Fonte: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora-MG
Segundo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, no seu Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, desenvolver significa: tirar invólucro, expor minuciosamente, progredir, alargar, instruir-se. E desenvolvimento é o ato ou efeito de desenvolver.
Desenvolvimento Mediúnico é o ato de fazer crescer, progredir, expor a faculdade que permite aos homens comunicarem-se com os Espíritos.
Se nós falamos somente em desenvolvimento mediúnico e não em “criar” mediunidade ou médiuns, é, certamente porque esta faculdade não se cria numa determinada pessoa que não a possua. A mediunidade é uma faculdade tão natural no homem quanto qualquer outro dos cinco sentidos habituais (visão, audição, olfato, tato e paladar). Tomemos o paladar para exemplo. Ninguém inventa faculdade inata, pronta para ser utilizada, como que programada por milênios e milênios de existências anteriores, documentada na nossa memória espiritual. É preciso, contudo, em cada existência que se reinicia, reaprender a utilizá-lo adequadamente para selecionar alimentos, definir preferências ou recusar substâncias prejudiciais. Assim também é a mediunidade um atributo físico do homem.
Os Espíritos afirmam a Kardec [LM-it 226]:
"A faculdade mediúnica se radica no organismo".
O médium já nasce médium. Cabe-nos portanto, se possuidores da faculdade mediúnica, nos esforçarmos por exercê-la com devotamento e humildade.
Por que desenvolver a mediunidade
De posse destes conceitos, forma-se uma nova dúvida em nossa mente: Por que desenvolver a mediunidade? Presença de mediunidade significa necessidade de trabalho na Seara Espírita? Nós sabemos que na Terra estamos rodeados por Espíritos desencarnados que a todo instante, através do pensamento, nos influenciam e são influenciados por nós. Sendo os médiuns, por características próprias de seu corpo físico, indivíduos mais sensíveis, captam com maior facilidade a influência dos Espíritos, podendo sofrer, às vezes, conseqüências desagradáveis em decorrência de possuir em uma faculdade que não conhecem e não dominam.
Além disso, nós sabemos que da faculdade mediúnica podem dispor se bons e maus Espíritos, podendo no caso dos maus, levarem o médium ao desequilíbrio.
O Espírito da Verdade afirma [LM-cap 31 it 15]:
"...Todos os médiuns são incontestavelmente chamados a servir à causa do Espiritismo, na medida da sua faculdade..."
Em [Nos Domínios da Mediunidade] ouvimos as seguintes afirmativas do Espírito Albério (instrutor de André Luiz):
"Mediunidade, por si só não basta. É necessário sabermos que tipo de onda mental assimilamos, para conhecer a qualidade do nosso trabalho e julgar nossa direção. É perigoso possuir sem saber usar."
Assim, é a mediunidade uma faculdade inerente à própria vida, sendo semelhante ao dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias e por tantos infortúnios na Terra. Entretanto, ninguém se lembrará de suprimir os olhos, porque milhões de pessoas, em face das circunstâncias imponderáveis da evolução, tenham se servido dos olhos para perseguir e matar nas guerras de terror e destruição. É necessário iluminá-los, orientá-los, esclarecê-los.
Etapas do Desenvolvimento Mediúnico
A mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas, antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o médium possa tornar-se um filtro leal das Esferas Superiores com vistas à ascensão da Humanidade para o Progresso.
Mas então, como proceder ao desenvolvimento mediúnico? Allan Kardec e vários benfeitores espirituais nos orientam que, no desenvolvimento mediúnico, temos de vencer três etapas: intelectual – material moral.
a) Etapa Intelectual: é representada pela necessidade do estudo.
Kardec afirma:
"...O estudo preliminar da teoria é indispensável, se quisermos evitar inconvenientes inseparáveis da inexperiência." [LM-it 211]
O estudo da faculdade mediúnica e o conhecimento da Doutrina Espírita são bases essenciais e indispensáveis.
b) Etapa Material: é o adestramento, uma forma de treinamento da faculdade mediúnica, uma familiarização com as técnicas envolvidas no processo da mediunidade.
"Na verdade, até hoje, não existe sinal ou diagnóstico infalível para se chegar à conclusão que alguém possua essa faculdade; os sinais físicos nos quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada tem de infalíveis. Ela se encontra, nas crianças e nos velhos, entre homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Não há senão um meio para lhes contatar a existência que é o experimentar." [LM-cap 17 it 200]
Esta experimentação deve ser: perseverante, assídua, séria, em grupo, local adequado, sob orientação experiente, desprovida de concionamentos.
