falta de harmonização do ambiente, foge também à ética e à discrição cristãs. A câmara de passes fica constantemente saturada de elementos fluídico-espirituais, permitindo um melhor atendimento aos necessitados e eliminando fatores de dispersão de fluídos que geralmente ocorre no “passe em público”.
7) Devem-se evitar os condicionamentos desagradáveis, tais como: estalidos de dedos, palmas, esfregar as mãos, respiração ofegante, sopros, etc.

8) Antigamente, quando se acreditava que o passe era simplesmente transmissão magnética, criaram-se certas crendices que o estudo da transmissão fluídica desfez, tais como: necessidade de darem-se as mãos para que a “corrente” se estabelecesse; alternância dos sexos para que o passe ocorresse; obrigação do passista de livrar-se de objetos metálicos para não “quebrar a corrente”, etc.

9) Estamos mergulhados num “mar imenso de fluidos” e o médium, à medida que dá o passe, carrega-se automaticamente de fluidos salutares. Portanto, nada mais é que simples condicionamento a necessidade que certos médiuns passistas apresentam de receberem passes de outros médiuns ao final do trabalho, afirmando-se desvitalizados. Poderá haver cansaço físico, mas nuca desgaste fluídico, se o trabalho for bem orientado.

10) O passe deve ser dado em ambiente adequado, no Centro Espírita. Evitar o passe a domicílio para não favorecer o comodismo e o falso escrúpulo dos que não querem ser vistos numa casa espírita porque isso abalaria sua “posição social”. Somente em casos de doença grave ou impossibilidade total de comparecimento ao Centro é que o passe deverá ser dado, “por uma pequena equipe”, na residência do necessitado, enquanto perdurar o impedimento que o mantém sem condições de comparecer à Casa Espírita.

11) A transmissão do fluído deve ser feita de pessoa a pessoa, devendo-se evitar práticas esdrúxulas de dar-se passes em roupas, toalhas e objetos pertencentes ao paciente, bem como não há necessidade alguma de levar-se a sua fotografia para que seja atendido à distância.
12) Não existe um número padronizado de passes que o médium poderá dar, acima do qual ele estará prejudicando-se. A quantidade de passes transmitidos poderá levar o médium a um cansaço físico mas nunca à exaustão fluídica, se o trabalho for bem orientado, pois a reposição de fluidos se dá automaticamente à medida que médium vai atendendo os que penetram a câmara de passes.

Exteriorização e Atmosfera Psíquica

O Espírito André Luiz no Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier de nome “Mecanismo da Mediunidade” (Cap. IV), esclarece sobre o “hálito mental...” Articulando, ao redor de si mesma, as radiações das energias funcionais das agregações celulares do campo físico ou do psicossomático, a alma encarnada ou desencarnada está envolvida na própria aura ou túnica de forças eletromagnéticas, em cuja tessitura circulam as irradiações que lhe são peculiares. Contém elas as essências e imagens que lhes configura os desejos do mundo íntimo, em processo espontâneo de auto-exteriorização, atuando sobre os que com ela se afinem e recolhendo atuação dos simpáticos.(Pg.85). Sempre que pensamos, expressando o campo íntimo na ideação e na palavra, na atitude e no exemplo, criamos formas-pensamentos ou imagens-moldes que arrojamos para fora de nós, pela atmosfera psíquica que nos caracteriza a presença. (Pg.86).

Lei da Sintonia

Sintonia significa entendimento, harmonia, compreensão, ressonância ou equivalência. Sintonia é um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando à base de vibrações. A lei de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida. Contamos com as entidades e núcleos de pensamentos, com os quais nos colocamos em sintonia. O pensamento é idioma universal, compreendendo-se que o cérebro ativo é um centro de ondas em movimento constante, estamos sempre em correspondência com o objeto que nos prende a atenção.

Recebemos variados apelos nascidos do campo mental de todas as inteligências encarnadas e desencarnadas que se afinizam conosco, tentando influenciar-nos através das ondas inúmeras dos diferentes pensamentos. Em relação à mediunidade, devemos ressaltar a questão de sintonia. “Atraímos os Espíritos que se afinizam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá”. (Livro Nos Domínios da Mediunidade).

Percepção e Absorção Fluídica

A organização do complexo mediúnico funciona como um aparelho receptor nos domínios da radiofonia. A emissão mental condensa o pensamento e a vontade do emissor e envolve o médium em profusão de raios que lhe alcançam o campo interior, primeiramente pelos poros, que são miríades de antenas. Essas expressões apóiam-se nos centros do corpo espiritual, que funcionam como condensadores e atingem o sistema nervoso.

O cérebro onde se processam as ações e reações mentais, que determinam vibrações criativas, através do pensamento ou palavra. Tais estímulos se expressam ainda pelo mecanismo das mãos e dos pés, sentidos e órgãos que trabalham como condutores transformadores e analistas, sob o comando da mente “. (Livro Nos Domínios da Mediunidade)”.

Os pensamentos agem e reagem uns sobre os outros, através de incessante corrente de assimilação e o intercâmbio de alma para alma é constante e obrigatório.

“Todos respiramos num oceano de ondas mentais, com o impositivo de ajusta-las em beneficio próprio. Vasto mar de vibrações permitidas. Emitimos forças e recebemo-las. O pensamento vige na base desse inevitável sistema de trocas”.

Querendo ou não, afetamos os outros e os outros nos afetam, pelo mecanismo das idéias criadas por nós mesmos. Daí o imperativo de compreensão, simpatia, aprovação e apoio que todos carecemos, para que a tranqüilidade nos sustente e equilíbrio a fim de que possamos viver proveitosamente.”(Livro – Sinal Verde – Espírito André Luiz – Introdução)”.

