15 junho 2008

Por que a espiritualidade cura?


Imagine um médico receitando 20 minutos de meditação, duas vezes ao dia, para combater a hipertensão, por exemplo.
É isso que faz o doutor Herbert Benson, pesquisador e fundador-presidente do Instituto Mente/ Corpo da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, em Boston, nos Estados Unidos.
Há mais de três décadas, ele realiza estudos em laboratório e vem comprovando que aquietar a mente é um hábito poderoso na prevenção e no combate de problemas como insônia, tensão pré-menstrual, infertilidade e hipertensão.
Além disso, alivia os efeitos de doenças crônicas e tratamentos químicos fortes, como o de câncer. O doutor Benson concluiu que de 60 a 90% das doenças podem ser curadas pela mente.
Ele é autor de sete livros sobre o assunto, como Medicina Espiritual (ed. Campus) e o best seller The Relaxation Response (não traduzido para o português), que já vendeu mais de 4 milhões de exemplares.
Em julho de 2002, no II Congresso Internacional de Stress, organizado pela ISMA-BR (International Stress Management), em Porto Alegre, ele falou sobre medicina e espiritualidade.

- Como a espiritualidade pode trazer benefícios para a saúde?
Herbert Benson - Sempre digo que há um tripé que sustenta a cura: os medicamentos, a cirurgia e a espiritualidade. Cada um deles tem seu peso, sendo que o hábito diário da prática da meditação corresponde de 60 a 90%. O resto é efeito da medicação ou, caso seja necessário, da cirurgia. Como médico, não receito para meus pacientes apenas a meditação, pois os recursos da medicina não podem ser desprezados.

- Por que, então, o senhor pesquisa a espiritualidade?
HB - Pesquiso os efeitos da espiritualidade na cura de doenças há 35 anos e comecei estudando a relação entre o estresse e a hipertensão. Primeiro fiz experimentos com macacos. Porém, na época, recebi uma proposta de estudar os efeitos físicos da meditação em um grupo de praticantes assíduos. Essas pessoas não tinham problemas de pressão alta e diziam que isso estava relacionado à meditação. Foi então que realmente estabeleci a conexão entre corpo e mente.

- O que o senhor notou no corpo dessas pessoas?
HB - Percebi que durante a prática há a diminuição da pressão arterial, da freqüência cardíaca e do ritmo respiratório. Tentei, então, descobrir o que provocava isso. E são dois os componentes básicos capazes de causar essas reações: a repetição de palavras e a capacidade de deixar os pensamentos de lado. Como parte do estudo, pesquisei os estados meditativos ao longo da história e nas diferentes religiões e esse efeito estava presente no cristianismo, no judaísmo e no budismo.

- Qualquer tipo de meditação traz benefícios?
HB - Meditação é deixar a mente livre de pensamentos. E isso é geralmente conseguido pela repetição de palavras. Quando um católico reza um terço, por exemplo, ele está meditando. Não importa o que está dizendo, desde que aquela palavra tenha um significado importante para ele. Pode ser paz, amor, aleluia, shalom, um mantra (os sons sagrados orientais). Os pacientes que escolhem repetir palavras ou expressões relacionadas com suas crenças religiosas têm maior probabilidade de meditar continuamente e melhores resultados fisiológicos do que aqueles que escolhem palavras indiferentes, sem um significado particular. E existem técnicas orientais que também causam as mesmas mudanças físicas, como ioga, tai chi chuan, chi kun e a dança.

- Meditar ajuda no processo de cura e prevenção de quais doenças?
HB - As que apresentam melhor resposta ao relaxamento são hipertensão, problemas cardíacos, insônia, calorões da menopausa e toda forma de dor, inclusive as crônicas. Nesses casos, meditar ajuda a suportar melhor os desconfortos.

- E a infertilidade?
HB - Problemas de infertilidade, causados por estresse e ansiedade, melhoram 50% depois da prática diária do relaxamento e 59% das mulheres têm diminuição dos sintomas de TPM (tensão pré-menstrual). Mas é preciso lembrar que não se deve abandonar os medicamentos, independentemente do problema de saúde. Quem pratica as várias formas de meditação deve, sim, avisar seu médico.