O candidato a médium deve ter persistência, exercitando-se para as comunicações em dias e horários certos da semana, pré-estabelecidos, de preferência em grupo. Kardec nos orienta [LM-it 207] que a reunião de pessoas com intenção semelhante forma um todo coletivo onde a força e a sensibilidade se encontram aumentadas por uma espécie de influência magnética que ajuda o desenvolvimento da faculdade.
A reunião deste grupo deve ser sob a direção de pessoas experientes, conhecedoras da Doutrina Espírita e do fenômeno mediúnico.
Esta reunião deve ser também feita, de preferência em local apropriado, isto é, no Centro Espírita, onde estaremos sob o amparo e a orientação de Espíritos Bons, que são responsáveis pelos trabalhos mediúnicos da Casa. Além disto, todo Centro Espírita tem como que um isolamento magnético que nos protege espiritualmente durante os trabalhos mediúnicos. É simples compreendermos, pois na Terra acontece o mesmo. Um acadêmico de Medicina inicia seu treinamento aos doentes num Hospital e sob a supervisão de um médico experiente para evitar desastres. Se for
uma cirurgia será necessário um cuidado ainda maior - um centro cirúrgico.
O candidato a médium não deve desistir se, após 2, 3 ou 10 tentativas de comunicação com os Espíritos não obtiver qualquer resultado ou qualquer indício de comunicação. Como vimos, existem obstáculos de correntes da própria organização mediúnica em desabrochamento, impedimentos materiais e psíquicos que, só com o tempo e a dedicação serão contornados.
Quanto ao médium que já controla bem sua faculdade, que permite aos Espíritos se comunicarem com facilidade, que seja, em uma palavra, um “médium feito”, seria um erro de sua parte, nos assevera Kardec [LM 216] crer-se dispensado de qualquer outra instrução. Não venceu senão uma resistência material, e é agora que começa para ele o verdadeiro desafio, as verdadeiras dificuldades: vencer a terceira etapa - a moral.
c) Etapa Moral: Allan Kardec define como espírita-cristão ou verdadeiro espírita, aquele que não se contenta em admirar a moral espírita, mas a pratica e aceita todas as suas conseqüências. Convencido de que a existência terrena é uma prova passageira, aproveita todos os instantes para avançar no caminho do Progresso, esforçando-se em fazer o bem e anular seus maus pensamentos. A caridade em todas as coisas é a regra de sua conduta.
Sob o ponto de vista espírita, a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias, é um mandato que nos é oferecido pela Espiritualidade Superior a fim de ser fielmente desempenhada. Desta forma, o aspirante à mediunidade - Luz da Doutrina Espírita - deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se, desde o início de seu aprendizado, por ser um espírita-cristão. Isto significa trabalha incessantemente por nossa reforma moral. Somente nossa evolução moral, nossa melhora e nosso crescimento para o Bem poderão garantir-nos o assessoramento dos bons Espíritos e o exercício seguro da mediunidade, por nossa sintonia com o Bem. E esta não é uma tarefa fácil, pois o que mais temos dentro de nós são sensações e experiências negativas e deformadas trazidas do passado. Por isso para nós ainda é mais fácil e cômodo, sintonizar com as atitudes negativas do que com as positivas.
E como faremos? Como nos livrarmos de condicionamentos inferiores? Carregamos séculos de erros e alguns anos de boas intenções. É claro que não podemos mudar sem esforço, temos que trabalhar duro nesta reforma moral, que só nós saberemos identificar e sentir porque estará marcada em nosso íntimo. Trabalhemos com exercícios diários e constantes no bem, meditando e orando muito. Jesus, o Médium por Excelência, sintonizava constantemente com Deus, no entanto, após a convivência com o povo, sempre se afastava para orar e meditar em silêncio e solidão.
A diferença de um bom médium e um médium desajustado, não está na mediunidade, mas no caráter de um e de outro; na formação moral está a base de todo desenvolvimento mediúnico.
Alguns cuidados devem ser tomados por todos aqueles que aspiram ao desenvolvimento mediúnico:
* Culto do Evangelho no Lar: ele proporciona a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar é a usina maior de energia de que somos carentes, é onde compensamos nossa vibrações psíquicas em reajustamento.
