01 dezembro 2008

Todo Médium é Anímico?

"Como distinguir se o Espírito que responde é o do médium ou se é outro Espírito?- Pela natureza das comunicações. Estuda as circunstâncias e a linguagem e distinguirás. "
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec (Cap. XIX, questão 223. § 3)

Em se definindo animismo como a narrativa de fatos atuais ou passados que repontam do inconsciente do médium para o consciente, podemos dizer que, a princípio, quando não educados, os candidatos ao exercício da mediunidade são anímicos, em sua grande maioria.

Como somos Espíritos imortais em longa excursão pelos cenários terrestres, alternando a vestimenta carnal entre o feminino e o masculino, assimilando diversos hábitos regionais e lingüísticos, vivendo tempos de paz c de discórdia, é natural que muitos eventos nos marquem emocionalmente, registrando-se de maneira férrea nos arquivos do inconsciente. Sob a influência de um indutor, um estímulo que se assemelha ao que foi gravado, gera-se uma ponte inconsciente/consciente, podendo, através dessa evocação, ser externado com aparência de realidade atual, aquilo que foi vivido mas não esquecido ou superado.

Conheci um médium que, havendo praticado o suicídio por duas encarnações seguidas, passou anos na mesa mediúnica a transmitir psicofonicamente as comunicações de dezenas de suicidas. –Apenas animismo- diziam-nos em segredo os mentores espirituais. O companheiro praticava a catarse dos longos sofrimentos que lhe cristalizaram na mente os esgares, a sufocação, o fogo na pele, a dor superlativa dos dois gêneros de suicídios pelos quais passara. A doutrinação era exercida como se realmente ali estivéssemos em cantata com um comunicante desencarnado trazido para o atendimento fraterno. No entanto, sabíamos estar falando diretamente ao Espírito do médium, que, portando cristalizações de difícil neutralização, sofria, através das reminiscências afloradas, o drama a que estava vinculado.

Esse período de animismo varia de aprendiz para aprendiz, conforme sejam as marcas emocionais que transporta. O gênero não influi muito. Um estigma é sempre um estigma. Doloroso ou terno, depende do indutor que o faça aflorar, sendo justo que os sofrimentos, pela ulceração que imprimem na alma, sejam evocados com freqüência, pelo caráter peculiar do mundo de provas e expiações em que vivemos, onde a dor é o inquilino pontual e assíduo na convivência com os terrícolas. Acontecimentos ditosos, mas que deixaram saudade, nostalgia, ansiedade, misto de ternura e tristeza, também são arrancados do inconsciente pela idéia indutora que estabeleça uma sintonia com o que foi vivenciado. Até mesmo uma emoção mais fome cultivada na atual encarnação, tal como a admiração profunda por santos e heróis a traduzir-se em fanatismo, pode gerar idéias obsidentes ou cristalizações duradouras, que, nesta ou em outras encarnações, retornam à cena via catarse, para que o médium possa produzir favoravelmente, desobstruindo o canal mediúnico para mensagens dos Espíritos e não de suas mensagens próprias ou espirituais ainda mescladas de personalismo.

Saliente-se que, se o médium, ao receber a mensagem do comunicante, a traduz em linguajar mais culto ou menos intelectual, sem prejuízo da sua essência, não é anímico.

Há de se analisar o nível cultural, o estudo, a fluência, o grau de evolução enfim, de cada indivíduo, encarnado ou desencarnado.

Concluímos afirmando que nem todos os médiuns são anímicos. Alguns o são por idéias e emoções cristalizadas no passado, enquanto outros o serão por idéias e emoções cristalizadas no presente.

Será assim, enquanto o amor não constar como regra de convivência e remédio salutar para os dramas do mundo.

Retirado de "Mediunidade. Tire suas dúvidas" – Editora EME

Animismo por Hermínio Miranda

A teoria e a experiência

Por ocasião dos preparativos ao Congresso Espírita Internacional, programado para Glasgow em setembro de 1937, o comitê organizador escreveu ao cientista italiano Enesto Bozzano convidando-o a participar dos trabalhos na honrosa (e merecida) condição de seu vice-presidente.

Pedia ainda o comitê que Bozzano preparasse um resumo de sua obra, já bastante volumosa àquela época, destacando como tema básico a questão do animismo, de forma a encaminhar uma solução conclusiva para o problema que se colocava na seguinte pergunta-título sugerida para seu ensaio: Animism or spiritualism - Which explains the facts ? (Animismo ou espiritismo - Qual deles explica os fatos?). O eminente pesquisador italiano alcançara, em 1937, a respeitável idade de 75 anos - viveria mais seis anos, pois morreu em 1943 -, e o tema proposto pelos organizadores do congresso significava, como ele próprio o caracterizou, "formidável encargo", dado que se datava de "resumir a maior parte da minha obra de 40 anos". A despeito disso, o idoso cientista entusiasmou-se pelo assunto, que se apresentava como " teoricamente muito importante".

Foi assim que os estudiosos dos fenômenos psíquicos se viram presenteados com mais um de seus notáveis e competentes estudos, que a Federação Espírita Brasileira vem publicando, em sucessivas edições, sob o título Animismo ou Espiritismo ?

Não foi difícil para ele responder o que lhe fora perguntado, mesmo porque a resposta estava implícita em sua obra:

Nem um, nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenos supranormais. Ambos são indispensáveis a tal fim e não podem separar-se, pois que são efeitos de uma causa única, e esta causa é o espírito humano que, quando se manifesta, em momentos fugazes durante a encarnação, determina os fenômenos anímicos e, quando se manifesta mediúnicamente, durante a existência 'desencarnada', determina os fenômenos espiríticos. (Bozzano, Ernesto, 1987.)

O tema já fora tratado, aliás, em outra importante obra a de Alexandre Aksakof, igualmente publicada pela FEB, sob o título Animismo e Espiritismo (2 volumes).

Tanto a obra de Bozzano quanto a de Aksakof são enriquecidas como relato de inúmeros fatos colhidos e examinados com atento critério seletivo. A de Bozzano, como vimos, foi motivada pela solicitação dos organizadores do Congresso de 1937; a de Aksakof resultou de sua corajosa decisão de responder à altura as veementes criticas do filósofo Eduard von Hartmann, intitulada O Espiritismo, que alcançara certa repercussão pelo prestígio de que gozava seu brilhante autor. Somos levados a crer, hoje, que o fator importante no êxito do livro de Hartmann foi o fato de que era o primeiro ataque maciço e inegavelmente inteligente às teses doutrinárias do espiritismo, ao oferecer explicações alternativas aceitáveis, em princípio, ou seja, a de que os fenômenos, nos quais o espiritismo via manifestações de seres desencarnados sobreviventes, deveriam ser considerados como produzidos pelas faculdades normais da mente humana. O vigoroso estudo de Hartmann como que atendia a uma ansiada expectativa de parte de inúmeros cépticos e negativistas irredutíveis, desesperados por uma teoria inteligente que demolisse, de uma vez para sempre, as estruturas do espiritismo nascente. Para estes a obra de Hartmann foi um alívio. Afinal surgia alguém que conseguia 'demonstrar' ser uma glande tolice essa história da sobrevivência do ser que os espíritas estavam a disseminar por toda a parte, conseguindo até 'envolver' figuras da maior projeção na sociedade, nas artes e, principalmente, na ciência. Era uma loucura, a que alguém precisava mesmo por um ponto final. Acharam que Hartmann havia conseguido essa proeza histórica - a de deter com argumentos tidos como irrespondíveis a maré crescente do espiritismo.

Na verdade Hartmann era um pensador de considerável prestígio e montou seu sistema metafísico sobre o conceito do inconsciente, doutrina que expôs com brilhantismo e competência em Die Philosophie des Unbewussten (A Filosofia do inconsciente), publicada em três volumes, em 1869, em Berlim. Era seu segundo Livro e foi acolhido com respeito. Ele morreu em 1906, aos 64 anos de idade, e deixou vasta obra como pensador. Obviamente, suas biografias não abordam o assunto, mas sabemos que ele também sobreviveu como espírito imortal... É certo que voltará um dia para colocar sua brilhante inteligência a serviço de causa menos ingrata do que a de dar combate à doutrina dos espíritos.

O maior impacto da obra de Hartmann sobre o espiritismo, contudo, provem do fato de que ele tinha razão, em parte, pois trabalhou com os recursos da meia-verdade. Não, certamente, por desonestidade artificiosa, mas porque estava convicto de suas posturas teóricas e apresentava fatos observados que lhes pareciam dar sustentação. E, realmente, davam-na, porque fenômenos semelhantes ou idênticos aos mediúnicos ocorrem sem que seja necessário convocar a interferência dos desencarnados.

Aksakof concordou com ele neste ponto, como Bozzano também iria concordar mais tarde. Nenhum dos dois estava excluindo ou escamoteando a realidade dos fenômenos anímicos, ou seja, produzidos pela alma dos encarnados. A divergência entre Aksakof e Bozzano, de um lado, e Hartmann, de outro, estava em que este deixou de considerar em seu estudo os fatos que não se acomodavam à doutrina animista, ou seja, fenômenos que precisavam, irremediavelmente, da doutrina espírita para serem compreendidos e explicados, pois nada tinham que os justificasse como manifestações anímicas.

Escreveu Aksakof:

Para maior brevidade, proponho designar pela palavra animismo todos os fenômenos intelectuais e micos que deixam supor uma atividade extracorpórea ou à distância do organismo humano e mais especialmente todos os fenômenos mediúnicos que podem ser explicados por u1na ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo. (Aksakof, Alexandre, 1983,)

Em nota de rodapé, ele acrescenta que a palavra psiquismo também serviria a esse propósito, mas por uma questão de uniformidade preferiu ficar com radicais e estruturas latinos (anima = alma), dado que o termo destinava-se a ser utilizado em estreita conexão com a palavra espiritismo, de origem latina.

Reservava para esta última palavra - espiritismo - somente os "fenômenos que, após exame, não podem ser explicados por nenhuma da teorias precedentes e oferecem bases serias para a admissão da hipótese de uma comunicação com os mortos. " Observe-se que ele não deseja impor, a qualquer preço, a doutrina da sobrevivência. Embora convicto dela, quer apenas mostrar que há fenômenos muito bem observados e documentados que não se enquadram no rígido esquema de von Hartmann.

O eminente cientista russo propõe para os fenômenos anímicos uma classificação em quatro categorias distintas, todos eles, contudo, resultantes do que ele chama de "ação extracorpórea do homem vivo", isto é, fenômenos produzidos pelo ser encarnado para os quais não há necessidade de recorrer-se à interferência de desencarnados. Nesse quadro ele colocou: 1) efeitos psíquicos (telepatia, impressões transmitidas à distância); 2) efeitos físicos (fenômenos telecinéticos, isto é, movimento à distância); 3) projeção da imagem (fenômenos telefânicos, ou seja, desdobramento); 4) projeção de imagens "com certos atributos de corporeidade", isto é, formação de corpos materializados.

Estou convencido de que teríamos hoje outras categorias a acrescentar e outros fenômenos a enquadrar, bem como fenômenos mistos, nos quais podemos identificar características nitidamente animistas e também interferências ou participação de seres desencarnados. Isto, porém, veremos no momento próprio, neste livro.

É das mais importantes, por conseguinte, a contribuição desses dois eminentes cientistas ao melhor entendimento das faculdades mediúnicas, o russo Alexandre Aksakof e o italiano Ernesto Bozzano, sem nenhum desdouro para o filósofo alemão von Hartmann, que a despeito de seu brilhantismo não conseguiu demolir a realidade da sobrevivência do espírito. Sei que muitos consideram o problema ainda por resolver, mas essa é a verdade e o tempo irá demonstra-la fatalmente e de maneira incontestável, sem mais deixar espaços abertos para os profissionais da negação.