- Por quê?
HB - Se a prática é diária, as doses do medicamento precisam ser diminuídas. Caso contrário, passa-se a ter efeitos colaterais causados pelo excesso de remédios. Por exemplo, em quem é hipertenso, toma medicação e começa a meditar todo dia, a pressão arterial vai cair naturalmente. Assim, as doses dos remédios devem ser reduzidas aos poucos, com a orientação do especialista, até que a pressão se normalize. Percebo que, em males como a Aids ou o câncer, a meditação ajuda a suportar melhor os efeitos colaterais dos tratamentos. Ou seja, há uma melhora na qualidade de vida desses pacientes.

- A fé interfere na cura?
HB - Defendo uma medicina unificada de corpo, mente e espírito. Se a fé não fosse importante, como você explicaria o efeito placebo? Pesquisas demonstram que uma pílula com açúcar dada em laboratório tem resultados positivos em 90% das pessoas com problemas de depressão e ansiedade. Isso é o que chamo de fator fé.

- E a fé religiosa, ela conta pontos para a saúde?
HB - Estudos comparativos de grupos religiosos e não religiosos constataram: quem é mais religioso é mais saudável, independentemente da alimentação ou da atividade física. Isso também independe da religião. Um católico, por exemplo, que reza todos os dias e acredita em sua crença produz os mesmos efeitos benéficos para o organismo que um budista, que medita diariamente. O importante é a resposta que o relaxamento causa no organismo. Pode ser com meditação, rezando terço, com ioga.

- Existe uma idade certa para começar a praticar?
HB - Crianças a partir de 5 anos já podem ser iniciadas. Estudos feitos em Harvard demonstram que isso reduz a ansiedade, facilita a concentração, a capacidade de aprender e de ter notas melhores na escola em comparação a garotos que não meditam.

- É preciso meditar todos os dias? Quanto tempo?
HB - Para obter uma resposta eficaz, deve-se praticar uma ou duas vezes por dia, de dez a 20 minutos, cada vez. As alterações fisiológicas causadas pela meditação duram 24 horas, e isso faz também com que o praticante se torne mais resistente ao estresse e às doenças causadas por ele. O ideal é meditar de manhã, ao acordar (antes do café da manhã), e no final da tarde.

Fonte: http://bonsfluidos.abril.com.br/edicoes/0041/perfil/a.shtml

Ódio, Remorso, Vingança e Agressividade

"Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede de fazer muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve ser suficiente para induzir o homem a esforçar-se para dominá-la. O espírita é concitado a isso ainda por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. "(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiri­tismo. Capítulo IX. Bem-aventurados os Bran­dos e Pacíficos. A Cólera.)

A - Ódio ou Cólera

- O que é o ódio?
O ódio é uma manifestação dos mais primitivos sentimentos do homem animal, que ainda guarda no espírito em evolução os resquícios do instinto de conservação, sob as formas de defesa, de amor-próprio.
- Quais os vários modos pelos quais o ódio se manifesta em nós?

Desde os aspectos mais sutis, dissimulado na hipocrisia social e nas formas de antipatias, aos atos mais cruéis e brutais de violência.

- Como o ódio se apresenta dentro de nós?
Como um sentimento, uma emoção incontida, um impulso que, ao nos dominar, expressamos através de palavras ofensivas, quando contraímos o coração, cerramos os maxilares, fechamos os punhos e soltamos faíscas vibratórias de baixo padrão, sintonizados com as entidades malévolas, que assim podem nos envolver, instigando-nos até ao crime.

- E até que limites pode o ódio nos levar?
Nesses momentos, podemos ser levados a cometer os atos mais indignos de violência, de agressividade, causando dissensões e até mortes, contraindo, muitas vezes, as mais penosas dívidas em nossa existência.

- Quais os motivos que nos levariam a odiar alguém?
Em geral, os ódios são despertados pelas humilhações sofridas, ou quando injustiçados, maltratados, traídos no afeto, na confiança ou quando ofendidos. Encontramos, igualmente, em muitas antipatias indecifráveis que possamos sentir por alguém, os ódios recônditos de outras existências, quase sempre frutos de nossas paixões.

- As manifestações de ódio são sempre instiladas pelos espíritos inferiores?
Podemos realmente deixar campo aberto para as infiltrações das entidades maldosas, que estão quase sempre à espreita para nos levar aos cometimentos do ódio. Entretanto, esses auxiliares que nos ajudam no nosso fortalecimento no bem, pelos testes que nos proporcionam, só conseguem nos atingir quando descemos aos níveis vibratórios ao alcance deles. Está, realmente, em cada um de nós, as origens das manifestações de ódio.