* Culto de Assistência: rompimento com o egoísmo, interessando nos pelo próximo, auxiliando-o sempre em todas as ocasiões, usando ao máximo nossa capacidade de servir desinteressadamente. Participação em atividades como: campanha do quilo, distribuição de alimentos, visita aos
enfermos, idosos e creches, grupos de costura, evangelização, etc.
* Freqüência ao Centro Espírita: nas reuniões públicas e outras atividades oferecidas pelas Casas Espíritas. Aprenderemos a viver em grupos Humanos que nos permitirão o exercício da humildade. Evitemos as sessões mediúnicas nos lares; organização espiritual não se improvisa.
* Estudo Coletivo: reunidos aos companheiros para o estudo das obras espíritas, evitemos as falsas interpretações. Assimilando as experiências de companheiros, estaremos alongando nossa visão e nossa percepção dos conteúdos espíritas; o que se torna mais difícil numa leitura solitária.
* Reforma Íntima: revisão e reconstrução de nossos atos e hábitos, permutando vícios por virtudes legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente.
Como nos diz o instrutor Albério: "... elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem
conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores..."
Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritualmente e capacitando-nos para o exercício da mediunidade com Jesus.
CVDEE – Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Estudos sobre Mediunidade
Bibliografia
1) Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) Livro dos Médiuns - Allan Kardec
3) Obras Póstumas - Allan Kardec
4) Médium: Quem é, Quem não é? - Demétrio Pavel
5) Diversidade dos Carismas - Hermínio Miranda
6) Missionários da Luz - André Luiz/Chico Xavier
7) Nos Domínios da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier
8) Desenvolvimento Mediúnico - Roque Jacinto
“A mediunidade têm várias funções para o ser humano, sendo que a principal é encaminhar o médium a uma evolução acelerada.Mas como usar disto para evoluir? Ser médium não é ser diferente de ninguém; na verdade, é ter que saber resolver os seus problemas e dos que te procuram, e digo isto a “grosso modo”.Mas para se ter este equilíbrio é necessário uma caminhada ao seu interior. A espiritualidade espera sempre que com o desenvolvimento mediúnico a pessoa busque sua reforma íntima, afim de ser ajudada e depois poder ajudar o próximo. Quando digo ‘se ajudar’, quero dizer que a pessoa deve encontrar seus erros e seus defeitos e na seqüência buscar o aprimoramento moral. Somente assim a mediunidade começará a ter função em sua vida.”
Por:Rodrigo Queiroz (PSE-Pronto Socorro Espiritual) "
“O desenvolvimento da mediunidade é um trabalho lento e perseverante, pois no começo podem surgir problemas diversos que nos fazem desistir do intento almejado. É preciso, pois, perseverar, ser constante e aplicar. Esta admoestação é feita principalmente para aqueles que começam a freqüentar uma Casa Espírita. Nessas circunstâncias, os Espíritos menos evoluídos tentam inibir os nossos primeiros passos rumo ao nosso aperfeiçoamento espiritual. Eles nos dificultam de várias maneiras: inspiram algum parente para nos visitar – justamente na hora que estamos nos aprontando para sair, algum contratempo de trânsito, um mal-estar momentâneo etc. Aprendamos a nos desvencilhar desses empecilhos.”
A prática da mediunidade
O público pode freqüentar as reuniões mediúnicas do Centro Espírita?
Quando um grupo de estudo, com o tempo, transforma-se num grupo de trabalho mediúnico, trabalhando há mais de 7 anos atendendo Espíritos sofredores, suicidas, endurecidos e com ódio, fazendo o trabalho de orientação, doutrinação e passe, esse seria um grupo de desobsessão ou um grupo de desenvolvimento e educação da mediunidade?
Por favor expliquem-nos o que vem a ser educação e desenvolvimento mediúnico e qual a diferença da desobsessão.