1) O animismo na codificação

Empenhados na elaboração de uma obra tão abrangente quanto possível, os instrutores da codificação se viram forçados a sacrificar o particular em favor do geral, o pormenor em beneficio da visão de conjunto. Do contrário a obra assumiria proporções e complexidades que a tornariam praticamente inabordável. Limitaram-se, pois, no caso específico do animismo, a referências sumárias, apenas para indicar a existência do problema, como que deixando-o a futuros desdobramentos de iniciativa dos próprios seres encamados, ainda que sempre ajudados e assistidos pelos mentores desencarnados. É a impressão que se colhe quando hoje analisamos vários aspectos dos ensinamentos que nos legaram diretamente ou por intermédio dos escritos pessoais de Allan Kardec.

No capítulo XIX de O Livro dos Médiuns ("Do papel dos médiuns nas comunicações espíritas") Kardec reproduz o teor das consultas que formulou a dois dos mais competentes especialistas sobre o fenômeno mediúnico, ou seja, Erasto e Timóteo, que parece terem sido incumbidos de orientar os estudos em tomo da mediunidade.

A alma do médium pode comunicar-se como a de qualquer outro.

Se goza de certo grau de liberdade, recobra suas qualidades de espírito. Tendes a prova disso nas visitas que vos fazem as almas de pessoas vivas, as quais muitas vezes se comunicam convosco pela escrita, sem que as chameis. Porque, ficai sabendo, entre os espíritos que evocais, alguns há que estão encamados na Terra. Eles, então, vos falam como espíritos e não como homens, Por que não se havia de dar o mesmo como médium? Kardec, Allan, 1975.)

Em O Livro dos Espíritos (capítulo VII, "Da Emancipação da alma") foi também abordado o tema da atividade espiritual do ser encamado. Se nos lembrarmos de que a codificação conceitua a alma (anima) como espírito encamado, temos aí a clara abordagem à questão do animismo, embora o termo somente seria proposto, anos mais tarde, por Aksakof, como vimos.

Cuida esse capítulo da atividade da alma, enquanto desdobrada do corpo físico pelo sono comum, e nisto estão incluídos os sonhos, contatos pessoais com outros indivíduos, encamados ou desencarnados, telepatia, letargia, catalepsia, morte aparente, sonambulismo, êxtase, dupla visão.

Todo esse capítulo cuida, portanto, da fenomenologia anímica, ainda que de maneira um tanto sumária, pelas razões já expostas.

3) A palavra dos continuadores

O estudo mais aprofundado dessas questões parece ter sido reservado aos encamados. Assumiram a responsabilidade pela tarefa não apenas Aksakof e Bozzano, como outro seguro e competente estudioso espírita: Gabriel Delanne, em obra aliás, não muito difundida no Brasil, já que não foi traduzida para a nossa língua.

Trata-se de Recherches sur la Médiumnité, com 515 páginas compactas, expondo cerrada argumentação, toda ela apoiada em fatos observados com o necessário rigor científico. O livro compõe-se de dês partes: 1) o fenômeno espírita e a escrita automática das histéricas; 2) animismo; 3) espiritismo.

Que eu saiba, é uma das únicos obras, no contexto doutrinário do espiritismo, que estuda em profundidade o problema da "psicografia automática", ou seja, a escrita produzida pelo inconsciente, funcionando o sensitivo como médium de si mesmo.

Os livros de Boddington também chamam a atenção para este aspecto, mas longe estão da profundidade e da documentação de que se vale Delanne, embora sua atitude seja bem radical ao sugerir que comunicações que estejam dentro das possibilidades culturais do médium devam ser consideradas como originárias do inconsciente do próprio sensitivo. Para o autor inglês, textos de legitima autoria dos desencarnados são somente aqueles que demonstrem conhecimentos superiores ao do médium.

Não apenas julgo o critério demasiado rígido, mas também inadequado, porque dificilmente conheceremos com segurança o vigor intelectual do espírito do médium, ou seja, da sua individualidade, em contraste com seu conhecimento como ser encarnado, na faixa da personalidade. Em outras palavras: o médium pode ser uru espírito de elevada condição intelectual ainda que, como encarnado, seja culturalmente medíocre. É o mais provável, urna vez que a experiência ensina que o acervo mental oculto no inconsciente, na memória integral, tem de ser, necessariamente, muito superior, em volume e qualidade, ao que trazemos no limitado âmbito do consciente e do subconsciente, isto é, nas memórias da vida presente, em contraste com os imensos arquivos das vidas anteriores.

Não é, pois, de admirar-se que um sensitivo dotado de modestos recursos intelectuais, como ser encarnado, seja capaz de produzir, pelo processo da psicografia automática, um texto brilhante, se conseguir criar condições propicias à manifestação anímica, isto é, se permitir que se manifeste em todo o seu potencial seu próprio inconsciente.

Isto, porém, de forma alguma invalida, pelo contrário, confirma a tese de Aksakof e Bozzano, Delanne e outros, de que o fenômeno anímico, longe de excluir a possibilidade do fenômeno espírita, é um fator a mais para corroborar este último.

O raciocino pode ser colocado na seguinte ordem: admitida a sobrevivência do espírito, seria ridículo e anticientífico declarar que o espírito encarnado pode manifestar-se pela psicografia, mas o desencarnado não.

Sei que muitos contestarão o argumento dizendo que ele é falho, no sentido de que não está provada, ainda, a sobrevivência. Isto, porém, não é objeção que me aflija. Primeiro, porque este não é um livro apologético, concebido para demonstrar ou provar a existência ou sobrevivência do espírito e, sim, uma discussão do problema da mediunidade. Segundo, entendo que, enquanto os cépticos os negadores duvidam e procuram demolir as estruturas da realidade espiritual, é preciso que alguém assuma essa realidade - que a nosso ver está suficientemente demonstrada - e dê prosseguimento ao trabalho de inseri-la no contexto humano e colocá-la a serviço de um relacionamento mais inteligente, dinâmico e construtivo das duas faces da realidade, uma visível, outra invisível. A rejeição é problema daquele que rejeita, não do que está convencido dessa realidade. A esta altura da história do espiritismo no mundo, não estão mais obrigados os espíritas a continuar de braços cruzados enquanto os negadores se engalfinham em um verdadeiro corpo-a-corpo para 'provar' que estão com a razão nos seus postulados. Decorrido mais de um século, não conseguiram provar que os nossos estão errados. O problema é deles e está com eles, não conosco. Por isso, a postura assumida neste livro é a de que não temos nada a provar a ninguém, mesmo porque não estamos apoiados em crenças ou crendices, hipóteses ou suposições, mas na sólida estrutura de uma doutrina racional, sustentada por ratos bem observados e bem documentados que nos garantem sua autenticidade pelo testemunho repetido e concordante de cientistas e pesquisadores confiáveis.

2) O fantasma do animismo

Essa realidade nos leva à conclusão que há, sim, fenômenos de natureza anímica, ou seja, que podem ser explicados – e o são mesmo como manifestações do espírito do próprio sensitivo. Que os críticos insistam em dizer que são tais fenômenos produzidos pela mente ou pelo inconsciente das pessoas, isso é problema deles, empenhados como estão em questões semânticas. O espiritismo nada tem a temer, nem aí nem em nenhum outro ponto de sua estrutura doutrinaria. Como tenho dito alhures, o espiritismo tem sua própria teoria do conhecimento que, em vez de resultar de especulações teóricas, ainda que inteligentes e até brilhantes, foi deduzida dos fatos observados. Desmintam os fatos antes de proporem a rejeição ou modificações estruturais inaceitáveis.

Em paralelo com fenômenos de natureza anímica produzidos pelo espírito encarnado, há fenômenos espíritas gerados por seres humanos temporariamente desprovidos de corpos físicos, ou seja, desencarnados.

Essa é a realidade. E uma não exclui a outra, ao contrário, complementam-se e se explicam mutuamente.

Na verdade a questão do animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para espíritas desprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o médium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não espírita. Creio oportuno enfatizar aqui que em verdade não há fenômeno espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencontrados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encamado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, anímicas.

Escrevem Erasto e Timóteo, em O Livro dos Médiuns:

O espírito do médium é o intérprete, porque está ligado ao corpo, que serve para falar, e por ser necessária uma cadeia entre vós e os espíritos que se comunicam, como é preciso um fio elétrico para comunicar à grande distância uma notícia c, na extremidade do fio, uma pessoa inteligente, que a receba e transmita. (Kardec, Allan, 1975.)

Quando falamos ao telefone, por melhor que seja a aparelhagem utilizada, nossa voz sofre inevitável influência do equipamento.

O espírito do médium exerce alguma influência sobre as comunicações que fluem por seu intermédio? Respondem taxativamente os instrutores.

Exerce. Se estes não lhe são simpáticos, pode de alterar-lhes as respostas e assimilá-las às suas próprias idéias e a seus pendores não . influencia, porém, as próprios espíritos, autores das respostas; constitui-se apenas em mau intérprete. (Idem )

E prossegue a aula: assim como o espírito manifestante precisa utilizar-se de certa parcela de energia, que vai colher no médium, para movimentar um objeto, também "para uma comunicação inteligente ele precisa de um intermediário inteligente", ou seja, do espírito do próprio médium.

O bom médium, portanto, é aquele que transmite tão fielmente quanto possível o pensamento do comunicante, interferindo o mínimo que possa no que este tem a dizer.

Quando Kardec pergunta como é que um espírito manifestante fala uma língua que não conheceu quando encamado, Erasto e Timóteo declaram que o próprio Kardec respondeu à sua dúvida, ao afirmar, no início de sua pergunta, que "os espíritos só têm a linguagem do pensamento; não dispõem da linguagem articulada". Exatamente por isso, ou seja, por não se comunicarem por meio de palavras, eles transmitem aos médiuns seus pensamentos e deixam a cargo do instrumento vesti-los, obviamente, na língua própria do sensitivo.

Reiteramos, portanto, que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica. O cuidado que se toma necessário ter na dinâmica do fenômeno não é colocar o médium sob suspeita de animismo, como se o animismo fosse um estigma, e sim ajudá-lo a ser um instrumento fiel, traduzindo em palavras adequadas o pensamento que lhe está sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes.

Certamente ocorrem manifestações de animismo puro, ou seja, comunicações e fenômenos produzidos pelo espírito do médium sem nenhum componente espiritual estranho, sem a participação de outro espírito, encamado ou desencontrado. Nem isso, porém, constitui motivo para condenação sumária ao médium e, sim, objeto de exame e análise competente e serena, com a finalidade de apurar o sentido do fenômeno, seu porquê, suas causas e conseqüências.

Suponhamos, por exemplo, que ante determinada manifestação espiritual em certo médium de um grupo, outro médium do mesmo grupo mergulhe, de repente, em um processo espontâneo de regressão de memória. Pode ocorrer que ele passe a 'viver', em toda a sua intensidade e realismo, sua própria personalidade de anterior existência. Apresentará, sob tais circunstâncias, todas as características de uma manifestação mediúnica espírita, como se ali estivesse um espírito desencontrado.

Vamos lembrar, novamente, o ensinamento de Erasto e Timóteo: "A alma do médium pode comunicar-se como a de qualquer outro". E isto é válido para a psicografia e para a psicofonia ou até mesmo parafenômenos de efeitos físicos. Não nos cansamos de repetir que tais fenômenos não invalidam a realidade da comunicação espírita e, sim, a complementam e ajudam a entendê-la melhor.

A fim de que possamos estudar o mundo espiritual, adverte Delanne, precisamos de um instrumento, um intermediário entre as duas faces da vida - o médium.