15 novembro 2007

O Passe: Entrevista com Jacob Melo



Entrevista com Jacob Melo

(Autor de "O Passe - Seu Estudo, Suas Técnicas, Sua Prática")
Entrevista realizada no canal IRC Espiritismo


Em seu livro Passes e Radiações, Edgard Armond atribuiu diferentes tipos de passes para a conduta em centros espíritas. Como você vê essa divisão técnica dos passes?

Jacob Melo - Em princípio, preferimos as anotações de Kardec. Ele dividiu didaticamente o passe em três níveis: espiritual, humano e misto. Uma profusão de técnicas, sem o respaldo do Magnetismo, põe em dúvida algumas dessas técnicas. Assim, reconhecemos a validade de uma distinção de técnicas em função dos objetivos, desde que resguardados os cuidados pertinentes. A meu ver, Edgard Armond não apresentou em suas obras as justificativas que se fariam necessárias. Não digo que elas sejam desprovidas de valor prático, mas carecem de uma base de sustentação teórica, em termos de Magnetismo, e prática, em termos do que sugere Allan Kardec.


Só médiuns passistas podem aplicar o passe? É necessária uma aptidão especial ou um "não médium" pode aplicar também?


Jacob Melo - Em tese, qualquer pessoa pode aplicar passe. Tomando-se a divisão de Kardec, em alguns casos são necessários algumas aptidões e predisposições. No caso do Magnetismo ou passe humano, a pessoa deverá possuir disposição natural ou induzida de doação magnética. Para o caso do passe espiritual, há que se atender às necessidades morais. Portanto, não há necessidade de ser obrigatoriamente médium, mas há a necessidade de disposição de doação fluídica e de amor.

Qual é a necessidade de se aplicar passe deitado, se a pessoa não está debilitada?

Jacob Melo - O uso de uma maca ou cama deve estar relacionado a algum fator, seja esse fator de ordem de comodidade do passista ou de melhor conforto para o paciente. Havemos de convir que, quanto mais confortáveis estejam ambos, melhores condições terão para o sucesso da transmissão e recepção fluídica. Entretanto, os passes podem ser aplicados com os pacientes em pé, deitados, sentados, de frente, de costas etc.

Essa modalidade deve ser rotineiramente aplicada nos Centros Espíritas, como temos visto inclusive na sala de passe do Conbrade?

Jacob Melo - Não é necessário que esta prática seja rotineira, nem mesmo a própria aplicação do passe. Este deve ser aplicado apenas e tão somente quando é constatada a necessidade dele. Só que, se eliminarmos os passes das casas espíritas, baseados nessa premissa, sem dúvida iremos cair num fator de complicação muito sério. Como sempre, o bom senso indica a melhor medida, a melhor ocasião e a melhor maneira.

Somos informados que os nossos fulcros energéticos ou chakras, quando em estado normal, giram numa determinada velocidade. Estando o corpo doente (em desequilíbrio), continuam os chakras com a mesma velocidade?

Jacob Melo - Não. Nem com a mesma intensidade, nem com a mesma regularidade. Daí a necessidade da ordenação dos campos vitais (chakras).

É certo afirmar que, ao aproximarmos mais as mãos do paciente, estamos doando energia excitante e, ao afastarmos, energia calmante?

Jacob Melo - Quase isso! Os passes próximos, em relação ao Magnetismo, tornam os efeitos fluídicos com características ativantes ou excitantes. Quando aplicados à distância do corpo do paciente, tornam-se calmantes. Portanto, não são energias excitantes ou calmantes e sim a percepção e o efeito delas.

Com relação a uma pessoa refratária ao passe de um médium - passe magnético, espiritual ou misto qual a conduta mais adequada do passista nesse momento?

Jacob Melo - Imaginemos o passista portador de Magnetismo Humano. Com técnicas dispersivas (movimentação rápida das mãos), ele atenua essas discrepâncias fluídicas. O ideal, contudo, é o passista aprender técnicas para entrar em "relação magnética" ou "contato magnético" com o paciente. No caso do passista espiritual, há uma necessidade evidente de maior poder de concentração e oração. Mesmo aí, as técnicas dispersivas também ajudam sobremaneira.


Quais os centros de forças e os plexos que mais atuam no passe? Até onde vai a importância deles no passe?

Jacob Melo - No caso do passista magnético, os centros vitais que mais "usinam" fluidos são o gástrico, o esplênico e o laríngeo. Apesar disso, os outros também atuam. A importância disso vai repercutir diretamente na qualidade e no refinamento dos fluidos em usinagem. Por exemplo, o entendimento do funcionamento desses centros vitais explicarão, sem quaisquer misticismos, as implicações decorrentes da ingestão de alimentos, medicamentos, drogas, uso e abuso do sexo etc. Nos pacientes, há a necessidade de se verificar os mais desarmonizados para se propiciar um melhor atendimento.

No passe, a pessoa que aplica obrigatoriamente tem que ser moralmente "superior" à pessoa que está recebendo? O passista pode se prejudicar em alguma situação?

Jacob Melo - A questão "superior" é subjetiva por si mesma. No caso do passe espiritual, há uma necessidade imperiosa de um equilíbrio moral e espiritual por parte do passista. No caso do Magnetismo, a própria vida nos demonstra que pessoas de moral duvidosa têm obtido resultados vulgarmente qualificados de milagrosos. Quanto à questão de um passista sofrer prejuízos, infelizmente pode, haja vista o número relativamente grande de passistas que chegam a lamentáveis casos de fadiga fluídica. Isso tanto se deve a excessos de doação magnética quanto à falta de técnicas e de desconhecimento sobre como se defender com as próprias técnicas.