Como proceder em relação ao desenvolvimento mediúnico e de que forma coordenar esse trabalho? Quando o médium estaria apto para vencer essa etapa de "desenvolvimento" e iniciar o trabalho na desobsessão? Na verdade o trabalho mediúnico é toda uma ciência prática, que deve estar amplamente fundamentada na teoria kardequiana e nas mãos do dirigente da reunião, que por sua vez deve ser pessoa séria, disciplinada, dedicada ao ideal do Cristo e com autoridade moral sobre o grupo com quem trabalha. Deve ter uma vida de exemplos, se quiser realizar um trabalho que produza no campo do Bem. Visto isto, ele forma sua equipe, sempre tendo em mente que vai fazer experiências com algumas pessoas no campo da mediunidade. Deve ficar bem claro que se a pessoa não produzir bem, será afastada da tarefa e irá servir em outra área da casa. Dentro da própria reunião pode ser aproveitado no trabalho de passes ou do secretariado, funções igualmente sérias e importantes. Este procedimento só poderá ser feito se houver um perfeito intercâmbio entre o dirigente e os membros da equipe, com inteira confiança entre eles, o que necessariamente depende do tipo de organização e administração que tem a casa espírita. Casas espíritas desorganizadas e que não tenham muito critério na admissão de trabalhadores e consequentemente na composição do quadro de médiuns, esse tipo de norma é quase impossível de ser implementado, por conta dos melindres que são filhos do orgulho e da vaidade. Se for criado um laço de compromisso eterno entre o médium e o dirigente, certamente será quase impossível afastar uma pessoa improdutiva da reunião, permanecendo alguns indivíduos, às vezes, por anos a fio nas sessões, sem produzirem absolutamente nada. Dormem por todo o tempo e ainda encontram explicações de que "são médiuns excelentes doadores de fluidos". O médium poderá ser experimentado no trabalho de desobsessão quando já tenha segurança ou potencial mediúnico confiável. Ele estará pronto quando der mostras de sua maturidade espiritual (seriedade, disciplina, dedicação, abnegação etc) e se sua mediunidade for produtiva. Ou seja, se der comunicações fáceis, variadas, sem floreios e fantasias. Médiuns imaturos costumam fantasiar muito, acham-se especiais, rejeitam quaisquer observações, são por demais suscetíveis, resistem à qualquer mudança de planos, melindram-se por tudo e não aceitam orientação. Esses não deveriam servir no ministério da mediunidade, pois ainda não compreenderam que o dom é de Deus e que a Ele devemos servir sem barreiras.
Gostaria de saber se Allan Kardec fez alguma alusão à prática de doutrinação, ou seja, se podemos doutrinar mais de um Espírito ao mesmo tempo.
O espírita deve buscar na sua reforma íntima mudar a alimentação, evitando ou eliminando as carnes de seu cardápio?
Gostaria de tirar uma dúvida em relação a saídas fora do corpo (viagem astral). Isto é uma característica de mediunidade?
As evocações para tratamento de casos graves de obsessão, devem ser realizadas sempre em reuniões mediúnicas sérias, com médiuns experientes e seguros. Deve ser realizada uma primeira evocação e dependendo do caso poderá ser feitas mais duas ou no máximo três, pois se tiver uma boa assistência espiritual não será necessário mais que isso para se tratar com os Espíritos obsessores. Em qualquer circunstância o médium deverá se concentrar em Jesus e os Espíritos instrutores do trabalho trarão o Espírito, não importando onde ele esteja, se isso for necessário. Não é necessário que os médiuns se concentrem na casa do obsediado. De uma maneira geral, os instrutores espirituais levam o Espírito para locais onde possam ser instruídos.
b) Quais perguntas que um dirigente deve fazer para o Espírito evocado e quantas vezes é necessário evocá-lo?
Gostaria de saber se a prática do desdobramento é saudável, pois há quase 3 anos venho saindo de meu corpo físico.
Sobre a evocação dos Espíritos, Kardec fala das equipes que se prestam às evocações e são procuradas para atender interesses particulares. Ele diz que só com reservas esses pedidos devem ser atendidos, evitando que o médium se transforme em instrumento de consultas. Diante deste fato o trabalho de pesquisa mediúnica, realizado no atendimento fraterno não estaria em contradição com a orientação do Codificador?
Há centros que alternam médiuns em trabalho ostensivo e médiuns de apoio à mesa, durante o trabalho mediúnico. Existe razão para isso, como troca de fluidos, ou não tem fundamento?
Como proceder com pessoas que estão envolvidas por um processo obsessivo, que foram forçadas a desenvolver mediunidade?
SEF – Sociedade Espírita Fraternidade
Estudo Teórico-prático da Doutrina Espírita
Unidade 39
Tema: DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO
Desenvolvimento da Mediunidade. Processo e Fundamentos para o Desenvolvimento Mediúnico.