"Como possui uma alma e um corpo" - prossegue o eminente continuador de Kardec -, "ele tem acesso, por uma, à vida do espaço e, pelo outro, se prende à Terra, podendo servir de intérprete entre os dois mundos. " Não deixa, portanto, de ser um espírito somente porque está encarnado. Os fenômenos que produzir, como espírito, são também dignos de exame e não de condenação sumária. Algumas perguntas podem ser formuladas para servir de orientação a essa análise. São realmente fenômenos anímicos? Ou interferências pessoais do médium nas comunicações, no processo mesmo de as "vestir" com palavras, como dizem os espíritos? Por que estariam sendo produzidos? E como? Com que finalidade? Como poderemos ajudá-lo a interferir o mínimo possível a fim de que as comunicações traduzam com fidelidade o pensamento dos espíritos?

3) A fraude e o automatismo

Entendo, à vista da experiência pessoal em cerca de duas décadas no. trato constante com a prática mediúnica, que é possível realizar um bom trabalho saneador nas possíveis interferências, não porém pela condenação sumária e áspera do médium. Se ele for, comprovadamente, um médium fraudador, precisará ser tratado com certa energia, nunca, porém, com rudeza ou agressividade. Está realmente fraudando? Por quê? Exibicionismo? Vaidade? Desejo de agradar as pessoas? A despeito de fraudes eventuais ou costumeiras, tem ou não faculdades mediúnicas autênticas? Como ajudá-lo a livrar-se dos seus defeitos e fraquezas, a fim de tornar-se um médium confiável?

A história do espiritismo registra episódios em que médiuns dotados de excepcionais e comprovadas faculdades mediúnicas recorreram também a fraudes, como a legendária Eusapia Paladino, que produziu fenômenos incontestáveis sob as mais severas condições de controle, perante cientistas atentos e geniais, mas que também produzia, por fraude, ridículas imitações, facilmente detectáveis.Atenção, porém, para um pormenor importante que tem sido muito negligenciado nas discussões acerca da mediunidade. O fenômeno fraudulento nada tem a ver com animismo, mesmo quando inconsciente. Não é o espírito do médium que o está produzindo através do seu próprio corpo mediunizado, para usar uma expressão dos próprios espíritos, mas o médium, como ser encarnado, como pessoa humana, que não está sendo honesto nem com os assistentes, nem consigo mesmo. O médium que produz uma página por psicografia automática, com os recursos do seu próprio inconsciente, não está necessariamente fraudando e sim gerando um fenômeno anímico. É seu espírito que se manifesta. Só estará sendo desonesto e fraudando se desejar fazer passar sua comunicação por outra, acrescentando-lhe uma assinatura que não for a sua ou atribuindo-a, deliberadamente, a algum espírito desencontrado.

Sem nenhum receio infundado ou temor de estar oferecendo argumentos aos negadores contumazes da sobrevivência e comunicabilidade dos espíritos, Delanne lembra claramente que:

(...) nas sessões espíritas, ao lado de médiuns verdadeiros, há também automatistas que escrevem mecanicamente e sem consciência aparente do conteúdo intelectual da mensagem. Durante muito tempo tem faltado aos espíritos um critério que lhes permuta proceder a uma triagem entre as comunicações verdadeiras e as produções subconscientes do médium. (Delanne, Gabriel, 1909.) (Grifo nosso)O critério recomendado pelo pesquisador francês é o mesmo de sempre: submeter a atento exame crítico os textos produzidos a fim de separar o joio do trigo. Sem isto, acabam sendo aceitas como revelações do mundo espiritual tolas fantasias subliminares produzidas pelo próprio médium.

Convém observar, contudo - e isto vai por muna conta -, que a mensagem não é tola somente porque emerge do inconsciente do médium, nem é boa e autêntica porque há segura evidência de ser de origem espiritual. O que vale de fato é seu conteúdo, sua coerência, a elevação de seus conceitos éticos ou filosóficos, ainda que a linguagem possa apresentar-se, aqui e ali, com algumas incorreções. Como o espírito do médium também pode comunicar-se - e o faz como espírito, segundo nos assegura a codificação e não como ser humano -, é bem possível que ele tenha uma bagagem espiritual respeitável e uma experiência consolidada por inúmeras vidas que o autorizem a produzir uma comunicação de elevado teor, perfeitamente aceitável do ponto de vista doutrinário e moral e tão autêntica quanto as de origem espiritual, de responsabilidade de seres desencarnados.

Após sensatos e oportunas observações de quem sabe do que fala, Delanne acrescenta:

Parece-nos, portanto, indispensável lembrar que somos mais ricos do que geralmente julgamos. Abaixo da consciência jaz um maravilhoso depósito de documentos inexplorados que têm algo a ensinar-nos sobre o próprio substrato da individualidade, da qual depende nosso caráter. (Idem)

Com o que estamos de pleno acordo. Ainda hoje, no meio espírita, são muitos os que supervalorizam a palavra dos espíritos e consideram com certa desconfiança, hostilidade mesmo ou, ainda, menor dose de confiança o que provém do ser encamado.

Suponhamos, para argumentar, que, reencarnado em futura existência, um espírito da competência de Erasto ou de Timóteo, de Delanne ou de Kardec produza textos anímicos por psicografia automática, sem nenhuma interferência de seres desencarnados. Certamente teremos a aprender com eles, ante a riqueza de seus conhecimentos e experiência a que se refere Delanne no trecho há pouco transcrito. Seria desastroso rejeitar suas produções apenas porque não se consegue detectar nelas quaisquer sinais de origem rigorosamente espírita. Mais adiante, prossegue Delanne:

A escrita automática poderá trazer ao nosso conhecimento textos perfeitamente coordenados, soluções de problemas considerados insolúveis pelo sensitivo ou ensinamentos que nos parecerão inéditos, sem que atribuamos, necessariamente, tais produções a espíritos desencarnados.(Idem)O julgamento de textos, portanto, não deve ser conduzido à base de impulsos e desconfianças apriorísticas e, sim, após criterioso exame crítico de forma e fundo, de conteúdo ideológico e doutrinário. A mensagem é boa? Não importa o nome que a subscreve ou deixa de subscrevê-la. É inaceitável? Por mais 'importante' que seja o declarado autor, deve ser rejeitada sem remorsos.

O que é preciso evitar, em tais circunstâncias, é criar uma atmosfera de suspeição em tomo do médium. Por duas válidas e significativas razões. Se a mensagem não está bem, ainda assim não significa, indiscutivelmente, que ele esteja fraudando. Embora isso possa ocorrer, é também possível que ele tenha acolhido um espírito despreparado que não tenha muito que dar de si, nesse campo. Se, por outro lado, a mensagem é aceitável e até boa ou excelente, também não quer dizer que não possa ter sido produzida pelo próprio espírito do médium, como estamos vendo.

Continua Delanne:

Agora que sabemos da extraordinária riqueza da memória latente, povoada de lembranças de tudo quanto estudamos, vimos, ouvimos e pensamos em nossa vida, que sabemos que a atividade do espírito durante a noite é preservada (na memória), que impressões sensoriais, das quais não temos consciência, podem revelar-se aura dado momento, devemos ser bem circunspectos para afana que o conteúdo de uma mensagem não provém do subconsciente.
(Idem)As mensagens devem, por conseguinte, ser examinadas e aceitas (ou rejeitadas) pelo que são em si mesmas e não por serem de origem espiritual ou anímica. Tanto há mensagens boas de origem anímica como mensagens inaceitáveis de origem espiritual. Não estamos autorizados a colocar o médium sob suspeita apenas porque produziu uma mensagem ou manifestação anímica.

Propõe Delanne critério semelhante ao de Boddington para testar a origem da comunicação. Se ela estiver acima da capacidade do médium, poderá ser considerada como provinda de espíritos desencarnados.

De minha parte, com todo o respeito que me merecem esses dois eminentes autores, não acho que o critério, embora válido sob certos aspectos, seja ainda o definitivo, quando sabemos, pela palavra do próprio Delanne, da insuspeitada riqueza cultural que trazemos nos vastos armazéns da memória inconsciente. Sempre que esse material tiver condições de emergir pelo processo da psicografia automática, será compatível com os conhecimentos que o médium traz como espírito encarnado, dono que ele é de vasto material acumulado ao longo de inúmeras existências pregressas.Jamais nos esqueçamos, contudo, do princípio ordenador da mediunidade, ou seja, o de que ela é um processo de intercâmbio entre as duas faces da vida inteligente e que, portanto, participa de uma e de outra. Do que se depreende que toda comunicação ou fenômeno mediúnico terá sempre um componente maior ou menor de cada uma dessas duas faces da realidade. Há, pois, nas manifestações mediúnicas, um componente espiritual (do desencarnado) e um componente anímico (do encarnado). Como também poderá provir apenas do ser encarnado, sem participação de espíritos desencarnados, pois o espírito encamado também se manifesto como espírito. .Em suma: o espírito desencarnado precisa do médium encarnado para comunicar-se conosco, mas este pode prescindir, sob condições especiais, da participação dos companheiros desencarnados para transmitir seus próprios pensamentos, armados como material que se encontra depositado nos seus arquivos inconscientes.Voltamos, para concluir, reiterando o ensinamento de Ernesto Bozzano sobre a interação animismo/espiritismo:Nem um, nem outro logra, separadamente, explicar o conjunto dos fenômenos supranormais. Ambos são indispensáveis a tal &n e não podem separar-se, pois que são efeitos de uma causa única e esta causa única é o espírito humano que, quando se manifesto, em momentos fugazes durante a encarnação, determina os fenômenos anímicos e quando se manifesto mediunicamente, durante a existência desencarnada, determina os fenômenos espiríticos. (Bozzano, Ernesto, 1987.)

6) Aspectos provacionais do fenômeno anímico

O fenômeno anímico exige, por conseguinte, experiência e atenção de quem trabalha com médiuns regularmente ou ocasionalmente testemunha manifestações mediúnicas. Não constitui, contudo, um tabu, nem se apresenta como fantasma aterrador que é preciso exorcizar.

Escreve André Luiz, em Nos Domínios da Mediunidade:

Muitos companheiros matriculados no serviço de implantação da Nova Era, sob a égide do espiritismo, vêm convertendo a teoria anímica num travão injustificável a lhes congelar preciosas oportunidades de realização do bem; portanto, não nos cabe adotar como justas as palavras "mistificação inconsciente ou subconsciente" para batizar o fenômeno. (Xavier, Francisco C./André Luiz, 1973a.)Refere-se o instrutor Áulus, nesta passagem, a uma senhora que, embora com as usuais características de uma incorporação obsessiva de espírito perseguidor, estava apenas deixando emergir do seu próprio inconsciente memórias desagradáveis de uma existência anterior que nem mesmo o choque biológico da nova encarnação conseguira "apagar".Tratava-se de uma doente mental, cujos passados conflitos ainda a atormentavam e se exteriorizavam naquela torrente de palavras e gestos sonidos como se estivesse possuída por um espírito desarmonizado. No caso, havia, sim, um espírito em tais condições - era o seu próprio e, portanto, ela estava ali funcionando como médium de si mesma, produzindo uma manifestação anímica. Mais que ignorância, seria uma crueldade deixar de socorrê-la com atenção e amor fraterno somente porque a manifestação era anímica. Continua Áulus, mais adiante:Um doutrinador sem tato fraterno apenas lhe agravaria o problema, porque, a pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse corretivo inoportuno em vez de socorro providencial. (Idem)Em Mecanismos da mediunidade (cap. XXIII), encontramos observação semelhante, colocada nestes termos:Freqüentemente pessoas encarnadas nessa modalidade de provação regeneradora são encontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas nos mais complexos estados emotivos, quais se personificassem entidades outras, quando, na realidade, exprimem a si mesmas, a emergirem da subconsciência nos trajes mentais em que se externavam noutras épocas sob o fascínio dos desencarnados que as subjugavam. (Xavier, Francisco C. / André Luiz, 1986.)Lembra esse autor espiritual, a seguir, que se fôssemos levados, pelo processo da regressão da memória, a uma situação qualquer em urna de nossas vidas anteriores e lá deixados por algumas semanas, apresentaríamos o mesmo fenômeno de aparente alienação mental, complicada com características facilmente interpretadas como de possessão, pelo observador despreparado. Ou, então, a pessoa seria tida como mistificadora inconsciente. Em ambas as hipóteses, o diagnóstico estaria errado e, por conseguinte, qualquer forma de tratamento porventura proposto ou tentado.