- Quais os sentimentos decorrentes do ódio?
Junto ao ódio encontramos o rancor, que é a permanência dele, nas promessas feitas a nós mesmos de revide. A vingança é sua decorrência. A agressividade às vezes externa um estado íntimo também decorrente das nossas manifestações de ódio, rancor, de cólera. Invejas, cobiças, ciúmes, inconformações, ressentimentos podem gerar ódios.

- É o ódio a ausência de amor?
Amor e ódio são sentimentos opostos. Um pode dar lugar ao outro em frações de segundos, dentro de nossas reações íntimas. Muitos ódios refletem expressões de um amor ainda possessivo, em criaturas que foram preteridas nos seus afetos mais profundos. Os arrependimentos copiosos por males antes nutridos em ódios distantes são os primeiros lampejos de um amor despertado, fazendo finalmente vibrar as fibras sensíveis do coração, que assim quebra a casca endurecida que o envolve. Aquele que odeia está a reclamar direitos. Aquele que ama dá de si sem esperar recompensa.

- Como podemos combater o ódio?
Perdoando aos que nos ofendem. E o nosso Divino Mestre já nos deu a fórmula:
"não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete", ou seja, infinita e plenamente.

- O que fazer quando o ódio nos invade a alma?
O primeiro passo é segurá-lo de todos os modos, não deixá-lo expor-se à vontade. Calemos a boca, contemos até dez ou até cem, caso seja preciso. Logo em seguida, procuremos um local onde possamos nos recolher: aí iremos nos acalmando e mentalmente trabalharemos para serenar nosso ânimo exaltado. Então, dominá-la. O espírita é concitado a isso ainda por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. " Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo IX. Bem-aventurados os Brandos e Pacíficos. A Cólera.)

Tomemos uma página esclarecedora de um livro ao nosso dispor e meditemos recorrendo ao Amigo Protetor. Não demorará muito e já nos reequilibraremos, vendo a fogueira que conseguimos ultrapassar.

B - Mágoas, Ressentimentos, Inconformações

É muito comum ouvirmos algumas pessoas dizerem: "Ah! Eu perdoei fulano, mas não esqueço o que ele me fez!" Nesse caso, perguntamos, será que houve mesmo o perdão? Houve um começo, uma parte digamos, um entendimento racional da necessidade de perdoar. Em outras palavras, mentalmente o indivíduo se dispôs a não alimentar rancor ou ideias de vingança. Está, por ele mesmo, convencido de não odiar.
No campo emocional, no entanto, ainda ficaram impregnados os resquícios daqueles sentimentos, que, embora não identificados como impulsos de cólera, manifestam-se sutilmente em forma de mágoas, ressentimentos, inconformações, desgostos, amarguras e descontentamentos.

Acautelemo-nos quando esses sentimentos, ou esses lampejos de impressões, estiverem ainda presentes em nossas emoções, nos nossos solilóquios, curtidos no silêncio, ao flutuar vagamente a nossa imaginação.

Não nos deixemos levar ou iludir por essas manifestações desavisadas. Elas são ainda modos de expressão do ódio que está ali nos corroendo e desagregando a nossa resistência.

Guardar ou manter em nós os ressentimentos, as mágoas, as inconformações é nos deixar envolver, ainda, pelas teias da cólera; é não termos realmente perdoado.
Isso é enganoso e muito grave no nosso comportamento. São as maneiras de não aceitação das ofensas recebidas. Atingidos em nosso orgulho, sentimo-nos assim e permanecemos, então, ruminando inconformações, amarguras. É o amor-próprio ferido, os direitos que exigimos, a retratação de quem nos feriu.

Renunciemos corajosamente a esses direitos e inconformações, mesmo cobertos de razões, e deixemos que o tempo e o amadurecimento natural realizem as transformações naqueles que julgamos terem errado conosco. Façamos a nossa parte, perdoemos incondicionalmente, sem quaisquer restrições.

C - VINGANÇA

"Vingar-se é, bem o sabeis, tão contrário àquela prescrição do Cristo: 'Perdoai aos vossos inimigos', que aquele que se nega a perdoar não somente não é espirita, como também não é cristão. A vingança é uma inspiração tanto mais funesta quanto tem por companheiras assíduas a falsidade e a baixeza."
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritis­mo. Capítulo XII. Amai os Vossos Inimigos. A Vingança — Júlio Olivier.)