Já ouvimos falar de diversas técnicas de passe, como passes transversais, rotatórios, perpendiculares, longitudinais. Gostaria de saber o que difere nessas técnicas, ou são todas iguais?

Jacob Melo - Há diferença entre elas sim. Por exemplo, os transversais e perpendiculares são, na sua maioria, dispersivos. Os rotatórios normalmente são concentradores e os longitudinais tanto podem ser dispersivos, concentradores, ativantes ou calmantes. Logo, há uma necessidade real de estudo para uma maior segurança do uso das técnicas.



Quando uma pessoa que não acredita nos efeitos do passe (por exemplo, materialista) é levada a tomá-lo, os efeitos são os mesmos ou a disposição prévia e boa vontade do receptor influi nos resultados?




Jacob Melo - Influi decisivamente. Isto não quer dizer que um descrente não possa ser beneficiado, só que esta não é a regra. Observemos que a própria ciência prova que o fato de acreditarmos mais em um médico do que noutro já potencializa ou diminui os efeitos do tratamento. O que não se esperar de uma transferência tão sutil quanto a fluídica veiculada através do passe?

Já se ouviu falar de casos de morte cerebral em uma regressão na transmissão do passe. Que restrições devem ser tomadas para transmiti-lo e por que ele é tantas vezes tão perigoso?

Jacob Melo - Vamos por partes. Primeiro, não conheço nenhum caso conforme o narrado. Depois, as imposições são, por si sós, concentradoras fluídicas. Como se aplica muita imposição sobre o coronário, o passista, sendo um doador de densos fluidos magnéticos, naturalmente saturará este centro de uma maneira desequilibrante e, daí, podem advir conseqüências constrangedoras. Para se evitar tais ocorrências é que se conta com os passes dispersivos. As restrições deverão ser vencidas através do conhecimento. Para tanto, cabe às diretorias das casas espíritas fazerem regularmente treinamentos e avaliações de seu quadro de passistas.

Se eu estiver pensando mentalmente em acalmar, a distância terá mesmo influência? Qual a distância das mãos para acalmar e para excitar?

Jacob Melo - Lamentavelmente, em termos de magnetismo humano, nossa indução mental nem sempre supera a influência fluídica. No GEAK, grupo ao qual estamos ligados em Natal, temos feito pesquisas nesta área há mais de sete anos e já temos muitas evidências de que a indução mental para se obter um resultado diferente do que o magnetismo ensina não tem sido positivo. As distâncias médias consideradas são um palmo do corpo do paciente (25 centímetros, em média). Daí, em direção ao corpo, são ativantes e, em se afastando do corpo, quanto mais distantes, mais calmantes.


Como controlar a quantidade de energia aplicada?

Jacob Melo - Só a prática determina. Se você ou o passista é doador de fluidos magnéticos e está se iniciando agora na prática, recomendamos um máximo de três aplicações por sessão e uma sessão por semana. A partir daí, observe-se para saber suas reações no dia imediatamente posterior à aplicação. Havendo cansaço ou sono, insônia, ressaca e indisposições gástricas, é provável ter havido um excesso de doação ou a falta de uma aplicação técnica mais correta. Não tendo havido problema, vá aumentando a cada semana um passe até chegar ao seu limite ideal. Apesar desta resposta, seria necessária uma abordagem mais ampla para que pudéssemos entender o motivo de tantos cuidados com a aplicação do passe.

Após a doação, ocorrendo fraqueza, como recuperar as energias?

Jacob Melo - Sendo fraqueza detectada ainda no ambiente onde houve a aplicação do passe, solicite a um outro passista que lhe aplique passes dispersivos. Havendo água fluidificada, beba um pouco. No caso da fraqueza surgir no dia seguinte, evite desgastes físicos desnecessários, alimente-se de maneira mais leve que o habitual, se possível caminhe (não se trata de caminhada como exercício físico e sim como um passeio) em algum lugar onde respire ar puro e, não sendo portador de diabetes, tome água de coco. Não estamos falando das implicações e necessidades espirituais, porque acreditamos que todos sabemos do conveniente e necessário uso da oração e da conexão com o mundo espiritual superior.

O que é o "sopro" ou "insuflação quente"? E o que é a "insuflação fria"?

Jacob Melo - São as técnicas em que se usam as doações fluídico-magnéticas pelo sopro. A insuflação quente tem por característica ser extremamente ativante, enquanto que a fria normalmente é calmante e dispersiva. Em termos de aplicação, a fria é procedida como quem sopra uma vela, enquanto a quente é como um "bafo". Não se entenda, entretanto, que basta soprar para se fazer insuflação. É necessário que se tenha a disposição de exteriorização fluídica pelas vias superiores.

No passe magnético, existe realmente a relação recepção/doação através das mãos esquerda e direita?

Jacob Melo - Isto é muito comentado pela chamada escola dos polaristas. Ocorre que nem mesmo os polaristas são concordantes entre si. Por sua vez, a prática demonstra não haver maior significado na inversão das mãos, tanto é que, particularmente, nunca vi em nenhum Centro Espírita algum passista, antes de iniciar sua tarefa, perguntar se os pacientes são canhotos ou destros.

Como você compara a dieta vegetariana com a carnívora para um médium passista?