Escreve ainda André Luiz:

Nenhuma justificativa existe para qualquer recusa no trato generoso de personalidades medianímicas provisoriamente estacionadas em semelhantes provações, de vez que são, em si próprias, espíritos sofredores ou conturbados quanto quaisquer outros que se manifestem, exigindo esclarecimento e socorro. (Idem) (Destaque nosso)Podemos concluir, pois, que muitos médiuns com excelente potencial de realizações e serviços ao próximo podem ser desastradamente rejeitados pela simples e dolorosa razão de que não foram atendidos com amor e competência na fase em que viviam conflitos emocionais mal compreendidos
.

(Diversidades dos Carismas. Teoria e Prática da Mediunidade - Lachatrê Publicações)

21 novembro 2008

Animismo e Mediunidade - André Luiz

Alinhando apontamentos sobre a mediunidade, não será licito esquecer algumas considerações em torno do animismo ou conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação.

Temos aqui muitas ocorrências que podem repontar nos fenômenos mediúnicos de efeitos físicos ou de efeitos intelectuais, com a própria inteligência encarnada comandando manifestações ou. delas participando com diligência, numa demonstração que o corpo espiritual pode efetivamente desdobrar-se e atuar com os seus recursos e implementos característicos, como consciência pensante e organizadora, fora do carro físico.

A verificação de semelhantes acontecimentos criou entre os opositores da Doutrina Espírita as teorias de negação, porquanto, admitida a possibilidade de o próprio Espírito encarnado poder atuar fora do traje fisiológico, apressaram-se os cépticos inveterados a afirmar que todos os sucessos medianímicos se reduzem à influência de uma força nervosa que efetua, fora do corpo carnal, determinadas ações mecânicas e plásticas, configurando, ainda, alucinações de variada espécie.

Todavia, os estardalhaços e pavores levantados por esses argumentos indébitos, arredando para longe o otimismo e a esperança de tantas criaturas que começam confiantemente a iniciação nos serviços da mediunidade, não apresentam qualquer significado substancial, porque é forçoso ponderar que os Espíritos desencarnados e encarnados não se filiam a raças antagônicas que se devam reencontrar em condições miraculosas.

SEMELHANÇAS DAS CRIATURAS

Somos necessariamente impelidos a reconhecer que, se os vivos da Terra e os vivos do Além respirassem climas evolutivos fundamentalmente diversos, a comunicação entre eles resultaria de todo impossível, pela impraticabilidade do ajuste mental.

Seres em desenvolvimento para a vida eterna, uns e outros guardam consigo, seja no plano extra-físico, preparando o retomo ao campo terrestre, ou no plano físico, em direção à esfera espiritual, faculdades adquiridas no vasto caminho da experiência, as quais lhes servirão de recursos à percepção no ambiente próximo.

Tem cada Espírito, em vias de reencarnação, todos os meios de que já se muniu para continuar no circulo dos encarnados o trabalho de aperfeiçoamento que lhe é próprio, conservando-os potencialmente no feto, tanto quanto possui o Espírito encarnado toada as possibilidades que já entesourou em si mesmo para prosseguir em suas atividades no Plano Espiritual, depois da morte.

Assinalada essa observação, é fácil anotar que a criatura na Terra partilha, assim, até certo ponto, dos sentidos que caracterizam a criatura desencarnada, nas esferas imediatas à experiência humana, conseguindo, às vezes, desenfaixar-se do corpo denso e proceder como a Inteligência desenleada do indumento carnal ou, ainda, obedecer aos ditames dos Espíritos desencarnados, como agente mais ou menos fiel de seus desejos.

Encontramos, nessa base, a elucidação clara de muitos dos fenômenos do faquirismo vulgar, em que o Espírito encarnado, ao desdobrar-se, pode provocar, em relativo estado de consciência, certa classe de fenômenos físicos, enquanto o corpo carnal se demora na letargia comum.

OBSESSÃO E ANIMISMO

Muitas vezes, conforme as circunstâncias, qual ocorre no fenômeno hipnótico isolado, pode cair a mente nos estados anômalos de sentido inferior, dominada por forças retrógradas que a imobilizam, temporariamente, em atitudes estranhas ou indesejáveis.

Nesse aspecto, surpreendemos multiformes processos de obsessão, nos quais Inteligências desencarnadas de grande poder senhoreiam vítimas inabilitadas à defensiva, detendo-as, por tempo indeterminado, em certos tipos de recordação, segundo as dívidas cármicas a que se acham presas.

Freqüentemente, pessoas encarnadas, nessa modalidade de provação regeneradora, são encontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas no mais complexos estados emotivos, quais se personificassem entidades outras, quando, na realidade, expõem a si mesmas,- a emergirem da subconsciência nos trajes mentais em que se externavam noutras épocas, sob o fascínio constante dos desencarnados que as subjugam.

ANIMISMO E HIPNOSE

Imaginemos um sensitivo a quem o magnetizador intencionalmente fizesse recuar até esse ou aquele marco do pretérito, pela deliberada regressão da memória, e o deixasse nessa posição durante semanas, meses ou anos a fio, e teremos exata compreensão dos casos mediúnicos em que a tese do animismo é chamada para a explicação necessária. O «sujet», nessa experiência, declarar-se-ia como sendo a personalidade invocada pelo hipnotizador, entrando em conflito com a realidade objetiva, mas não deixaria, por isso, de ser ele mesmo sob controle da idéia que o domina.

Nas ocorrências várias da alienação mental, encontramos fenômenos assim tipificados, reclamando larga dose de paciência e carinho, porquanto as vítimas desses processos de fixação não podem ser categorizadas à conta de mistificadores inconscientes, pois representam, de fato, os agentes desencarnados a elas jungidos por teias fluídicas de significativa expressão, tal qual acontece ao sensitivo comum, mentalmente modificado, na hipnose de longo curso, em que demonstra a influência do magnetizador.

DESOBSESSÃO E ANIMISMO

Nenhuma justificativa existe para qualquer recusa no trato generoso de personalidades medianímicas provisoriamente estacionadas em semelhantes provações, de vez que são, em si próprias, Espíritos sofredores ou conturbados quanto quaisquer outros que se manifestem, exigindo esclarecimento e socorro.

O amparo espontâneo e o auxílio genuinamente fraterno lhes reajustarão as ondas mentais, concurso esse que se estenderá, inevitável, aos companheiros do pretérito que lhes assediem o pensamento, operando a reconstituição de caminhos retos para os sensitivos corporificados na Terra, tão importantes e tão nobres em sua estrutura quanto aqueles que os doutrinadores encarnados se propõem traçar para os amigos desencarnados menos felizes.

Aliás, é preciso destacar que o esforço da escola, seja ela o recinto consagrado à instrução primária ou a instituto corretivo, funciona como recurso renovador da mente, equilibrando-lhe as oscilações para níveis superiores.

Não há novidade alguma no impositivo da acolhida magnânima aos obsessos dessa natureza, hipnotizados por forças que os comandam espiritualmente, a distância.

ANIMISMO E CRIMINALIDADE

Os manicômios e as penitenciárias estão repletos de irmãos nossos obsidiados que, alcançando o ponto específico de suas recapitulações do pretérito culposo, à falta de providências reeducativas, nada mais puderam fazer que recair na loucura ou no crime, porque, em verdade, a alienação e a delinqüência, na maioria das vezes, expressam a queda mental do Espírito em reminiscências de lutas pregressas, à semelhança do aluno que, voltando à lição, com recursos deficitários, incorre lamentavelmente nos mesmos erros.

O ressurgimento de certas situações e a volta de marcadas criaturas ao nosso campo de atividade, do ponto de vista da reencarnação, funcionam em nossa vida íntima como reflexos condicionado, comprovando-nos a capacidade de superação de nossa inferioridade, antigamente positivada.

Se estivermos desarmados de elementos morais suscetíveis de alterar-nos a onda mental para a assimilação de recursos superiores, quase sempre tornamos à mesma perturbação e à mesma crueldade que nos assinalaram as experiências passadas.

Nesse fenômeno reside a maior percentagem das causas de insânia e criminalidade em todos os setores da civilização terrestre, porquanto é ai, nas chamadas predisposições mórbidas, que se rearticulam velhos conflitos, arrasando os melhores propósitos da alma que descure de si mesma.

Convenhamos, pois, que a tarefa espírita é chamada de maneira particular, a contribuir no aperfeiçoamento dos impulsos mentais, favorecendo a solução de todos os problemas suscitados pelo animismo. Através dela, são eles endereçados à esfera iluminativa da educação e do amor, para que os sensitivos, estagnados nessa classe de acontecimento, sejam devidamente amparados nos desajustes de que se vejam portadores, impedindo-se--lhes o mergulho nas sombras da perturbação e recuperando-se-lhes a atividade para a sementeira da luz.


(F C Xavier - Waldo Vieira – em Mecanismos da Mediunidade - FEB)

18 novembro 2008

Doenças Mentais à Luz da Doutrina Espírita

Ricardo Di Bernardi

Entrevista feita pela Internet, questionamentos efetuados pelo Centro Espírita MANOEL FRANCISCO DA LUZ de Florianópolis SC em 05 de Julho de 2005

P - O que são e quais são as deficiências mentais?

RDB - São significativas dificuldades de desenvolver raciocínios, organizar idéias, manifestar sentimentos ou a aparente impossibilidade de expressar sentimentos e raciocínios. São inúmeras! Poderemos detalhar mais
adiante...

P - O que são e quais são os transtornos mentais?

RDB - Considero que são dificuldades súbitas ou secundárias a outros fatores, de expressar pensamentos e sentimentos. São inúmeros, dependendo da personalidade de cada pessoa, portanto, das peculiaridades de cada indivíduo.
P - Qual a origem destes transtornos sob a ótica da medicina tradicional e sob a ótica espírita ?

RDB - Não consigo raciocinar nem entender as deficiências mentais ou transtornos sem incluir o raciocínio espírita, mas poderia dizer que surgem quando um indivíduo sente-se agredido por um fator externo que bloqueia seu raciocínio ou sua sensibilidade psíquica. É muito comum que um fato tenha ocorrido muitos anos atrás, na infância por exemplo, e um fato novo, muitas vezes simples e sem gravidade, seja associado, até inconscientemente, com fatos anteriores trazendo à tona questões antigas.

P - Do ponto de vista espiritual, onde e quando se originam?

RDB - A origem é sempre espiritual, pois o cérebro não pensa, quem pensa é o espírito. O cérebro retransmite o que pensamos. O cérebro, também , não produz sentimentos, apenas reproduz sentimentos da alma. Nossos arquivos perispirituais contêm registros de inúmeras encarnações que muitas vezes jazem adormecidos a espera do estímulo para serem corrigidos, burilados e reorganizados de forma equilibrada. Todo raciocínio acima, da medicina tradicional, é aceito pela visão espírita, apenas é ampliado pelo conhecimento do espírito. E, isto vale para todas as questões nesta área.

P - Sob o ponto de vista médico e espírita, quais as causas ou origens das deficiências mentais?