- Como se apresenta em nós a vingança?
A vingança se manifesta no nosso íntimo como uma reação carregada de forte emoção, por uma ofensa a nós dirigida. São também as formas dos revides, em discussões acaloradas, quando trocamos grosserias, os propósitos violentos de vingar crimes cometidos a familiares. Em geral, são as emoções muito fortes do ódio que levam as criaturas a atos criminosos de vingança.

- É comum o sentimento de vingança?
Quem é agredido por palavras ou ações, dificilmente passa por tais situações sem revidar aos impropérios ouvidos ou às pancadas recebidas. Estamos longe de oferecer a outra face àquele que nos bata numa. A atitude, a disposição íntima de quem é agredido, para ser fiel ao ensinamento evangélico, deve se revestir de uma coragem muito grande, e de um autocontrole gigantesco. O que em geral ocorre é a perda total do equilíbrio, desencadeando-se lutas corporais, ou discussões em altas vozes, com palavras de baixo calão.

Como, nos nossos dias, podemos vencer os impulsos de vingança? Mantendo-nos vigilantes no equilíbrio interior, alicerçado num profundo amor ao próximo, sem nos deixar cair nas teias da nossa animalidade inferior. Ainda aqui, o perdão é o antídoto.

- Podemos angariar conquistas nos capacitando ao perdão?
O bom combate se inicia dentro de nós e as conquistas, mesmo quando lentamente obtidas, vão aumentando nossa capacidade de perdoar. Para avaliar nossa atual condição, observemo-nos diante das situações em que alguém nos fira, até mesmo fisicamente, e analisemos os sentimentos que ainda despontam em nossa alma, a intensidade deles, até que altura eles nos dominam e até onde conseguimos esquecer o fato e as criaturas que nos atingiram. Se os guardamos por muito tempo, e alimentamos as emoções desagradáveis, é sinal de alerta, que nos deve levar à meditação na tolerância e a redobrar nosso esforço no perdão, prosseguindo para melhores resultados.

— Como justificar o combate à vingança?
Para não sermos infratores às leis de causa e efeito, de ação e reação, para não fazermos ao próximo o que não gostaríamos que alguém nos fizesse. Pelo sentido de saldar os erros cometidos no passado, não mais repetindo-os na atual existência. E pelo amor Universal que a todos une, numa confraternização de verdadeiros irmãos que já receberam os exemplos dignificantes de um Mestre como Jesus.

"A vingança é um dos últimos remanescentes dos costumes bárbaros que tendem a desaparecer dentre os homens." (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XII. A Vingança - Júlio Oliver.) Embora não sejam as ocorrências de vingança revestidas de tanta crueldade como nos tempos bárbaros, parece acontecer, em nossos dias, com surpreendente frequência, como resultado das ofensas não-perdoadas: as mortes por vingança, os crimes por desonra em casos passionais, os ódios íncontidos, fazendo vítimas, etc.

"O homem do mundo, o homem venturoso, que por uma palavra chocante, uma coisa ligeira, joga a vida que lhe veio de Deus, joga a vida do seu semelhante, que só a Deus pertence, esse é cem vezes mais culpado do que o miserável que, impelido pela cupidez, algumas vezes pela necessidade, se introduz numa habitação para roubar e matar os que se lhe opõem aos desígnios. Trata-se quase sempre de uma criatura sem educação, com imperfeitas noções do bem e do mal, ao passo que o duelista pertence, em regra, à classe mais culta."(O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XII. Item 15. O Duelo — Agostinho.)
Poderá hoje, entre os seguidores da Doutrina dos Espíritos, ou entre seus leitores, constituir-se em grande dilema a questão que deriva dessa abordagem do espírito de Santo Agostinho, ou seja, o da defesa pessoal, na contingência de ser atingido por assaltantes na rua ou em sua própria casa. Deve o espírita portar arma para se defender? Preocupado com sua segurança e com a de seus familiares, no receio de serem violados na integridade física e até moral, precisam, portanto, estar prontos para se protegerem?


Mesmo que essa defesa implique na morte de algum assaltante? Entendemos que quem tem amor no coração nada deve temer. A segurança está na confiança que devemos ter na Justiça Divina, na proteção dos Amigos Espirituais, na aceitação das provas reservadas a nós e a nossos familiares, por mais cruéis que possam ser. É preferível não se arriscar em eliminar a vida de alguém, e por isso mesmo é preferível evitar o uso de armas. A Espiritualidade tem recursos muito maiores de proteção do que possamos imaginar, e os mesmos podem ser colocados em ação em frações de tempo.