Jacob Melo - Tudo leva a crer que o vegetariano leva vantagens. Mas lembramos que, em tudo, a virtude está no meio. Se em O Livro dos Espíritos, no Novo Testamento e numa entrevista de Chico Xavier encontramos informações que não condenam definitivamente a carne, não seremos nós que o faremos. Ainda assim, não podemos concordar com o excesso de alimentação, seja vegetariana ou não. Portanto, não creio que o vegetariano, só por isso, seja melhor que o carnívoro, apesar das vantagens que ele tenha, já que todos sabemos dos inconvenientes decorrentes da dificuldade de digestão da carne animal. Um exemplo: É melhor comer um bife com moderação do que jantar meio quilo de alface, vinte tomates, quarenta cebolas e, de sobremesa, duas melancias.

Existe uma correlação tempo/efeito nos passes tipo magnético e espiritual?

Jacob Melo - Existe correlação tempo/efeito. Existe correlação passe magnético e espiritual. O tempo e o efeito tanto dependem das técnicas quanto dos passistas e dos pacientes. Os passes espirituais, a rigor, não carecem de técnicas, mas as técnicas, se bem conhecidas e aplicadas, em nada prejudicam, ao contrário, só contribuem favoravelmente. Os passes magnéticos, estes sim, precisam de conhecimentos e experiências para se alcançar uma melhor correlação tempo/efeito.

28 outubro 2007

O Doutrinador

O DOUTRINADOR

(Do livro: Diálogo com a Sombra – Hermínio Miranda)


Num grupo mediúnico, chama-se doutrinador a pessoa que se incumbe de dialogar com os companheiros desencarnados necessi­tados de ajuda e esclarecimento. Qualquer bom dicionário leigo dirá que doutrinar é instruir em uma doutrina, ou, simplesmente, ensinar. E aqui já começamos a esbarrar nas dificuldades que a palavra doutrinador nos oferece, no contexto da prática mediúnica.

Em primeiro lugar, porque o espírito que comparece para de­bater conosco os seus problemas e aflições, não está em condições, logo aos primeiros contactos, de receber instruções doutrinárias, ou seja, acerca da Doutrina Espírita, que professamos, e com a qual pretendemos ajudá-lo. Ele não vem disposto a ouvir uma pregação, nem predisposto ao aprendizado, como ouvinte paciente ante um guru evoluído. Muitas vezes ele está perfeitamente fami­liarizado com inúmeros pontos importantes da Doutrina Espírita. Sabe que é um Espírito sobrevivente, conhece suas responsabilidades perante as leis universais, admite, ante evidências que lhe são mais do que óbvias, os mecanismos da reencarnação, reconhece até mesmo a existência de Deus. Quanto à comunicabilidade entre encarnados e desencarnados, ele nem discute, pois está justamente produzindo uma demonstração prática do fenômeno, e seria infan­tilidade de sua parte tentar ignorar a realidade.


Portanto, o companheiro encarnado, com quem estabelece o diá­logo, não tem muito a ensinar-lhe, em termos gerais de doutrina.

Por outro lado, o chamado doutrinador não é o sumo-sacerdote de um culto ou de uma seita, que se coloque na posição de mestre, a ditar normas de ação e a pregar, presunçosamente, um estágio ideal de moral, que nem ele próprio conseguiu alcançar. A des­peito disso, ele precisa estar preparado para exercer, no momento oportuno, a autoridade necessária, que toda pessoa incumbida de uma tarefa, por mais modesta, deve ter. Não se esquecer, porém, de que, no grupo mediúnico, ele é apenas um dos componentes, um trabalhador, e não mestre, sumo-sacerdote ou rei.

Sua formação doutrinaria é de extrema importânçia. Não po­derá jamais fazer um bom trabalho, sem conhecimento íntimo dos postulados da Doutrina Espírita. Entre os espíritos que lhe são trazidos para entendimento, há argumentadores prodigiosamente inteligentes, bem preparados e experimentados em diferentes téc­nicas de debate, dotados de excelente dialética. Isto não significa que todo doutrinador tem de ser um gênio, de enorme capacidade intelectual e de impecável formação filosófica. A conversa com os espíritos desajustados não deve ser um frio debate acadêmico. Se o dirigente encarnado dos trabalhos está bem familiarizado com as obras fundamentais do Espiritismo, ele encontrará sempre o que dizer ao manifestante, ainda que não esteja no mesmo nível intelectual dele. O confronto aqui não é de inteligências, nem de culturas; é de corações, de sentimentos. O conhecimento doutri­nário torna-se importante como base de sustentação. O doutrinador precisa estar convencido de que a Doutrina Espírita dispõe de todos os informes de que ele necessita para cuidar dos manifestantes em desequilíbrio, mas isso não é tudo, porque ele pode ser um bom conhecedor dos princípios teóricos do Espiritismo e ser completamente desinteressado do aspecto evangélico; ou, ainda, conhe­cer a doutrina e recitar prontamente qualquer versículo evangé­lico, mas não apoiar o seu conhecimento na emoção e no legítimo desejo de servir e ajudar. Voltaremos ao assunto quando tratar­mos do problema específico da doutrinação. Os espíritos em estado de perturbação, que nos são trazidos às sessões mediúnicas, não estão, logo de início, em condições psicológicas adequadas à pre­gação doutrinária, como já dissemos. Necessitam aflitivamente de primeiros socorros, de quem os ouça com paciência e tolerância. A doutrinação virá no momento oportuno, e, antes que o doutri­nador possa dedicar-se a este aspecto específico, ele deve estar preparado para discutir o problema pessoal do espírito, a fim de obter dele a informação de que necessita. É nesse momento que ele precisa utilizar-se de seus conhecimentos gerais, intercalando aqui e ali um pensamento evangélico que se adapte às condições desenvolvidas no diálogo.