Introdução:
No Cap. XVII do livro dos Médiuns, Allan Kardec, esclarece se tratar este capítulo, “Da formação dos Médiuns”, ao desenvolvimento dos médiuns escreventes, por se tratar do gênero de mediunidade mais simples, mais cômodo, que dá resultados mais satisfatórios e mais completos e, especialmente por ser o mais espalhado na época. No entanto, não iremos nos limitar ao desenvolvimento apenas deste tipo de mediunidade porque o objetivo desse estudo é verificar o desenvolvimento dos médiuns em geral (psicógrafos, psicofônicos, etc). Assim. Tiraremos do capítulo acima citado, as instruções que servem como normas gerais de desenvolvimento e passaremos em seguida ao estudo do processo de desenvolvimento mediúnico espírita-cristão.
Orientação Geral do Desenvolvimento da Mediunidade:
Têm-se procurado processos para a formação de médiuns, como se têm procurado diagnóstico para a mediunidade. Porém é importante que procuremos orientações nitidamente espíritas, esclarecedoras e seguras, a fim de que o desenvolvimento da mediunidade se efetue normal e equilibradamente e, ainda, que o médium o faça com conhecimento de causa, para evitar os percalços e os desenganos.
O candidato à médium deve antes de tudo verificar se possui a faculdade, através de indícios que poderão ser caracterizados como sintomas da mediunidade. Todavia, é importante saber que estes sintomas não são uniformes e padrozinados, mas, se apresentam de múltiplas maneiras, não se podendo diagnosticar a existência da faculdade mediúnica com absoluta certeza, apenas por estes sintomas.
Porém, se a faculdade for identificada, o candidato à médium deverá recorrer a meios seguros, em locais que lhe inspirem segurança e certeza da real prática mediúnica espírita, pois uma faculdade em vias de desenvolvimento requer boa orientação, pois em caso contrário, ou seja, mal orientada é canal de perturbação.
“O desejo natural de todo aspirante a médium é o de poder confabular com os Espíritos das pessoas que lhe são caras; deve, porém, moderar sua impaciência, porquanto a comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante”. (Obstáculos da própria organização mediúnica em desabrochamento e das condições espirituais da entidade). Daí o não aconselhamento da evocação ostensiva de certos Espíritos, deixando à Sabedoria Divina agir através dos Orientadores Espirituais do desenvolvimento da faculdade do médium.
“Para que um Espírito possa comunicar-se, preciso é, que haja entre ele e o médium relações fluídicas, que nem sempre se estabelecem instantaneamente. Só a medida que a faculdade se desenvolve, é que o médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr-se em comunicação com o Espírito que se apresente. Pode dar-se, pois, que aquele que o médium deseje comunicar-se, não esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se ache presente, como também pode acontecer que não tenha possibilidade, nem permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido. Daí a razão pela qual ninguém deva teimar em chamar determinado Espírito, “pois amiúde sucede não ser com esse que as relações fluídicas se estabelecem mais facilmente, por maior que seja a simpatia que lhe vote o encarnado. Antes, pois, de pensar em obter comunicações de tais ou tais Espírito, importa que o aspirante leve a efeito o desenvolvimento de sua faculdade, para o que deve fazer um apelo geral e dirigir-se principalmente ao seu anjo guardião.
As condições mais importantes que devem ser observadas no desenvolvimento de uma faculdade mediúnica são: “a calma e o recolhimento, juntas ao desejo ardente e a firme vontade de conseguir-se o intuito. Por vontade, não entendemos aqui uma vontade efêmera, que age com intermitências e que outras preocupações interrompem a cada momento; mas, uma vontade séria, perseverante, contínua, sem impaciência, sem febricitação. A solidão, o silêncio e o afastamento de tudo o que possa ser causa de distração favorecem o recolhimento” (concentração). O exercício com regularidade, assíduo, e sério é fundamental no desenvolvimento mediúnico.
“Para se evitarem tentativas inúteis, pode consultar-se, por outro médium, um Espírito sério e adiantado”. A pergunta, entretanto, deve ser bem elaborada para que o Espírito possa responder exatamente o que se quer saber, pois se inquirirmos aos Espíritos se somos médiuns, eles responderão afirmativamente, uma vez que a mediunidade é inerente ao ser humano. Porém, se perguntarmos exatamente se somos escreventes a respostas poderá ser mais clara. “Deve-se levar em conta a natureza do Espírito a quem é formulada a pergunta. Há os tão levianos e ignorantes, que respondem a torto e a direito, como verdadeiros estúrdios”.