D – AGRESSIVIDADE

"Se ponderasse que a cólera nada soluciona, que lhe altera a saúde e compromete a sua própria vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, deveria contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não sentirá remorsos por fazer sofrer as criaturas que mais ama? E que mágoa profunda não sentiria se, num acesso de arrebatamento, cometesse um ato de que teria de arrepender-se por toda a vida!"(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo IX. Bem-aventurados os Brandos e Pacíficos. A Cólera.)

Podemos, de maneira geral, identificar as nossas manifestações de agressividade nos diferentes campos, que compreendem as emoções, os pensamentos, as palavras e os atos.

- No Campo das Emoções

Os impulsos de agressão brotam no nosso campo emocional como reflexos do ódio, do rancor, dos desejos de vingança, da cólera. A agressividade pode ser um estado permanente no indivíduo, para com tudo e para com todos, como um sintoma da cólera, situação que retraía o endurecimento do sentimento de criaturas nos estados íntimos mais penosos e difíceis. São as pessoas fechadas no entendimento, inflexíveis no coração.

A agressividade pode, no entanto, apresentar-se momentaneamente em algumas ocasiões, principalmente quando reagimos às ofensas recebidas. Mesmo aí, é também consequência da nossa condição ainda primitiva de reações animais, em que os instintos ancestrais de defesa emergem das camadas profundas, embora muito vivas, do nosso subconsciente.

Em ambos os casos, permanente ou momentânea, a agressividade surge como impulso emocional, de maior ou menor intensidade, dependendo da condição da criatura, do seu grau de consciência e do esforço que realiza no combate à predominância do mal. O Aprendiz do Evangelho, que busca localizar essas ocorrências, deve dirigir suas atenções para as manifestações do campo emocional.

É esse o seu terreno de trabalho, é nele que conscientemente vai exercendo seu domínio, refreando, inicialmente, seus impulsos, para controlar-se e, em seguida, trabalhando mentalmente, de modo a dosar, com o conhecimento, novas disposições, novos sentimentos, como alguém que substitui uma emoção forte de violência por uma vibração suave de carinho.

- No Campo dos Pensamentos

Quando cedemos às emoções e nelas nos envolvemos, ficamos impregnados daqueles sentimentos de animosidade que levam ao campo mental os correspondentes impulsos, geradores de pensamentos agressivos. São os diálogos íntimos que têm lugar no nosso consciente, quando nos deparamos brigando dentro de nós mesmos com alguém, nos armando assim das disposições de transmitir a outrem o veneno que armazenamos mentalmente.
Emitimos ondas vibratórias densas na direção de quem nos provocou. Ficamos, às vezes, horas arquitetando e elaborando, detalhe por detalhe, todas as palavras que iremos dirigir ao nosso algoz, que já se tornou nossa vítima, antes mesmo do entrevero. A agressão por pensamento talvez seja a maneira mais comum em que expressamos a nossa cólera. Embora essa forma ainda não tenha se concretizado numa realidade física, direta, de agressão, já provocou seus efeitos maléficos pelas vibrações emitidas ao nosso contraditor.
Do domínio obtido na nossa esfera emocional, onde possamos ter conseguido atenuar e controlar as erupções do vulcão que regorgitava em impulsos de violência, vamos agora sanear a nossa atmosfera mental, afastando dos nossos pensamentos as idéias de revide, os planos de vingança, os propósitos de reivindicar direitos por ofensas injustas, etc. Para isso, alimentamos os nossos pensamentos com idéias de tolerância, de perdão, de renúncia. Vamos nos desarmando dos projéteis mentais que estamos lançando ao próximo, envolvido nas nossas tramas. Vamos suavizando nossas emissões mentais, até conseguirmos vibrar amor em nosso íntimo, sem restrições ou condicionamentos, em direção do nosso opositor. Não importa qual virá a ser a reação ou aceitação do nosso contestador; importa, sim, a nossa atitude de tolerância e perdão para com ele, importa realizar a nossa parte, dar o nosso testemunho evangélico.