Isto nos leva a outro aspecto importante: o “status” moral do doutrinador. Sua autoridade moral é importante, por certo, mas qual de nós, encarnados, ainda em lutas homéricas contra imperfei­ções milenares, pode arrogar-se uma atitude de superioridade moral sobre os companheiros mais desarvorados das sombras? Ainda temos mazelas e ainda erramos gravemente. O espírito que debate co­nosco sabe de nossas inúmeras fraquezas, tanto quanto nós, e até mais do que nós, às vezes, por serem, freqüentemente, companhei­ros de antigas encarnações, em que fomos, talvez, comparsas de desacertos hediondos. Ele nos vigia, observa-nos, analisa-nos e estuda-nos, de uma posição vantajosa para ele: na invisibilidade. Tem condições de aferir nossa personalidade e nossos propósitos, pela maneira como agimos em nosso relacionamento com os semelhan­tes. Percebe mais as nossas intenções, a intensidade e a since­ridade do nosso sentimento, do que o mero som das palavras que pronunciamos. Se estivermos recitando lindos textos evangélicos, sem sustentação na afeição legítima, ele o saberá também.

Muitas vezes, refere-se desabridamente a uma ou outra fra­queza íntima nossa, como, por exemplo:— Você não tem força para deixar o vício de fumar, como quer me obrigar a deixar de perseguir aquele que me prejudicou?

Ou então, nos lembra uma situação irregular em que nos encon­tramos, ou um erro mais grave cometido no passado recente, ou crimes que praticamos em vidas pregressas. Tudo serve. É preciso que o doutrinador esteja preparado para estas situações. Não adi­anta exibir virtudes que não possui ainda. Deve lembrar-se, porém, de que somos julgados e avaliados, não pelos resultados que obte­mos, mas pelo esforço que realizamos para alcançá-los. Não é pre­ciso ser santo, para doutrinar. Aqueles que já se purificaram a esse ponto, dedicam-se a tarefas mais complexas, de maior responsa­bilidade, compatíveis com o adiantamento espiritual que já alcançaram.

Por outro lado, não podemos esperar a perfeição para ajudar o irmão que sofre. É exatamente porque ainda somos tão imperfeitos quanto ele, que estamos em condições de servi-lo mais de perto. Muitos são desafetos antigos, que ainda não nos perdoaram. É aqui que vemos a validade da palavra sábia do Cristo:— Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto estás a ca­minho com ele.Não podemos impor ao companheiro infeliz uma superioridade moral inexistente. O doutrinador é também um ser falível e cons­ciente das suas imperfeições, mas isto não pode e não deve inibi-lo para a tarefa. É preciso levar em conta, ainda, que muitos com­panheiros espirituais desarvorados, que nos conheceram em passado tenebroso, vêem em nós mais aqueles que fomos do que o que somos hoje, ou pretendemos ser. Se tivermos paciência e tolerância, o manifestante acabará por admitir que, mesmo que ainda não tenhamos alcançado os estágios superiores da evolução, nossa boa intenção é legítima, o esforço que desenvolvemos é digno, e nos respeitarão por isso.O doutrinador precisa, ainda, ser uma criatura de fé viva, po­sitiva, inabalável. Ele não pode dar aquilo que não tem. Se me perguntassem qual o elemento mais importante na estrutura da personalidade do doutrinador, eu não saberia dizer, mas ficaria indeciso entre a fé e o amor, sobre o qual ainda falaremos adiante. Que tipo de fé? A fé espírita, tal como a conceituou Kardec:sincera, convicta, lógica, plenamente suportada pela razão, mas sem se deixar contaminar pela frieza hierática do racionalismo estéril e vazio.(...)
"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria"
(Epístola de Paulo)

Prossigamos, no entanto, ainda no exame dos componentes morais e psicológicos da personalidade de um bom doutrinador.Se não dispuser de um mínimo de aptidões, o candidato a tal função deve procurar desenvolvê-las, ou assumir outra tarefa, para a qual, seus recursos pessoais sejam mais adequados. Uma dessas virtudes é a paciência. Não pode ele, sem prejuízo sério para o seu trabalho, atirar-se sofregamente ao interrogatório do Espírito manifestante. Tem que ouvir, aturar desaforos e impropérios, agres­sões verbais e impertinências. Tem que aguardar o momento de falar. Para isso, necessita de outra qualidade pessoal, não parti­cularmente rara, mas que precisa ser cultivada, quando não des­pertada: a sensibilidade, que o levará a sentir pacientemente o ter­reno estranho, difícil e desconhecido em que pisa, as reações do Espírito, procurando localizar os pontos em que o manifestante, por sua vez, seja mais sensível e acessível. Isto se faz com uma qualidade pessoal chamada tato, segundo a qual, vamos, pela obser­vação cuidadosa, serena, nos informando de determinada situação ou acontecimento, até que estejamos seguros de poder tomar uma posição ou uma decisão sobre o assunto.A paciência, a sensibilidade e o tato nos facultam as informa­ções que buscamos, mas não disparam, por si mesmos, os meca­nismos da ação, ou seja, não nos indicam a providência a tomar, nem nos sustentam no que fizermos. Para isso, se pede outra dis­posição que poderíamos chamar de energia, que deve ser controlada e oportuna. Há de chegar-se a um ponto, na doutrinação, em que se torna imperiosa a tomada de uma atitude firme, enérgica, que não pode ser contundente, nem agressiva. É a hora da energia, e o momento tem que ser o certo. Nem antes, nem depois da opor­tunidade. Veremos isto, quando cuidarmos do trabalho propria­mente dito.