O desenvolvimento mediúnico dentro de um grupo organizado para tal fim, apresenta uma série de condições favoráveis.”Os que se reúnem com um intento comum formam um todo coletivo, cuja força e sensibilidade se encontrem acrescidas por uma espécie de influência magnética”, que satura o ambiente de fluidos propícios e, “entre os Espíritos, atraídos por esse concurso de vontades, estarão, provavelmente, alguns que descobrirão nos assistentes o instrumento que lhes convenha”.
“No médium aprendiz, a fé não é a condição rigorosa; sem dúvida lhe secunda os esforços, mas não é indispensável; a pureza de intenção, o desejo e a boa-vontade bastam. Têm-se visto pessoas inteiramente incrédulas ficarem espantadas de escrever a seu mau grado, enquanto que crentes sinceros não o conseguem, o que prova que esta faculdade se prende a uma disposição orgânica.
Nos médiuns psicográficos, “o primeiro indício de disposição para escrever é uma espécie de frêmito no braço e na mão. Pouco a pouco a mão é arrastada por um impulso que ela não logra dominar. Muitas vezes, não traça senão riscos insignificantes; depois, os caracteres se desenham cada vez mais nitidamente e a escrita acaba por adquirir a rapidez da escrita ordinária. Em todos os casos, deve-se entregar a mão ao seu movimento natural e não oferecer resistência, nem propeli-la”.
“Alguns médiuns escrevem desde o princípio correntemente com facilidade, às vezes mesmo desde a primeira sessão, o que é muito raro. Outros, durante muito tempo, traçam riscos e fazem verdadeiros exercícios caligráficos. Dizem os Espíritos que é para melhor soltar a mão. Em se prolongando demasiado esses exercícios, ou degenerando na grafia de sinais ridículos, não há duvidar de que se trata de um Espírito que se diverte, porquanto os bons Espíritos nunca fazem nada que seja inútil. Nesse caso, cumpre redobrar de fervor no apelo à assistência destes. Se, apesar de tudo, nenhuma alteração houver, deve o médium parar, uma vez reconheça que nada de sério obtém... Há médiuns cuja faculdade não pode produzir senão esses sinais. Quando ao cabo de alguns meses, nada mais obtém do que coisas insignificantes, ora um sim, ora um não ou letras sem conexão é inútil continuarem.. São médiuns, mas médiuns improdutivos.
“O escolho com que topo a maioria dos principiantes é o de terem de haver-se com Espíritos inferiores (veja a Escala Espírita em “O livro dos Espíritos”) e devem dar-se por felizes quando não são Espíritos levianos. Toda atenção precisam pôr, em que tais Espíritos não assumam predomínio, porquanto, em acontecendo isso, nem sempre lhes será fácil desembaraçar-se deles. É ponto esse de tal modo capital, sobretudo em começo, que, não sendo tomadas às precauções necessárias, podem perder-se os frutos das mais belas faculdades”.
“A primeira condição é colocar-se o médium, com fé sincera, sob proteção de Deus e solicitar a assistência de seu anjo de guarda, que é sempre bom... A segunda condição é aplicar-se, com meticuloso cuidado, a reconhecer, por todos os indícios que a experiência faculta, de que natureza são os primeiros Espíritos que se comunicam e dos quais manda a prudência sempre se desconfie. Se forem suspeitos esses indícios, dirigir fervoroso apelo ao seu anjo de guarda e repelir, com todas as forças, o mau Espírito, provando-lhe que não conseguirá enganar... Por isso é que indispensável se faz o estudo prévio de teoria, para todo aquele que queira evitar os inconvenientes peculiares à experiência”.
“Se é importante não cair o médium, sem o querer, na dependência dos maus Espíritos, ainda mais importante é que não caia por espontânea vontade. Preciso, pois, se torna que imoderado desejo de ser médium não o leve a considerar indiferente dirigir-se ao primeiro que apareça, salvo para mais tarde se livrar dele, caso não convenha, por isso que ninguém pedirá impunemente, seja para o que for, a assistência de um mau Espírito, o qual pode fazer que o imprudente lhe pague caro os serviços”.