RDB - Do ponto de vista médico, existem as:


1- que se manifestam pelo encontro de genes do pai e da mãe, genes que trazem determinação para defeitos ou doenças ;

2- que se manifestam por erros na separação ou distribuição de cromossomos no óvulo e/ou no espermatozóide;

3- congênitas ou seja as que, aparentemente, surgem por problemas durante a gestação como provocadas pela rubéola e outras doenças;

4- que se manifestam por traumas de parto, como falta de oxigenação cerebral determinando paralisia cerebral etc.

5- adquiridas após o nascimento, ocasionadas por :



a) acidentes graves;
b) infecções que afetam o sistema nervoso central tipo encefalites e outras;
c) desequilíbrios hormonais como doenças da tireóide e outras;
d) intoxicações graves por venenos;
e) senilidade ou seja envelhecimento do sistema nervoso central;
f) doenças degenerativas do cérebro, como Alzheimer.
g) acidentes vasculares cerebrais - AVC ( derrames, tromboses cerebrais );
h) muitas outras ...

Na visão espírita, o corpo espiritual (corpo astral, psicossoma, perispírito...) traz, de outras encarnações, alterações energéticas ou desequilíbrios que vibram em uma determinada freqüência e, por isto, sintonizam, favorecem, ou atraem estas situações de distúrbios mentais. Há também situações decorrentes da atual existência, assim: o espírito quando produz constantemente pensamentos ou expressa sentimentos de baixo nível, ou seja, doentios, estes são veiculados pelo perispírito e se manifestam no corpo, gerando graves problemas e alterações no corpo físico e modificando a expressão de idéias, pensamentos e sentimentos...

P - Quais as finalidades ou objetivos espirituais das deficiências físicas e mentais? Débitos?
RDB- As finalidades são, sempre, gerar benefícios, ou oportunidades de crescimento para o espírito. São conseqüências do automatismo da Lei Perfeita do Universo. Nunca são punições ou castigos. a Lei Universal é automática. Deus é onipresente e, portanto, está dentro de nós. Quando o Mestre Jesus disse: "Vós sois deuses, Deus está em vós", quis nos dizer: Deus não é um ser emocional e externo a nós, que tem uma personalidade mutável... a Lei está escrita na nossa consciência, no nosso espírito. A Lei Universal não pune, não premia, não castiga e não perdoa: simplesmente, é a Lei De Amor e Justiça... Como estamos mergulhados na Energia Divina, tudo que pensamos, sentimos ou fazemos retorna para nós, é a Lei de Ação e Reação. Automaticamente, há o retorno como há a liberdade em semear mas a obrigatoriedade ( automatismo) da colheita. No entanto, cabe-nos continuar a semear o melhor para colhermos ainda nesta vida melhoras importantes. Isto é o mais importante !

P - Existe alguma deficiência mental e/ou física que não tenha causas espirituais?

RDB- Somos espíritos encarnados. Tudo que ocorre no corpo biológico decorre de fragilidades e tendências (que podem ser amenizadas, tratadas ou evitadas) do nosso corpo espiritual, as quais, por sua vez, refletem as tendências e fragilidades da essência espiritual. Até mesmo acidentes ocorrem devido a predisposições espirituais do indivíduo. Predisposições não são fatos ou situações que são determinadas, repito, são tendências a serem evitadas ou tratadas. Lembro que podem ser, também, predisposições ou atitudes do espírito tomadas na vida atual.

P - Os transtornos mentais podem surgir subitamente em pessoas maduras?

RDB- Aparentemente sim, mas sabemos que os computadores do perispírito trazem não uma determinação mas uma tendência neste sentido. A manifestação pode ser evitada, ou não, conforme as atitudes da pessoa, conforme seu modo de agir nesta encarnação.

P - As deficiências e ou transtornos mentais manifestam-se em estágios? É possível alguém ser portador de uma deficiência mental de manifestação tão sutil que permite o ser desfrutar de uma vida normal ? Elas podem ser hereditárias?Podem aparecer em fases da vida, de um momento para o outro? Quais os motivos?

RDB- Há uma autoprogramação nos nossos "computadores" perispirituais no sentido de que o indivíduo expresse uma tendência ou dificuldade na época mais adequada para a eliminação, do corpo espiritual, dessa deficiência. Tudo que fizemos em vidas anteriores está nos nossos arquivos. Somos constituídos de trilhões de núcleos de energia.Tudo que somos, inclusive as questões que ainda não superamos, constituem-se em registros ou núcleos de energia. Tais núcleos pulsam, irradiam vibrações que partem da profundidade do nosso espírito e atingem nosso corpo. Como continuamos pensando e emitindo sentimentos, estamos refazendo nosso destino e portanto, com pensamentos de amor e harmonia, neutralizando alguns núcleos, higienizando outros ou mantendo-os, e até estimulando novos registros. Problemas eclodem em certas épocas da vida dependendo das tendências anteriores, e das atitudes atuais. Há também registros que se exteriorizam na faixa etária correspondente à mesma idade que ocorreram no passado. É a nova oportunidade de refazermos o que fizemos de forma equivocada.

P - No âmbito do perispírito, como podemos entender as deficiências físicas e mentais? São sempre provas?

RDB - Não! são muitas vezes oportunidades que pedimos para desenvolver novas habilidades, novas percepções, novas sensibilidades. Um grande missionário entre cegos solicitou que antes deste trabalho pudesse reencarnar como cego para associar todo seu amor e sabedoria à experiência de, também, ter sido cego. Associar teoria, amor, sabedoria e vivência prática.

P - Os processos obsessivos prolongados podem resultar em danos mentais permanentes?

Sim, podem. Lembremos, no entanto, que esta história tem antecedentes. Ninguém está sendo obsediado sem uma longa história anterior que precisa ser detalhada, conhecida, analisada com amor e sabedoria.

P - Explique a síndrome de Down.

RDB - Dá um livro bem grande... São espíritos que estão, por amor, tendo uma oportunidade de drenarem algumas deficiências perispirituais para o novo corpo físico. Estão se libertando de deficiências no corpo espiritual através desta drenagem. Cada caso é um caso específico. Seus pais ou afins que convivem têm um histórico que os une e uma oportunidade de crescimento. Nunca devemos pensar em castigo nem punição, esta é uma idéia distorcida e de influência judaico-cristã medieval. Exemplificando na síndrome de Down (= Mongolismo) como o fenômeno ocorre: Um espírito que possui lesões no corpo astral, ao sintonizar as suas vibrações com a psicosfera materna e com o chakra genésico materno, o seu magnetismo perispiritual determina automaticamente que a ovulação se faça de forma patológica. O óvulo ao ser formado ao invés de conter 1 cromossomo de cada par (número haplóide), levará um dos pares colados,( o par número 21 irá em número diplóide) não se separam na meiose ou seja no processo em que o óvulo divide cada par em sua metade (daí meio = meiose ) seus cromossomos. Antes de ser fecundado, este óvulo é envolvido pelas vibrações do espírito reencarnante refletindo o distúrbio perispiritual. As vibrações do óvulo, que correspondem as vibrações do espírito, atrairá o espermatozóide cujos genes estão na freqüência vibratória do merecimento ou necessidades evolutivas do espírito. Assim se oportuniza a drenagem dos desequilíbrios energéticos para o corpo físico, visando libertar o corpo astral de campos energéticos ainda não harmonizados.

P - Há sofrimento para o portador de deficiência física ou mental acentuada, que não pode usar o livre arbítrio e é dependente integral de terceiros ?

RDB - Depende de cada espírito, não se pode generalizar um conceito para todos os casos. Na realidade, o que importa é que está sendo muito beneficiado. Alguns (não todos!) podem estar nesta condição para serem protegidos de grandes equipes de perseguidores espirituais que o deixariam desesperado, outros estão, por amor, se exercitando para outras vidas, outros ainda drenam defeitos do perispírito, e outros se propuseram a prestar auxílio aos pais na superação de dificuldades etc...

P - Os filhos de mães dependentes químicos podem ser afetados em sua gênese fisio-psíquica e apresentarem deficiência mental ao nascer?

RDB - Sim.

Ambos estariam entrelaçados por provas e expiações comuns?

RDB - Sim.

P - Qual a situação do deficiente mental durante o sono físico? Seu espírito emancipa-se do corpo físico? Ele tem percepção de sua situação atual? Ele goza de lucidez? Mantém a deficiência mental ou liberta-se dela?

RDB- É variável. Às vezes é importante que ele fique preso ao corpo biológico para sua proteção dos obsessores, ás vezes se emancipa e retorna a consciência de seus conhecimentos, pois sua passagem aqui é para fins de experiência por ele mesmo solicitada. Às vezes é um espírito violento e, igualmente aos não-deficientes que são violentos, ao se libertar do corpo buscam companhias trevosas. Vejam, depende de cada caso. Não é possível generalizar.

P - Os deficientes mentais comunicam-se com o mundo espiritual?

RDB - Sim.

P - De que forma?

RDB - Pela emancipação da alma no sono, pela sintonia e influência dos protetores, pela sintonia e influência dos obsessores,

P - Como ocorrem suas vivências espirituais e emocionais? Como é a percepção deles destes fenômenos?

RDB - Depende de cada caso. Alguns buscam ou são levados durante o sono às colônias de tratamento na espiritualidade, outros guardam percepções de encontros em outras regiões, outros ainda registram, no seu espírito-perispírito e cérebro, novas intuições ou estímulos para despertar pensamentos e sentimentos.

P - Ao desencarnar, o deficiente físico ou mental leva consigo, em seu perispírito, a deficiência experimentada na última existência?

RDB- A curto prazo, alguns sim, outros não. A médio e longo prazo depende da mudança do padrão vibratório mental, ou seja, da natureza do seu pensamento e sentimento. No futuro imediato ou longínquo, todos serão não-deficientes.

P - Uma encarnação é suficiente para curar uma deficiência mental grave?

RDB- Depende da mudança íntima do espírito.

P - Como entender a evolução do espírito perante a deficiência física e mental?

RDB- Cada indivíduo tem um histórico:


a) Em alguns, o desequilíbrio, conseqüência do passado, está sendo reequilibrado através da drenagem no corpo físico. É uma oportunidade, dada pela Lei de Amor, para que o espírito não permaneça no estágio de desequilíbrio;
b) Para outros é como um momento de repouso mental visando aliviar suas angústias ou seu desespero.


P - Nas famílias onde há portadores de deficiências físicas e mentais, é sempre prova para os pais de filhos portadores ou apenas para o reencarnante?

RDB- Geralmente todos estão envolvidos por um passado comum. Lembro que este envolvimento pode ser também por amor, ou por se oferecerem pra auxiliar, mas não há o "acaso" simplesmente.

P - Como podemos entender o caso de uma pessoa normal que manifesta uma deficiência mental após ser vítima de um acidente, e fica tolhida do uso de seu livre arbítrio já na idade adulta? Isto também é prova?

RDB- Já havia, nos arquivos do seu corpo espiritual, regiões em desarmonia que não foram trabalhadas e, permanecendo em baixa vibração, atraíram ou sintonizaram fatores ambientais que levaram ao acidente. Trata-se de uma conseqüência. Sempre será um aprendizado.

P - O espírito que reencarnará com deficiência mental recebe antecipadamente auxílio daqueles que serão seus pais?

RDB- Alguns sim, se os pais têm condições. Outros tem pais que não possuem equilíbrio ou condições para tal, os protetores espirituais fazem este trabalho

P - Quais os aspectos do tratamento e da conduta do indivíduo que merecem maior ênfase, no caso dos transtornos mentais?

RDB- Disposição, na sua essência, para Reforma Íntima.

P - Existe algum processo fisiopsíquico que permita a restauração do psicossoma de um deficiente mental? Como funcionaria?