Há mais ainda.

O doutrinador deve estar em permanente estado de vigilância, na mais ampla acepção do termo. Vigilância quanto aos seus pro­prios sentimentos e pensamentos, quanto às suas suposições e in­tuições, quanto ao que se contém nas entrelinhas do que diz o manifestante, quanto ao que ocorre à sua volta, com os demais componentes do grupo, quanto à sua própria conduta, não apenas durante o trabalho mediúnico, propriamente dito, mas no seu pro­ceder diário. Convém repetir: não precisa ser um santo, e não o será mesmo. Vigilância e boa intenção não são santidade. O dou­trinador precisa servir em estado de alertamento constante.

Uma questão cabe introduzir aqui: convém que ele disponha de alguma forma de mediunidade ostensiva? Em Espiritismo, não há posições dogmáticas. Minha opinião pessoal é a de que algumás formas de mediunidade são desejáveis. Colocaria em primeiro lugar a intuitiva, através da qual o doutrinador possa receber as inspira­ções de seus amigos espirituais, responsáveis pelo trabalho, e desen­volvê-las junto ao manifestante, com seus próprios recursos e suas próprias palavras.

Em segundo lugar, poria a vidência, que certamente auxiliará na visão de cenas e quadros, ou da aparência pessoal do Espírito manifestante e de seus eventuais companheiros. Será também útil dispor da faculdade de clariaudiência, e, neste caso, ouviria dire­tamente as instruções e “recados” do mundo espiritual, que fossem de interesse para o seu trabalho. Isto, porém, não o coloca inteiramente a salvo de alguma palavra, soprada desavisadamente, que o leve a falsos caminhos.

Creio poder afirmar que não seria desejável qualquer forma de mediunidade que colocasse o dirigente, ou doutrinador, em es­tado de inconsciência. Ele precisa manter-se lúcido durante todo o período de trabalho.(...)Com isto, chegamos a outra faculdade necessária ao doutrinador:

A humildade. Ele vai precisar dela, com freqüência impressionante. A princípio, para aceitar as ironias, agressões e impertinências dos pobres irmãos atormentados. Depois, se e quando conseguir con­vencer, o companheiro, de seus enganos e de seus erros, para não assumir a atitude do vencedor que pisa na garganta do vencido, para mostrar o seu poder e confirmar a sua vaidade e seu orgulho. É a partir do momento em que o turbulento manifestante de há pouco se converte em verdadeiro trapo humano, arrependido e em pranto, que o doutrinador deve mostrar toda a sua compaixão hu­milde e o seu respeito pela dor alheia.

Tem, ainda, que ser humilde no aprendizado. Cada manifesta­ção traz a sua lição, a sua informação, a sua surpresa. Em tra­balho mediúnico, estamos sempre aprendendo e nunca sabemos o suficiente. Se não nos aproximarmos dele com humildade, pouco ou nenhum progresso conseguiremos realizar.

A humildade é necessária, também, quando não conseguimos convencer o companheiro infeliz. Precisamos estar preparados para a derrota, em muitos casos. Nada de pretensões tolas de que o trabalho foi cem por cento positivo. Claro que positivo, em sen­tido genérico, ele sempre o é. Mesmo naquele que não conseguimos demover de seus propósitos, se tivermos tido habilidade e tato, teremos realizado, no seu coração, a sementeira da verdade. Um dia — não importa quando — ele vai lembrar-se do que lhe dis­semos e conferi-lo com a realidade. Não contemos, porém, com o êxito total da conversão imediata e definitiva, ao amor, de todos os Espíritos que nos são trazidos. Muitos daqueles dramas, que se desenrolam diante de nós, arrastam-se há séculos. Não se ajustam em minutos de conversa. Humildade, pois, para aceitar esses casos e continuar lutando. Não somos super-homens, nem semideuses.

Humildade, ainda, quando precisarmos reconhecer o potencial intelectual do irmão espiritual com o qual nos defrontamos. E isso é muito freqüente. Não quer dizer que nos devamos curvar servilmente diante dele, rendendo homenagens à sua inteligência e ao seu conhecimento; quer dizer que precisamos admitir, às vezes, que não estamos em condições de superá-lo naquilo que constitui o seu ponto forte. Nem é essa a técnica recomendada. Suponhamos que compareça, para conversar conosco, um Espírito de elevada cultura, que lecionou em Faculdades, ocupou assentos em Academias, recebeu, enfim, as honrarias que tantos buscam, em vez da paz interior. Não é no terreno dele que nos vamos medir, não é discutindo Filosofia, com ele, que vamos convencê-lo de seus enganos. Nesse campo, ele dispõe de mais recursos do que nós. E foi jus­tamente o debate inútil e o vão filosofar que arruinaram sua vida espiritual. Ele precisa de atenção, fraternidade, respeito e since­ridade, não de debates estéreis, nos quais facilmente nos vencerá, para consolidar a sua vaidade lamentável. Um pouco de humildade, da nossa parte, o levará a respeitar-nos também, enquanto a exibi­ção inútil de precários conhecimentos filosóficos, e de medíocre cultura intelectual, só poderá estimular nele o desprezo por nós e pela nossa posição. Nada, pois, de aparentar o que ainda não somos. E, mesmo que o fôssemos, a humildade, ainda assim, seria indicada.