O médium, mesmo com a faculdade desenvolvida, jamais poderá “crer-se” dispensado de qualquer instrução mais, porquanto apenas terá vencido uma resistência material. Do ponto a que chegou é que começam as verdadeiras dificuldades, é que ele mais do que nunca precisa dos conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe vão ser preparadas. Se pretender muito cedo voar com suas próprias asas, não tardará em ser vítima de Espíritos mentirosos, que não se descuidarão de lhe explorar a presunção ”.
“Uma vez desenvolvida a faculdade, é essencial que o médium não abuse dela... Devem (os iniciantes) lembrar-se de que ela lhes foi dada para o bem e não para satisfação de vã curiosidade. Convém, portanto, que só se utilizem dela nas ocasiões oportunas e não a todo o momento. Não lhes estando os Espíritos ao dispor a toda hora, correm o risco de serem enganados por mistificadores. Bom é que, para evitarem esse mal, adotem o sistema de só trabalhar em dias e horas determinados, porque assim se entregarão ao trabalho em condições de maior recolhimento e os Espíritos que os queiram auxiliar, estando prevenidos, se disporão a prestar esse auxilio.
“Se, apesar de todas as tentativas, a mediunidade não se revelar de modo algum, deverá o aspirante renunciar a ser médium, como renuncia ao canto quem reconhece não ter voz”.
Processo de Desenvolvimento Mediúnico Espírita-Cristão:
Allan Kardec define como ESPIRITA CRISTÃO, ou verdadeiros Espíritos, aqueles que não se contentam com admirar a moral espírita, que a praticam e lhe aceitam todas as conseqüências. Aproveitam todos os breves instantes da vida terrena para avançar pela senda do progresso, esforçando-se por fazer o bem e coibir seus maus pensamentos. A caridade é tudo, a regra de proceder a que obedecem. ( O Livro dos Médiuns, 1a. Parte, capítulo III, item 28).
Sob o ponto de vista espírita a mediunidade é uma iniciação religiosa das mais sérias; é um mandato que nos é outorgado pela Espiritualidade superior, a fim de ser fielmente desempenhado. Dessa forma, o aspirante à mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, deve partir da conscientização de seus ensinamentos e esforçar-se desde o início de sua formação e informação mediúnica, por ser um ESPIRITA CRISTÃO.
Fundamentos para o Desenvolvimento Mediúnico:
O desenvolvimento mediúnico deve fundamentar-se nos processos que se seguem:
O culto do Evangelho no Lar:
“É a renovação do clima espiritual do lar sob as luzes do Evangelho Redivivo, porque o lar é a usina maior das energias de que somos carentes para o nosso trânsito terreno e é onde compensamos nossas vibrações psíquicas em reajustamento... Evangeliza os Espíritos, nossos desafetos que se julguem conosco em todas as nossas atividades cotidianas”.
Para o culto, as providências são simples:
I Um volume de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”;
II Um dia certo por semana;
III Um cômodo onde todos os familiares se reúnem.
Sua realização também é singela:
a) Inicia-se por uma prece, preferentemente uma oração feita de improviso por um dos presentes, por ser mais afetivo;
b) Abre-se o livro ao chamado acaso;
c) Leitura em voz alta do trecho aberto;
d) Comentários sobre o mesmo pelos presentes;
e) Encerramento com uma prece de agradecimento pela orientação noturna, podendo alongar-se os comentários, depois, sobre a lição, enquanto houver interesse e for oportuno. Evitar no culto, qualquer manifestação que o confunda com sessão mediúnica ”.
O culto da Assistência:
“Rompimento com o egoísmo, compelindo-nos a interessar-nos pelo próximo, auxiliando-o nos seus lances expiatórios, probatórios ou missionários, até o limite de nossa capacidade de servir” (grupo de costura, socorro fluídico pelo passe, visita aos enfermos, amparo aos órfãos, cooperação com as obras de assistência, conforto moral aos desesperados, etc).
Reforma Íntima:
“Revisão e reconstrução dos hábitos, permutando os vícios por virtudes legitimamente cristãs que são as únicas que sobreviverão eternamente e que nos abrirão as portas de Planos mais elevados que os atuais”.
Templo Espírita:
“Aniquilamento do orgulho, levando-nos a viver em circunstâncias e agrupamentos humanos que nos permitirão o exercício da humildade legítima, entrosando-nos em trabalhos de equipe com esquecimento de nós mesmos. Evitemos as sessões espíritas nos lares. A organização espiritual não se improvisa”. O ambiente do Centro Espírita esta em permanente ação e é formado como um posto de socorro diverso, sob a orientação e desempenho dos bons Espíritos.