RDB- Sim. Há casos de desencarnados que tratamos nas nossas sessões espíritas. Iniciamos esta restauração (tive a ousadia de criar o verbete perispiritoplastia para este processo). A maioria deles continua o processo nos hospitais da espiritualidade. Funciona pela impregnação perispiritual no enfermo de energias dos presentes, ectoplasma, energias da natureza e auxílio dos mentores espirituais. Não é infalível, não depende só de nós, sobretudo depende da fruta estar madura para ser colhida. Mas é preciso existir quem possa colhê-la .

P - Quais as terapêuticas médica e espiritual indicada para o caso das deficiências mentais? E para os transtornos mentais?

RDB- Depende do cada tipo. Melhor é associar várias frentes ou tratamento multidisciplinar com o espiritual.


o Psicológico ( espírita melhor ainda )
o Médico Homeopático
o Médico Clínico
o Médico Psiquiátrico
o Sessões de Desobsessão
o Tratamento e apoio aos familiares
o Serviço Social de Caso e de Grupo com Assistente social .
o Educação
o Educação Espírita
o Reunião Semanal de Harmonização no Lar


P - A terapêutica do passe pode auxiliar no tratamento de cura das deficiências mentais? E no caso dos transtornos mentais?

RDB- Sim, a transfusão de energias pode auxiliar em qualquer situação. Como sempre, depende de sintonia, ambiente adequado, conhecimento melhor do problema e da dedicação.

P - Quais as recomendações práticas, ao paciente e aos familiares, para lidar com as deficiências físicas e mentais e com os transtornos mentais?

RDB- Daria um livro bem grande... Resumindo: AMOR

P - Qual a importância da convivência social para os portadores de deficiências e transtornos mentais? (educação escolar, trabalho, esporte, etc.)

RDB- Aprendizado constante, exercício constante, renovação constante, oportunidade constante.

P - A Casa Espírita, através da Doutrina Espírita, poderia evangelizar os portadores de deficiência e/ou transtorno mentais?

RDB- Sim, porém, com trabalhos adequados e especializados.

23 setembro 2008

Obreiros da Vida Eterna - Resumo


Esta obra nos fornece notícias das zonas da erraticidade que envolvem a crosta terrestre. O Espiritismo comprova que ningém morre e o aperfeiçoamento continua em toda a parte.

Mostra que a morte não modifica o homem de forma milagrosa. Ele é fruto de si mesmo no cumprimento das leis divinas, buscando equilíbrio e evolução.

Analisa as experiências dos Espíritos na vida que continua no plano espiritual, com suas instituições templos e lares.

Apresenta o trabalho dos obreiros de Jesus na assistência cristã, lutando contra as trevas, aliviando os sofrimentos, renovando as criaturas.

Demonstra que a morte não acaba com a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intervenção confortadora, o serviço evolutivo.

André Luiz, nesta obra, ao nos mostrar as diferentes regiões em que estacionamos desencarnados, comprova a tese de Kardec sobre a existência da erraticidade, onde demoram os seres desencarnados, vivendo uma nova vida e preparando­-se para a volta à jornada terrena.

Esclarece, ainda, sobre as diferentes zonas que envolvem a crosta terrestre, comentando os quadros emocionais, assentados nas eternas Leis Divinas que definem a organização de justiça, ordem e equilíbrio.

É um retrato do bem e do mal, em interação no Além e entre a crosta terrestre e a erraticidade.
Engajado no trabalho de assistência e socorro espiritual, o Autor agora integra uma nova equipe de benfeitores, ligada a uma instituição de socorro denominada "Casa Transitória". "Trata-se de uma grande instituição piedosa, no campo de sofrimentos mais duros em que se reúnem almas recém-desencarnadas, nas cercanias da Crosta Terrestre, a qual, segundo nos informou o chefe da expedição, fora fundada por Fabiano de Cristo, devotado servo da caridade entre antigos religiosos do Rio de Janeiro, desencarnado há muitos anos." (capítulo IV).Nessa Instituição, ao tempo em que auxiliava no trabalho de socorro, André Luiz prosseguiu seus estudos sobre a vida no outro mundo. Participou de expedições nas zonas inferiores do plano espiritual e na Terra, sempre no trabalho de socorro aos necessitados. Atendendo ao seu desejo de aprofundar seus conhecimentos, sempre aproveitava a experiência colhida com o trabalho para desenvolver os estudos e transmitir seus ensinamentos.

08 setembro 2008

Nosso Lar - A Colônia

O relato da existência da cidade conhecida como Nosso Lar foi fornecido pelo espírito André Luiz a Chico Xavier, e se destaca como uma das narrativas mais complexas do mundo espiritual.
Muito se fala e se questiona sobre a vida após a morte, talvez pela necessidade ancestral do homem em saber se existe algum lugar para onde sua alma iria após a morte do corpo físico; ou, simplesmente, a curiosidade natural do homem sobre o desconhecido.
Uma das mais conhecidas comunicações sobre a vida após a morte surgiu nos relatos do espírito André Luiz ao médium Chico Xavier no livro Nosso Lar. Ele se refere à existência de uma cidade completa, no plano espiritual, além de uma região que ficou conhecida como Umbral. Esse plano espiritual se situa próxima à crosta terrestre, e nele o espírito continua possuindo as sensações físicas próprias da vida terrestre, como alterações de temperatura, fome, sede, dificuldade em respirar, etc. Ali é possível comer e beber como fazia quando era vivo.

André Luiz comunicou que, quando se encontrava no Umbral, sentia sono e tentava dormir, mas era acordado por seres monstruosos – “seres animalescos que passavam em bandos” -, e que o acusavam de ter se suicidado, afirmação, a seu ver, incorreta, mas que, mais tarde, entendeu ter sua verdade, uma vez que o tempo que ele poderia ter vivido na Terra foi encurtado devido aos excessos que cometera aqui.

Nesse lugar, o espírito de André Luiz viu loucura, risos exagerados, gritos desesperados, e fez de tudo para sair dali. Vendo-se preso em um lugar sombrio, ele pediu ao “Supremo Autor da Natureza” – pois não era seguidor de qualquer religião em vida – que o ajudasse. Assim, conseguiu enxergar entidades prontas para auxiliá-lo, contatando que a fé é uma manifestação divina do homem. Posteriormente, soube que existia cachorros e aves de corpos volumosos (íbis viajores) – pássaros devoradores de formas mentais perversas – que ajudavam no transporte dos espíritos para fora do Umbral.

André foi levado a um lugar muito parecido com os hospitais da Terra. Lá, foi acolhido por Clarêncio, um homem que “se apoiava em um cajado de substancia luminosa”. Pôde então entender que as vaidades da experiência humana mataram seu corpo físico, sendo, pois, considerado um suicida. Depois, ficou sabendo que o hospital onde estava era apenas um dos muitos que haviam naquele lugar, todos com a finalidade de tratar os males que as pessoas traziam de suas vidas anteriores, assim como curar as males causados por suas próprias ações na sua última vida.
Ele verificou que sua percepção visual e auditiva era muito maior. Clarêncio lhe explicou que o Sol – assim como a Lua e as estrelas – que ali iluminava, era o mesmo que ilumina a Terra, pois o lugar estava situado em esferas espirituais vizinhas ao nosso planeta.

André estava em Nosso Lar, uma espécie de cidade espiritual. Ao longo da narrativa, esse local é descrito de forma detalhada, assim como os acontecimentos e sensações pelas quais esse espírito passou.

Para a recuperação inicial de sua alma – após ter passado oito anos, segundo calendário da Terra, na escuridão do Umbral -, ele é examinado por um médico e recebe caldos, água portadora de fluidos divinos e passes magnéticos. Tudo que é relatado é semelhante a uma vida absolutamente normal além da morte; porém, as vibrações do ambiente são outras. Há vibrações de paz e alegria por todos os lados, e a renovação das energias é feita essencialmente através da natureza.

GRANDIOSOS EDIFÍCIOS,

Espaços regulares e ordenados, formas diversas, casinhas cercadas de muros de hera, parques, animais domésticos, e todos os lugares repletos de muito verde; assim é descrito o Nosso Lar. Há, ainda, grandes fábricas de preparação de sucos, de tecidos e artefatos em geral, que dão trabalho a mais de cem mil criaturas.

A ordem dessa “zona de transição” procede do mundo superior, sendo coordenada por um governador. O governador, que em 1939 – ano em que André é acolhido em Nosso Lar – completava o 114° aniversário de sua direção, conta com mais de três mil funcionários na administrarão da Governadoria, tendo mais fieis ministérios. Os espíritos que habitam o Nosso Lar aprenderam a prática dá divisão das tarefas administrativas em “departamentos espirituais”, por meio de visitas aos serviços da Alvorada, uma das colônias espirituais mais importantes que os circuvizinham.

Cada ministério é auxiliado por doze ministros. O Ministério do Auxilio é responsável por atender os doentes, ouvir e selecionar as preces, preparar reencarnações terrenas, socorrer as almas que se encontram no Umbral e as que choram na Terra; os Ministérios da Regeneração, da Comunicação e do Esclarecimento entre outras coisas cuidam, respectivamente, de regeneração de almas, da comunicação de Nosso Lar com a Terra e com o plano superior, e do esclarecimento da vida. Os Ministérios da Elevação e o da União Divina possuem uma estreita ligação com o plano superior e realizam os serviços mais sublimes.
A governadoria se encontra no centro da praça principal dessa cidade espiritual e é a partir dela que estão distribuídos os outros seis ministérios, de forma triangular.

Segundo André Luiz, o Nosso Lar é apensa umas das muitas colônias espirituais existentes. Cada uma apresenta particularidades essenciais e permanecem em graus diferentes de ascensão, tal como aqui na Terra, onde há sociedades bem diferentes. Essa colônia, particularmente, é uma antiga fundação de portugueses desencarnados no Brasil no século 16. Esses portugueses se tornaram missionários da criação do Nosso Lar.

André ouviu inúmeras histórias por lá, contadas por moradores mais antigos. Uma delas é sobre a alimentação na cidade, que antigamente dava brechas para a sustentação de vícios terrenos. Os alimentos terrenos eram adquiridos no Umbral; dessa forma, os espíritos que ali se encontravam viam uma abertura para chegar ao Nosso Lar. A cidade acabou sofrendo uma tentativa de invasão pela multidões obscuras, obrigando a Governadoria a reduzir a alimentação à inalação de princípios vitais da atmosfera, através da respiração e de água misturada a elementos solares, elétricos e magnéticos – seguindo as Leis da Simplicidade.

A água utilizada ali – tanto como o alimento quanto como remédio – vem do Bosque da Águas; ela é mais tênue e pura que a da Terra, quase fluida, pois a densidade é diferente. Sua magnetização e distribuição são feitas pelo Ministério da União Divina, sendo essa atividade um dos únicos serviços materiais exercidos por ele.

Há também os Serviço de Trânsito e de Transporte, que age como o serviço de transito daqui da Terra, porém, com um meio de transporte muito diferente: o aerobus, que é um grande carro aéreo, suspenso do solo a uma altura de mais ou menos cinco metros, e que pode transportar muitos passageiros com grande velocidade. Segundo André, ele é constituído de material muito flexível, é bastante extenso e parece estar ligado a fios invisíveis, em virtude do grande número de antenas que se localizam na parte de cima – podendo ser comparado, em nosso planeta, a funicular (transporte utilizado em aclives e declives fortes, com a tração funcionando por meio de cabos).