Lembremos ainda uma qualidade: o destemor. Já disse alhures que, em trabalho mediúnico, temos que ser destemidos, sem ser temerários. Coragem não é o mesmo que imprudência.

O destemor é de extrema utilidade nas tarefas de doutrinação. Fustigados pela interferência dos grupos mediúnicos em seus tene­brosos afazeres, os Espíritos violentos comparecerão possuídos de irritação, rancor e ódio, mesmo. Manifestam-se aos berros, dão murros na mesa, ameaçam céus e terras, procuram intimidar e propõem-se a vigiar-nos implacavelmente, a atacar nossos pontos fracos ou fazer um cerco impiedoso em torflo de nossa família, provocar acidentes, doenças, perturbações. O arsenal de ameaças é vasto, e eles manipulam, com extrema sagacidade, as armas da pressão. Se nos deixarmos impressionar pelas verdadeiras cenas que fazem, estaremos realmente perdidos, porque nos colocaremos na faixa vibratória desejada por eles, Os benfeitores espirituais sempre nos advertem, de maneira tranqüila e segura:

— Nada de temores infundados. Sofremos apenas aquilo que está nos nossos compromissos espirituais, e não em decorrência do trabalho de desobsessão.

É verdadeiro, isso. Seria injusto, por parte das leis supremas, que, evidentemente, governam o Universo, se a paga da dedicação ao irmão que sofre resultasse em sofrimento indevido e em punição imerecida. Estariam subvertidos todos os princípios da Jus­tiça Divina, se assim fosse. É até possível que uma ou outra, das ameaças esbravejadas contra nós, se cumpra, ou seja, aconteça aci­dentalmente, como doença inesperada cm um de nós, ou em membro da nossa família. Estejamos certos de que, na sessão seguinte, virá de novo o irmão infeliz, para se vangloriar:— Eu não disse?Não tema, siga em frente. O trabalho está sob a proteção de forças positivas e abençoadas. Isto, porém, não significa que deve­remos e poderemos deixar cair as guardas. A proteção existe, mas não para dar cobertura à imprudência, à irresponsabilidade.Não custa, pois, anotar mais uma das aptidões necessárias ao bom desempenho do trabalho mediúnico, em geral, e do doutri­nador, em particular: a prudência.Se, porém, um acontecimento desagradável realmente acontecer conosco, ou com alguém da nossa convivência, nitidamente ligado ao trabalho mediúnico, nem assim devemos nos desesperar e inti­midar: estejamos certos de que estava já nos nossos compromis­sos, e mais: os recursos socorristas virão, sem dúvida alguma.

A longa digressão acerca das aptidões desejáveis a um doutrinador não deve necessariamente desencorajar aquele que pretende se preparar para a tarefa. Ele precisa saber que o trabalho é árduo, os riscos são muitos, as qualificações são, idealmente, rigorosas e numerosas, e nenhuma projeção especial o espera. Ao contrário) quanto mais apagado o seu trabalho, mais eficaz e produtivo. Dificilmente um doutrinador reunirá tantos e tão grandes atributos pes­soais. Procuramos, aqui, traçar um perfil ideal e, como todo ideal, difícil, senão impossível de ser atingido. Que isso não desencoraje ninguém à responsabilidade do trabalho. Os Espíritos amigos sabe­rão dosar as tarefas, segundo as forças e as possibilidades de cada grupo.

Por outro lado, o doutrinador é, usualmente, o pára-raios pre­dileto do grupo, porque os Espíritos atribulados, trazidos ao diálogo, com ele se entendem e se desentendem. É nele que identificam a origem de seus problemas. É ele, usualmente, o organizador ou responsável pelo grupo, bem como o seu porta-voz junto ao mundo espiritual. Ainda voltaremos a este tema fascinante, lançando mão de um acervo de experiências pessoais preciosas.

Com respeito ao doutrinador, falta ainda abordar um aspecto final, antes de prosseguir.

Como é também o dirigente humano do grupo, precisa, como já dissemos, estar consciente dessa responsabilidade e usar sua auto­ridade com muito tato, sem abandonar a firmeza. Disciplina não é sinônimo de ditadura. Quando o grupo reunir-se, para debater problemas ligados ao trabalho, deve o dirigente comportar-se como simples participante, para estimular a criatividade e a contribuição dos demais membros. No momento de tomar a decisão, cabe a ele suportar os ônus e as responsabilidades decorrentes. Precisa tratar a todos, médiuns ou não, com o mesmo carinho e compreensão, sem paternalismos e preferências, mas sem má-vontade contra qualquer um dos membros da equipe. Precisa despertar, nos seus compa­nheiros, a afeição, a camaradagem e o respeito. Poderá ser o pri­meiro entre eles; certamente deverá ser o único a falar com os Espíritos; mas não e o maior”.A essa altura, dirá o leitor, algo inquieto:

— Mas é muito difícil ser doutrinador...É verdade. É, sim.

14 outubro 2007

Células Tronco

EM RELAÇÃO ÀS CÉLULAS TRONCO-EMBRIONÁRIAS
Carta de Princípios estabelecida no V Congresso Médico-Espírita
(MEDNESP) - 28/05/2005
Considerando que:

1) As pesquisas com células-tronco embrionárias, embora, teoricamente, mais promissoras, têm revelado, na prática, alto risco na geração de tumores, sendo passíveis de provocar rejeição;

2) Essas pesquisas são realizadas sem o devido respeito ao embrião, reduzido simplesmente à condição de "coisa";

3) Uma vida (a do embrião) não pode ser interrompida em benefício de outra;

4) As pesquisas mais recentes têm demonstrado maior praticidade e boa potencialidade no emprego das células-tronco adultas, com menor risco de rejeição ou de provocar tumores e com bons resultados em casos de leucemias, cardiopatias, AVC (Acidente Vascular Cerebral), etc.;

Declaramo-nos contrários à utilização das células-tronco embrionárias, quer seja em pesquisas ou em terapias, mas posicionamo-nos favoravelmente à utilização das células-tronco presentes no indivíduo adulto e no cordão umbilical.