- No Campo das Palavras

Imantados nos envolvimentos magnéticos de ódio, podemos reproduzir ou devolver agressões, concretizadas nas palavras pronunciadas com intensa carga vibratória, em altos sons, de efeitos desequilibradores. À força magnética da palavra somam-se os componentes emocionais e mentais. São verdadeiros petardos explosivos que lançamos àqueles que agredimos com a nossa voz.
Os impropérios pronunciados, os desaforos, as ofensas que dirigimos são as diversas maneiras de agredirmos por palavras. E quando não represamos de início a torrente de palavras que jorra continuamente numa discussão, é mais difícil nos dominar depois. Como é desagradável e penoso o clima que se sente numa discussão, numa troca de ofensas. Os contendores ficam pálidos, mudam de expressão, se desequilibram, tremem, se envenenam mutuamente e permanecem por muito tempo nesse estado, nervosos, alterados, em profunda infelicidade. E para quê? Com que proveito?


De nada adiantam as gritarias, as altas vozes. São maus costumes que em nada ajudam. "Uma boa palavra auxilia sempre", mas pronunciada serenamente, com profundidade, aí sim ela penetra e cala, transformando a criatura que a recebe. Conter as palavras que possam ser pronunciadas, com resquícios de ódio, rancor, é o grande desafio aos Aprendizes do Evangelho. Articulá-las exclusivamente quando houver a certeza que ao serem pronunciadas efetivamente beneficiarão criaturas e induzirão bons propósitos.


Muito cuidado, portanto, no "falar" e sobre "o que falar", lembrando sempre que não será por muito falar que seremos ouvidos ou convenceremos alguém, a não ser simplesmente pelas nossas atitudes e pelos nossos exemplos, incluindo-se entre esses o silenciar nas horas propícias.

- No Campo dos Atos


A agressividade atinge sua manifestação mais desagradável e perigosa quando transborda incontidamente para o campo dos atos físicos, das agressões corporais. É o que assistimos, às vezes, entre amigos, colegas ou familiares, que, trocando ofensas, chegam às lutas corporais, não raro com ferimentos, fraturas e escoriações dos contendores, quando não aos extremos casos de morte.



É incrível observar, em nossos dias, a crescente onda de violência entre as criaturas, a reagirem por nada, sacando uma arma e cometendo, até involuntariamente, trágicos crimes. É o que constatamos nos casos mais chocantes, comentados pelos jornais, nos crimes passionais, nas próprias diligências policiais e nos campos de encontros esportivos. E como se não bastasse, o assunto é explorado pela imprensa, rádios e emissoras de televisão, com requintes de competição, nas disputas de maiores audiências, pelos seus produtores, além de ocuparem os temas preferidos nos filmes policiais e de guerra, onde a melhor técnica e todo o avanço na arte cinematográfica são utilizados para evidenciar os aspectos mais terríveis e deprimentes da violência humana.



As platéias continuam vibrando com as demonstrações de força e desamor. Transfere-se, para o relacionamento entre as criaturas na sociedade, o mesmo comportamento observado e induzido pelos exemplos degradantes, apresentados nos filmes, jornais, revistas, programas de rádio e de televisão.


Somos induzidos, pelas imagens que se fixam subconscientemente, a cometer os mesmos atos de agresssividade, as mesmas demonstrações de violência. E nesse contexto o Aprendiz do Evangelho é solicitado a dar com esforço os seus testemunhos de brandura, compreensão e perdão, desenvolvendo sua capacidade de não se deixar levar pelos impulsos de agressão física, incompatíveis com seus ideais de amor e tolerância, que podem muitas vezes pegá-lo de surpresa, em momentos como no trânsito, no relacionamento familiar, no trabalho, nas aglomerações, nos salões de espetáculos, etc

Leia matéria completa: http://www.comunidadeespirita.com.br/reformaintima/10%20odioremorso%20vingancaeagressividade.htm

Candomblé e Umbanda. Qual a diferença?

O candomblé é uma religião iniciática, que apesar de bem deturpada, tem seus fundamentos nas religiões tribais africanas (milenares) trazidas pelos escravos para o Brasil. E com eles vieram os orixás africanos, todos negros, sem mistura de credo, pois não conheciam as religiões católica e espírita nem de longe (os escravos).A umbanda foi criada por volta de 1900, não se sabe exatamente a data, no Rio de Janeiro, onde o primeiro babá de terreiro criou as regras, ou foram ditas por seus guias, assim foi criada a umbanda, que hoje, já não se sabe mais o que é realidade ou fruto de imaginação.