Há também lugares reservados para a educação, estudos e conferências; são os chamados “salões verdes”. Eles se localizam nos parques do Ministério do Esclarecimento, dentro de um castelo de vegetação em forma de estrela. Os moradores do Nosso Lar acreditam que os estudos formam a base justa para a resolução de problemas e que, com os espíritos reunidos, compartilhando opiniões e experiências, são capazes de tomar decisões sem se converterem a opiniões pessoais.
Já recuperado e mais bem disposto, André sai do hospital e se instala na casa da família espiritual do amigo e auxiliar de sua recuperação, Lísias. Ali, aprende a valorizar ainda mais o lar através dos ensinamentos da mãe de Lísias.

O lar na Terra é muito semelhante ao do Nosso Lar, ou melhor, como é dito a André: “o lar terrestre é que, de há muito, se esforça por copiar esse instituto doméstico”. Porem, os casais terrestres muitas vezes se deixam ser invadidos pelo ciúme, pelo egoísmo e pelas vaidades pessoais, deixando para trás o sentido real do lar.

D. Laura, amãe de Lísias, explicou a André que “o lar é como um ângulo reto nas linhas do plano da evolução (...) O lar é o sagrado vértice onde o homem e a mulher se encontram para o entendimento indispensável”. Diz também que nele as pessoas devem se unir espiritualmente antes que corporalmente, e viver com todo o coração e com toda a alma.

O casamento espiritual é realizado através da combinação vibratória, da afinidade máxima, não uma união que vai se desgastando com o tempo, como ocorre muitas vezes na Terra. O Nosso Lar defende o equilíbrio através do amor e, a partir desse sentimento, homens, e mulheres realizam suas funções e compartilham experiências.

André, em meio a tantos ensinamentos e com a disposição renovada, começa a sentir necessidade de voltar a trabalhar – era médico na Terra. E como “quando alguém deseja algo ardentemente, já se encontra a caminho da realização”, ele foi aceito no auxílio aos enfermos, não como médico, pois ainda não poderia ocupar tal função em Nosso Lar, mas como um aprendiz.
O trabalho nessa cidade é tal qual na Terra. Existe uma jornada de trabalho, com descanso obrigatório. O pagamento, evidentemente, não é nada material como em nosso mundo, mas uma espécie de experiência em determinadas áreas, o que auxilia no crescimento do espírito; ganha-se também o bônus-hora.

O bônus-hora é uma ficha de serviço individual e funciona como valor aquisitivo. A produção de vestuário e alimentação pertence a todos em comum, assim como engrandecimento do patrimônio; os que trabalham adquirem direitos justos, o que lhes permite escolher o que querem usar e aonde querem ir.
A propriedade é relativa, e sua aquisição é feita à base de horas de trabalho. As construções representam patrimônio comum nessa cidade, sob controle da Governadoria. Cada família espiritual pode adquirir somente um lar, apresentando 30 mil bônus-hora, o que pode ser conseguido com algum tempo de trabalho.

Os trabalhos manuais, pesados ou com sacrifícios pessoas têm seu reconhecimento multiplicado, diferentemente da Terra. André é informado que, muitas vezes, os milionários terrenos são mendigos de alma, pois o verdadeiro ganho para as criaturas é de natureza espiritual.

Os bônus-hora podem ser gastos, porém no Nosso Lar é mais valioso o registro individual da contagem de tempo de serviço útil, que confere aos trabalhadores o direito a títulos preciosos; quanto maior for esse número, mais intercessões poderão ser feitas por essa criatura em relação à elevação e defesa da alma. A herança nessa cidade é apensa a do lar, nunca a de bônus-hora.

André explica que dessa cidade não se ouvem vozes da Terá; as transmissões são feitas através de forças vibratórias mais sutis que as da esfera da crosta – as vibrações do pensamento. Ele fica sabendo que, no inicio da colônia, as vozes terrenas podiam ser ouvidas; porém, boatos assustadores e problemas pertubavam as atividades em geral, provocando muita indisciplina em Nosso Lar. Para manter a ordem, há dois séculos, um dos ministros da União Divina havia pedido que alguma atitude fosse tomada para melhorar a situação, valendo-se dos ensinamentos de Jesus, que manda os vivos enterrar seus mortos e, desde então, a comunicação passou a ser à base de vibrações.

O esforço de cad um em seu trabalho contribui para as vibrações de paz dentro dessa colônia e em geral, depois de certo tempo de serviço e aprendizado, os espíritos voltam a reencarnar para atividades de aperfeiçoamento.
Nessa cidade espiritual também existe uma seção de arquivos onde estão guardadas anotações particulares de cada um – as lembranças. Conforme o espírito desenvolve segurança em si mesmo, são permitidas as lembranças de outras vidas. André é avisado de que essas lembranças apenas informam, sendo necessário, para o conhecimento profundo de seu espírito, muita meditação e passes no cérebro, que ajudariam a despertar energias adormecidas.
Segundo os relatos de André, a morte do corpo conduz o homem a situações miraculosas. O espírito está constantemente em processo evolutivo e, portanto, passará por inúmeros planos e pelas múltiplas regiões para o desencarnados, obedecendo a princípios de desenvolvimento natural e a uma hierarquia considerada justa. E é imprescindível o reconhecimento de apenas um Deus.

Em certo momento do relato de André há uma crítica às igrejas e aos sacerdotes políticos, justificando que, sem o sopro divino, as personalidades religiosas não serão capazes de inspirar respeito, admiração, fé e confiança em seus seguidores. O Espiritismo, sendo uma religião que une o amor às ciências do espírito, surge e cresce como uma esperança e um consolo para a humanidade.

Dentro dessa doutrina, o espírito é tratado como um núcleo irradiante de forças que criam, transformam ou destroem, exteriorizadas em vibrações que a ciência terrestre ainda não é capaz de compreender.

Segundo os moradores da colônia espiritual, quando desencarnados, os espíritos que não tiveram uma preparação religiosa no mundo sofrem dolorosas perturbações (como as que André sofrera nos primeiros anos após a morte de seu corpo físico). Eles ficam presos no Umbral, separados dos homens encarnados pelas leis vibratórias; lá, espíritos semelhantes se agrupam conforme o tipo de vibrações que vivenciam.

Em Nosso Lar, os espíritos são capazes de se reconhecer e se encontrar. André se encontrou algumas vezes com sua mãe, que continuava intercedendo por ele; reconheceu um homem a quem seu pai prejudicara e teve a oportunidade de pedir perdão; viu uma mulher que fora empregada de sua casa, acabou na vida de prostituição e agora experimentava muito sofrimento e dor. Ele, também, ainda sentia saudade da família terrena, pois, como lhe foi explicado, cada organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo.

Muitas vezes, os que perdem um ente querido, na Terra, permanecem com seu pensamento focalizado nesses entes, de forma que acabam prejudicando sua evolução e fazendo-os sofrer com as lembranças. Assim, a esses encarnados são conferidas outras preocupações, para que deixem de pensar no espírito que já desencarnou.

André relata a existência de regiões ainda inferiores ao Umbral: as Trevas. Para lá vão as almas que fecham sua percepção, focando apenas em si mesmas, deixando de lado a visão e a compreensão do Deus único, estacionando no tempo e “sobrevivendo” em um sono de longos anos, vivendo apenas com as recapitulações de experiências vividas.

Ele também fala sobre a existência de fantasmas. Estes são “irmãos da Terra, poderosos espíritos que vivem na carne em missão redentora e podem, como nobres iniciados da Eterna Sabedoria, abandonar o veículo corpóreo, transitando livremente por lá”. Eles se diferenciam dos espíritos já desencarnados pelos filamentos pendidos dos braços e um fio da cabeça, e “sobem” ao Nosso Lar em missões secretas.
No mundo todo, nas mais diversas épocas, surgiram inúmeros relatos de cidades que se situariam no mundo espiritual, ou numa dimensão paralela, como preferem alguns pesquisadores. No entanto, poucos são tão ricos e impressionantes em detalhes quanto o de André Luiz.


Notas: (Revista Espiritismo e Ciência 11, páginas 24-29)

31 agosto 2008

GEAL - 3 anos

Clique na imagem para ampliar

04/09 – 20:00: “André Luiz – Espírito” – Luciano Menezes
13/09 – 09:00: Colônia Nosso Lar – Antônio Alencar
20:00: Nos Domínios da Mediunidade – Edvaldo Veloso
14/09 – 17:00 – Libertação – Albérico Barboza
16/09 – 20:00 – Evolução em Dois Mundos – Nádia Matos

30 agosto 2008

Adolfo Bezerra de Menezes

Nome: Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti. Natural: Riacho do Sangue - CE Nascimento: 29 de agosto de 1831 Desencarne: 11de abril de 1900 Profissão: Médico, Redator e político (vereador, prefeito, deputado e senador) Família: 1ª esposa - Maria Cândida de Lacerda (desencarnou em 24 de março de 1863) com quem teve dois filhos; 2ª esposa - Cândida Augusta de Lacerda Machado com quem teve sete filhos.

Obras literárias: A casa assombrada; A loucura sob novo prisma; A Doutrina Espírita como filosofia teogônica (Uma carta de Bezerra de Menezes); Casamento e mortalha; Pérola Negra; Evangelho do Futuro. Também traduziu o livro Obras Póstumas de Allan Kardec.

Descendente de família antiga no Ceará ligada à política e ao militarismo, foi educado segundo padrões rígidos e princípios da religião católica. Aos sete anos de idade entrou para a escola pública da Vila Frade, aprendendo os primeiros passos da educação elementar. Em 1842 sua família muda-se para o Rio Grande do Norte, em conseqüência de perseguição política. Matriculou-se na aula pública de latinidade na antiga vila de Maioridade. Em dois anos preparou-se naquela língua de modo a substituir o professor.

Em 1846, a família novamente se muda para o Ceará, fixando residência na capital. Entrou para o Liceu, ali existente, e completou seus estudos preparatórios como o primeiro aluno do Liceu. No ano de 1851, o mesmo da morte de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, ingressando no ano seguinte, como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Para poder estudar, dava aulas de Filosofia e Matemáticas. Doutorou-se em 1856 pela Faculdade de Medicina, defendendo a tese: "Diagnóstico do cancro". Candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento", sendo empossado em 1º de junho de 1857. Em 1858 foi nomeado "cirurgião-tenente". Também sendo, no período de 1859-61, redator dos "Anais Brasilienses de Medicina" da Academia Imperial de Medicina.

Casou-se com Maria Cândida de Lacerda, em 6 de novembro de 1858, que faleceu a 24 de março de 1863, deixando-lhe 2 filhos.

Em 1861 inicia sua carreira política, foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro, tendo que demitir-se do Corpo de Saúde do Exército. Na Câmara Municipal da Corte desenvolveu grande trabalho em favor do "Município Neutro", na defesa dos humildes e necessitados. Foi reeleito para o período de 1864-1868. Retornou à política no período de 1873 à 1881, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal da Corte, efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia ao de prefeito nos dias atuais, nunca obtendo favores do governo para as suas candidaturas. Foi eleito deputado geral do Rio de Janeiro de 1867, no entanto a Câmara foi dissolvida no ano seguinte e o Dr. Bezerra só exerceria o papel de deputado no período de 1878 à 1885, sem jamais ter contra ele qualquer ato que desabonasse sua vida pública.

Criou a Companhia de Estradas de Ferro Macaé a Campos, e construiu aquela ferrovia vencendo inúmeras dificuldades. Empenhou-se na construção da via férrea de Santo Antônio de Pádua, foi diretor da Companhia Arquitetônica e presidente da Carris Urbanos de São Cristóvão. Ao longo da vida acumulou inúmeros títulos de cidadania.

Durante a campanha abolicionista com espírito prudente e ponderado escreveu "A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extinguí-la sem danos para a Nação". Expôs os problemas de sua terra, no estudo "Breves considerações sobre as secas do Norte". Escreveu ainda biografias sobre homens célebres. Foi redator de "A Reforma" órgão liberal na Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade", concluindo sua carreira política no ano 1885.