DIREITOS DO EMBRIÃO

Considerando que:

1) A vida é um bem outorgado por Deus, a qual todos têm direito;

2) O espírito inicia a nova encarnação na fecundação e passa a comandar a embriogênese, em todas as fases, até o término da gestação;

3) De acordo com O Livro dos Espíritos, existem embriões que possuem ou não espíritos destinados à reencarnação; 4) Não existe consenso científico relativo à clonagem humana e terapêutica e também nas manipulações genéticas;
Resolve que:

1) Os direitos do embrião começam com a fecundação;

2) Somos contrários a qualquer método de anticoncepção que interrompa a embriogênese a partir da fecundação;

3) Somos contrários à qualquer intervenção, terapêutica ou não, que interrompa a gestação em qualquer fase, exceto quando houver risco de morte para a mãe;

4) Nos casos de gravidez com mas formações congênitas (anencefalia, hidrocefalia, cardiopatias, meningomielocele e outras) recomenda-se orientação à mãe e envolvidos para que conduzam a gestação até o seu termo;

5) Somos favoráveis aos métodos de controle de natalidade que impeçam a fecundação, como, por exemplo, anticoncepcionais orais e barreiras (preservativos e diafragma), método Ogino-Knauss;

6) Como ainda não existem meios para identificar quais os embriões congelados que possuem ligações com espíritos reencarnantes, todos devem ser preservados;

7) Somos contrários, no momento atual, à clonagem humana, tanto reprodutiva quanto terapêutica, tendo em vista que não podemos realizar experiências em anima nobili (seres humanos vivos);

8) É preciso implantar um trabalho preventivo de orientação sexual pelas AMEs, junto aos pais e educadores, bem como às crianças e adolescentes.

Carta de Princípios elaborada no II Encontro Internacional de Médicos Espíritas – IV Congresso Nacional da Associação Médico Espírita do Brasil - 21/06/2003

O que é célula-tronco?
É um tipo de célula que pode se diferenciar e constituir diferentes tecidos no organismo. Esta é uma capacidade especial, porque as demais células geralmente só podem fazer parte de um tecido específico (por exemplo: células da pele só podem constituir a pele). Outra capacidade especial das células-tronco é a auto-replicação, ou seja, elas podem gerar cópias idênticas de si mesmo.


Diferença entre clonagem terapêutica e clonagem reprodutiva
A clonagem reprodutiva humana é a técnica pela qual pretende-se fazer a cópia de um indivíduo. Nessa técnica transfere-se o núcleo, que pode ser uma célula de um adulto ou de um embrião, para um óvulo sem núcleo. Se o óvulo com esse novo núcleo começasse a se dividir, fosse transferido para um útero humano e se desenvolvesse, ter-se-ia uma cópia da pessoa de quem foi retirado o núcleo da célula.

Na transferência de núcleos para fins terapêuticos as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos; Na clonagem reprodutiva humana há necessidade da inserção em um útero humano.

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Utilidades das células-tronco
As células-tronco podem se transformar em qualquer parte do corpo. Doenças causadas por problemas celulares podem ser curadas por injeções de células-tronco, que passam a fazer a função de suas colegas defeituosas. Tratamentos possíveis:

Doenças neuro-degenerativas – novos neurônios;
Mal de Huntington – correção de neurônios;
Mal de Alzheimer – correção de neurônios;
Mal de Parkinson – correção de neurônios;
Paralisia – corrigem-se os danos causados à espinha dorsal;
Enfarte – recuperação dos tecidos cardíacos;
Cirrose e Hepatite – recuperação de células do fígado;
Diabetes – células novas para a produção de insulina;
Queimadura – regeneração de tecidos da pele;
Artrite – regeneração de embriões;
Osseoartrite – restaura a ligação de ossos e tendões;
Transplantes – células-tronco geram qualquer órgão.

Fonte: http://www.ceismael.com.br/tema/tema062.htm

ABORTO


Considerando que:

1) Nosso paradigma de bioética é o personalista espírita que contempla a dignidade ontológica, a partir do zigoto, onde a vida se inicia;

2) A vida é um bem indisponível, uma doação do Ser Supremo, que se encontra presente no micro e no macrocosmo, conclusão esta decorrente de pesquisas científicas sobre a origem da vida que apontam para a existência de um Planejador Inteligente, bem como de estudos sobre a embriogênese e o psiquismo fetal. As dificuldades dos cientistas em definir o que é vida e a impossibilidade de criá-la originariamente em laboratório são alguns entre os muitos dados demonstrativos da grandeza e da complexidade da Criação Divina;

Posicionamo-nos contrariamente a qualquer método que interrompa a vida em algum ponto do continuum “zigoto-velho", inclusive ao uso da "pílula do dia seguinte" e favoravelmente ao Planejamento Familiar, através de métodos não-abortivos, incluindo, entre estes, o DIU (Dispositivo intra-uterino), desde que utilizado, no período fértil, em combinação com método de barreira.

Carta de Princípios estabelecida no V Congresso Médico-Espírita (MEDNESP) - 28/05/2005

CHICO XAVIER - ABORTO

Programa Pinga Fogo


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