A mistura é tão grande, e a imaginação de cada um vai tão longe, que foram criando falanges e mais falanges que não se entende mais nada, nem os próprios umbandistas sabem dar certas explicações. A umbanda começou com os caboclos (espíritos de índios brasileiros) e pretos velhos (espíritos dos escravos), depois foram aparecendo novas entidades como ciganos, indianos, já tem gente incorporando Cleópatra, Messalina, Afrodite, Lampião, etc... dá prá acreditar?

E os que dizem incorporar Lúcifer, Belzebu e outros, não que eu queira ser a dona da verdade, que não sou mesmo... mas haja imaginação hein?

Freqüentei umbanda durante 9 anos, respeito a umbanda séria e acredito nos guias de umbanda, (pois os que conheci mereciam respeito), mas aprendi a separar mistificação, de entidades de verdade, pois acredito que o maior problema da umbanda seja esse, as pessoas não saberem distinguir um do outro.

Na minha opinião, toda religião é boa, desde que não seja usada para ludibriar as pessoas ingênuas e crédulas. Toda pessoa precisa acreditar em alguma coisa, ter fé, mas também precisa ter o bom senso de desconfiar de vez em quando, nem tudo o que vemos e ouvimos é o que parece ser.

Independente das religiões, o ser humano é dotado, uns mais outros menos, de poderes paranormais ou seja vidência, audiência, telepatia, telecinese e outros, até poder de cura através das mãos, (que a pessoa já nasce com eles sem fazer parte de nenhuma religião, muitos morreram nas fogueiras por terem tais poderes, eram chamados de bruxos, na idade média), que infelizmente são usados através de religiões, com finalidades nem sempre honestas.

Segunda diferença entre candomblé e umbanda:

Antigamente na religião africana, existia uma separação entre o culto de Egun e o culto de orixá, era bem definido e os locais de culto eram independentes e separados. Exemplo disso, podemos ver nas casas de candomblé da Bahia (casas de Ketu tradicional), onde se cultua orixá, (tem apenas um quarto onde são homenageados os eguns dos filhos da casa que já morreram), os Eguns dos pais de santo, são cultuados em outras casas, as mais conhecidas estão na Ilha de Itaparica.

Também acho uma discriminação, mulher quando morre não é egun, é alma, sendo cultuadas em outras casas.

Nessas casas onde são cultuados os babá Egun, também é feita uma separação bem definida, quando um babá Egun está dançando no barracão e vira um orixá de alguém que esteja assistindo, em respeito ao orixá, esse babá Egun se retira da sala e só volta quando o orixá tiver ido embora. No candomblé, o único motivo de se usar contra-egun, é para que um egun não incorpore em uma pessoa iniciada para o orixá.

A coisa tá tão complicada de se entender, que a maioria das babás de terreiro usam como símbolo de cargo um mocan no pescoço, isso quando não usam senzala de búzios e contra-egun também, feitos de palha da costa, usado no candomblé exatamente para que eguns não se apoderem das pessoas.

A conclusão que eu cheguei é a seguinte:

A umbanda não é iniciática, portanto não tem feitura de orixá.
As entidades que incorporam na umbanda não são orixás, são guias.
Nem tudo que vemos incorporado na umbanda são guias, pode ser fruto da imaginação muito fértil de algumas pessoas (com exceções).
No candomblé tem gente feita de santo que continua virando com guias de umbanda, isso não é novidade, é até muito freqüente de se ver. (vide texto anexo do Prof. Reginaldo Prandi).

Mas dizer que foi feito de um orixá na umbanda, prá mim é novidade... a não ser que o pai de santo tenha sido feito, mas aí a casa deixa de ser umbanda e passa a ser de candomblé e que também toca umbanda.

Peço desculpas, aos umbandistas, não quis com isso ofender ninguém, apenas tentei colocar como vejo a situação da umbanda e do candomblé nos dias de hoje, e peço que as pessoas leiam mais e procurem se orientar melhor, não estou querendo dizer com isso, que o candomblé seja a religião perfeita, porque não é mesmo, tem muitas falhas principalmente por deturpação de muitos pais e mães de santo.

Nos candomblés bantus tradicionalmente sempre existiu a presença do caboclo, mas é um caboclo diferente do que incorpora na umbanda, não dá prá confundir são totalmente diferentes.

Com isso quero dizer que existem umbandas sérias e candomblés sérios, mas que precisam ser distinguidos.
E esse é o X da questão.
Fonte: Texto de Jurema Oliveira (Jurema D’Oxum)
http://www.sobresites.com/candomble/artigo2.htm

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