Conheceu o Espiritismo no ano 1875, através de um exemplar de O Livro dos Espíritos, oferecido pelo seu tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos. Lançado em 1883 o "Reformador", tornou-se seu colaborador escrevendo comentários judiciosos sobre o Catolicismo. No dia 16 de agosto de 1886, ante um auditório de pessoas da "melhor sociedade", proclamava solenemente a sua adesão ao Espiritismo, tendo inclusive direito à uma nota publicada pelo jornal "O Paiz" em tons elogiosos.

Passou então a escrever livros que se tornariam célebres no meio espírita. Em 1889, como presidente da FEB, iniciou o estudo metódico de "O Livro dos Espíritos". Traduziu o livro "Obras póstumas". Durante um período conturbado do movimento espírita manteve-se afastado do meio tendo hábito somente a freqüência ao Grupo Ismael no qual eram estudadas obras de Kardec e Roustaing., enquanto a FEB declinava por problemas financeiros. Foi convidado a assumir a presidência da FEB, cuja conseqüência foi a vinculação da Federação ao Grupo Ismael e a Assistência aos Necessitados. Nesta ocasião foi redator-chefe do Reformador. Defendeu o direitos e a liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal. Presidiu outras instituições espíritas e terminou esta existência no dia 11 de abril de 1900, recebendo na primeira página de "O Paiz" um longo necrológico, chamando-lhe de "eminente brasileiro", e honras da Câmara Municipal da Corte pela conduta e pelos serviços dignos.

08 julho 2008

O que o Espírito sente quando ainda está ligado fluidicamente ao corpo

Quando falamos em percepção dos espíritos após a desencarnação, estando ainda fluidicamente ligados ao corpo físico, não podemos esquecer o quanto as impressões da vida material reagem sobre o espírito.
Se uso um anel durante certo tempo e em determinado dia deixo de usá-lo sentirei grande falta e perceberei "a marca do uso" em meus dedos. Se eu uso um agasalho durante algumas horas, ao retirá-lo, demorarei alguns minutos para me acostumar com a ausência do mesmo.
Imaginemos, então, o que sucede com a "marca do uso" deixada no espírito pela freqüência da utilização do corpo físico. Nós gostamos, usamos, nos acostumamos e nos confundimos tanto que chegamos a pensar que somos o corpo.Logo, será muito natural que o desligamento automático funcione ainda em regime de exceção em nosso planeta. Nós, espíritos imortais, ligamo-nos ao corpo através de laços, fios magnéticos que funcionam como grandes centros de forças condutores das sensações de um ponto a outro

Em nossa vida, pelo gosto de viver, pelo apego que cultivamos ao próprio envoltório material, estreitamos muito os citados laços, que só são afrouxados em situações em que a atividade orgânica é minimizada: sono físico, doenças, meditação, grandes emoções ou choques em que a atenção da criatura é desviada do próprio interesse de sobrevivência.

Assim, a desencarnação não significa um desligamento rápido do corpo nem dos aspectos relacionados ao mesmo. Na Natureza, o espírito de seqüência é lei. Logo, o desligamento vai se processando paulatinamente, exceção feita às mortes bruscas em que os laços fluídicos são como que arrancados, fato que causará sempre um grande desconforto ao espírito.

Nos casos, portanto, de desencarnação por processos naturais observamos que os laços são desatados à medida que o corpo vai morrendo, gerando o esfriamento das extremidades, o entorpecimento dos sentidos físicos, a falta de comando sobre o próprio corpo, o descontrole das funções vitais.

Neste momento, o espírito possui liberdade para optar: permanecer apegado, vivenciando todo o processo da desorganização do organismo ou relaxar diante do inevitável e observamos que, em alguns casos, o próprio espírito ajuda a desatar determinadas ligações fluídicas. (t)Perguntas/Respostas:

[01] É sempre muito conturbado o desligamento do espírito após a morte do corpo físico?

Não. O processo ainda não é tão simples, devido ao nosso estágio de compreensão. Contudo, à medida que vamos entendendo os processos da vida e os mecanismos da desencarnação, poderemos nos trabalhar para este momento, criando, desde agora, hábitos saudáveis de vida mental. (t)

[02] O que seriam estes “hábitos saudáveis de vida mental”? Seriam os conceitos da "Saúde Holística"?

Sabe aquela antiga recomendação de Jesus: "Viver no mundo sem ser do mundo"?

É termos a consciência de que somos espíritos usufruindo algum tempo na vida física, com todos os bens que ela nos oferece, mas que a nossa natureza é a espiritual. E, por mais que amemos o próprio corpo, pessoas, coisas e situações, não poderemos "carregar" ou "sobrecarregar" nossa “economia” com estes elementos, porque, senão, ao invés do enriquecimento pela experiência, estaremos nos ligando a grilhões demasiadamente pesados, que nos impedirão o vôo rumo à nossa própria natureza.

Daí a necessidade de vivermos intensamente a vida, conscientes de que o mais importante não é a coisa em si, mas as marcas da experiência libertadora, prazerosa, agradecida que ficarão gravadas em nosso ser. Isto fará com que construamos uma mudança do ponto de vista em relação à vida material e suas conseqüências. (t)

[03] Por que o espírito, quando muito apegado às coisas materiais por toda a vida física, é de praxe que sinta a decomposição do corpo físico após a morte deste?

Jesus um dia falou que onde estivesse o nosso tesouro, ali estaria o nosso coração.

Ora, se temos como único referencial para o ato de existir a vida física, todos os nossos sentimentos, pensamentos, vontade e emoções estarão confinados neste tesouro, que, em momento algum, desejaremos abandoná-lo.

Assim, somos nós mesmos que QUEREMOS assistir a todos os fatos que envolvem nosso grande e único tesouro: o corpo físico. (t)

[04] - Divaldo P. Franco diz que morrer e desencarnar são coisas completamente diferentes. Você concorda com isso?

No dizer de Divaldo, morrer indica a cessação da vida orgânica e desencarnar seria o desligamento de todas as circunstâncias da vida material, inclusive do próprio corpo.

No caso do suicida, observamos que o corpo já está morto, mas o espírito ainda experimenta todas as sensações que ocorrem com ele, como se ainda estivesse encarnado. (t)

[05] O espírito pode ter sensações como uma "segunda morte", por sentir uma necessidade exacerbada de comer, beber, tomar banho, etc.?

Para quem entende a satisfação das necessidades da vida material como único meio de vida, a recordação destas necessidades serão atordoantes e, dependendo do merecimento e da situação mental do espírito, poderão ser sentidas como uma "segunda morte". (t)

[06] - Os espíritos quando estão próximos ao desencarne sofrem algum aviso, ou alguma preparação anterior pela espiritualidade?

Depende do espírito. Poderemos ver duas questões:

A primeira está ligada ao preparo do espírito. É a chamada maturidade do senso moral a que se refere "O Evangelho Segundo o Espiritismo";

A segunda está ligada aos fatores merecimento e utilidade.

O espírito pode merecer, mas este conhecimento pode não ter nenhuma utilidade para a “economia” da alma. Por isso é que esta informação é sempre um tanto quanto vaga, imprecisa, para que o espírito não venha a tomar decisões precipitadas ou apavoradas, em virtude da sua desencarnação.

Afinal, uma coisa é certa: todos iremos desencarnar em algum momento. (t)

[07] Como é o impacto que sente o espírito, quando desligado do corpo físico, através do sofrimento de seus entes queridos?

Nós vivemos em grupos, onde estabelecemos ou revivemos relações afetivas. Em pouco tempo, através do convívio, aprendemos a registrar e agir dentro do estímulo que o outro nos oferece. Imaginemos, então, o "banho" de sofrimento enviado por um ser querido!

É preciso ser bem superior para ajudá-lo através da certeza da imortalidade da vida sem envolver-se e sentir-se prejudicado, revoltado pelo afastamento temporário. (t)[08] O simples fato da não aceitar que haja uma vida ativa após à morte pode dificultar o espírito a se desprender do corpo?

Sim. Se a criatura tem como único referencial a vida material, logicamente, ela não desejará se desprender daquilo que ela considera como seu único bem. Logo, ficará ligada ao corpo físico até a última "gota" de fluido vital e após este fato ainda permanecerá mentalmente ligada a ele. (t)

[09] Quanto tempo de espera deve se dar antes de cremar um corpo, sabendo-se que nem sempre o espírito se desprende imediatamente do corpo, sem necessariamente ser inferior?

Existe um dispositivo legal em que o corpo fica 48 horas até a cremação.

Observamos que esta lei foi inspirada pelos benfeitores espirituais, pois a grande realidade é que ainda não conseguimos detectar nosso grau de apego e ligação magnética com o corpo físico, daí a grande necessidade da oração, das palavras de estímulo ao espírito que está ingressando na vida espiritual. (t)

[10] - Mas a cremação pode afetar o espírito de alguma maneira?Se o espírito estiver muito ligado ao corpo físico vai doer e a sensação de dor, como já estudamos, é um registro arquivado no espírito. Não podemos desconsiderar, porém, a grandiosidade da misericórdia Divina, o trabalho abnegado de trabalhadores espirituais e do próprio guia do desencarnante, para que o processo seja o mais ameno possível. (t)

[11] Esse tempo é satisfatório na visão espírita?

Chico Xavier informa-nos que 72 horas seria o tempo ideal, mas 48 horas com oração, equilíbrio emocional e fé na vida futura, com certeza, promoverão a mobilização das grandes equipes socorristas responsáveis pelo processo de desencarnação para que tudo corra bem. (t)

[12] O livre arbítrio é absoluto?

O livre-arbítrio é um instrumento da perfeita lei de Deus. Logo, ele será relativo ao grau de desenvolvimento e aperfeiçoamento do espírito. Ninguém forneceria absoluta liberdade de escolha a um bebê recém-nascido, como não tolheríamos a liberdade do homem adulto de caráter nobre. Imaginemos Deus através da perfeição da sua Lei. (t)

[13] - E no caso da doação de órgãos se passaria o mesmo como na cremação? Ou pelo fato da doação ser um ato de amor o espírito não passa pro privações?

No caso da doação de órgãos, por ser um ato de amor, temos a certeza que os espíritos ligados à doação de amor estarão durante todo o tempo amparando a família e o próprio doador. Há na literatura espírita (não me recordo exatamente a obra) o caso do jovem que foi o primeiro doador de um coração para o primeiro transplante.

É belíssima a atitude de socorro magnético e esclarecimento espiritual que o jovem recebe, liberando-o de toda a dor e desconforto que seriam normais nestes casos. (t)

[14] não haveria uma contradição em termos, com relação ao “livre-arbítrio”?

A Lei Divina existe para a felicidade do homem. Ela não tem um caráter punitivo. Assim, o homem totalmente livre cometeria desmandos que acarretariam grandes sofrimentos. A limitação do livre-arbítrio ao grau do desenvolvimento e entendimento do espírito é como se fosse uma "conspiração ao acerto".

Logo, o espírito terá o material exato para o seu progresso no momento certo, mas, mesmo assim, pode desviar, usar mal, jogar fora esta oportunidade. Nisto consiste seu livre-arbítrio. (t)

Considerações Finais do Palestrante:

Que nós possamos entender a vida como um grande exercício de libertação que nos trará a felicidade e que entendamos a Doutrina Espírita como a grande cartilha com que Jesus presenteou os nossos corações. Muita paz! (t)


Palestra VirtualPromovida pelo Canal #Espiritismohttp://www.irc-espiritismo.org.br/e pelo Centro Espírita Léon Denishttp://www.celd.org.br/Palestrante: Deuza NogueiraRio de Janeiro11/02/2002

Fonte:
http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=5198

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