Estudo Coletivo:
“Reunidos semanalmente aos companheiros, evitaremos, no compulsar os livros doutrinários, de emprestar-lhes o colorido de nossas paixões e preferências particulares e, apesar de sua suficiente clareza, evitaremos emprestar-lhes interpretações laterais ou desvirtuadas”.
Dentro destes critérios de desenvolvimento da mediunidade, mesmo que nenhuma faculdade venha a desabrochar, tenhamos a certeza que estaremos desenvolvendo-nos espiritualmente e capacitando-nos para a verdadeira mediunidade com Jesus – a Mediunidade do Bem.
Bibliografia:
Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns – 2.ª parte, capítulos XVII.
Xavier, Francisco Candido. Missionários da Luz – Capítulos III
Jacinto, Roque. Desenvolvimento Mediúnico – Capítulo VII.
2 comentários:
Eu gostei do pouco que li. Sinto Deus fluir de dentro de mim. Sinto vontade total de ajudar as pessoas. Tenho dons, um deles de cura, e uso esses dons para ajudar pessoas, muitas sem perceber. Busco estar em pensamentos positivos o tempo todo, em meditação e em oração. Sei que Deus me ouve, assim como sinto a presença dele profundamente, sentindo às vezes sua alegria profunda pela minha existência, quase se materializando para eu poder vê-lo. Sei que Ele é energia, mas somos como pai e filha. Eu sou agradecida pela existência Dele e por ser filha Dele. Andamos pelas cidades e vou conversando com o Pai e mostrando suas criações, pedindo para que olhasse através dos meus olhos. Esta semana ele me presenteou. Em vez deu leva-lo para passear, foi Ele que me levou para passear e me fez sentir uma das mais belas experiências da minha vida. Me fez sentir e ver em segundos todo o Universo, as pessoas, a beleza de cada uma. Foi algo maravilhoso.
Também esta semana Ele me fez ver e sentir que eu estava em chamas azuis bem vivas quando estava pedindo e mandando pensamentos e energia de luz para o Brasil se harmonizar. Eis que deitei e quase dormindo me vi em chamas azuis bem vivas, liiiiinda energia e depois liberei-a como uma bomba expandindo-a na horizontal na velocidade da luz e voltei novamente ao estado de chamas azuis vivas. Aí acordei sentindo toda essa energia em mim.
É Deus agindo e sou agradecida por poder contribuir para a humanidade. Por mim curaria todas as pessoas. Não queria ninguém doente. Eu converso muito com Deus e peço por todos.
Meu coração sempre fala que as pessoas estão a um passo de mudar tudo, bastam querer. Trocar o egoísmo pelo altruísmo. Não pensar negativo, mas positivo. Manter-se em estado de oração. Agradeceu tudo, todos os aprendizados, sempre mandar energia positiva para o próximo. Sentir vontade e lutar pelo irmão através do altruísmo junto com Deus. O Pai ouve tudo. Mantenha-se no padrão energético positivo, no padrão de doação, sem ficar julgando.
Agradeço por falar um pouco aqui.
Sou uma visitante por este planeta tão lindo. Meus irmãos precisam de orientação. Parem de emitir energia negativa. Aprendam a se doarem.
Um beijo de luz e que Deus nos ilumine sempre.
Lindo testemunho e palavras fortes que causam um impacto de ondas positivas independente de qual for sua religião. Porque Deus esta em tudo, ele é energia, ele tudo vê e tudo sabe, porém nos deu a opção de escolher de sermos melhores e ajudarmos ao próximo sem a necessidade de termos laços de sangue, laços de carne. Pois pra ele e sua eterna sabedoria, e imensa bondade el quer seus filhos igualmente evoluídos. Nos com nosso limitado conhecimento e emoções positivas e negativas somo muitas vezes alvo e fantoches de desencarnados, que supriram a suas emoções mais baixas e fulas. Porém como um Pai não esquece seus filhos, ele manda nossos irmãos mais evoluídos para nos instruir com caridade e o amor, pois o amor é a saída, o amor é o caminho que nos levará de volta ao nosso lar.
Fiquem em paz irmão e irmãs, boas energias a todos!!!
Muito obrigado meu Deus!!!
Muito obrigado meu Deus!!!
Muito obrigado meu Deus!!!
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