Psicose e Reencarnação
Nesta entrevista o Dr. Mario Sérgio Silveira, psicoterapeuta, explica como o espiritismo pode abrir novas perpectivas no tratamento das doenças mentais.
Por Érika Silveira
O termo psicose é definido no dicionário como doença mental. Mas o psiquismo humano é algo complexo para ser explicado em poucas palavras, ainda mais quando permite a abordagem espiritual. É bastante comum, também, as pessoas associarem a psicose à loucura. Segundo o psicoterapeuta e assessor técnico do Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, em Curitiba, dr. Mário Sérgio Silveira, Loucura é uma expressão popular que é utilizada para designar comportamentos que fogem da norma. "As pessoas podem cometer loucuras e não serem necessariamente psicóticas. Deveríamos abandonar este "apelido", tão marcado pelo preconceito", diz Mário Sérgio, que também realizou recentemente uma palestra durante o II Congresso Brasileiro de Psicologia e Espiritismo, sobre o tema Psicose e Estados Alterados da Consciência. De acordo com o especialista, clinicamente os sintomas mais característicos e evidentes da psicose são as alucinações visuais e auditivas e os delírios, que muitas vezes estão associados às alucinações como tentativas que o paciente faz de tentar explicar a invasão alucinatória. Caracteriza-se pela perda de contato com a realidade, entendida como a realidade consensual de nosso nível dimensional, e principalmente, pelo elemento de certeza no que diz respeito ao delírio. É chamada de "crença delirante".
Complementa, dizendo que, em investigações no hospital espírita, onde atua, os pesquisadores têm atribuído o fator "influência espiritual" como causa desencadeante em um grande número de casos de psicose. (...)
Espiritualmente, como a psicose pode ser definida?
Como trabalhamos hoje numa perspectiva transdisciplinar, não excluímos nenhum conhecimento. Portanto, reconhecemos a importância das pesquisas da neurociência, uma vez que precisamos entender o funcionamento do "computador cerebral". Reconhecemos que as diversas teorias psicológicas, como a psicologia comportamental, a psicanálise, o psicodrama, a Gestalt, a Bioenergética, as psicologias humanistas e existencialistas e outras mais, têm seu lugar, embora como verdades parciais.
No que diz respeito à dimensão espiritual, o próprio Kardec nos convidava a estudar as antigas tradições. Isto posto, quero afirmar que as duas formas de investigação mais produtivas ao alcance de profissionais e cientistas que pretendam conhecer em profundidade o espírito humano é a regressão de memória, que dispõe hoje de diversas técnicas para este fim, e a mediunidade. Fundamentado nos estudos da consciência a partir da física quântica e da psicologia transpessoal, que estuda os diversos níveis e estados de consciência, em investigações realizadas através da terapia regressiva integral e reuniões mediúnicas de desobsessão, podemos afirmar que a psicose é a estrutura psíquica resultante de profundos desequilíbrios do ser em diversas encarnações. Como a estrutura biopsíquica do ser é construída à partir das informações do perispírito, que contém as memórias milenares da caminhada evolutiva do espírito, no encontro com os recursos genéticos e psíquicos de seus futuros pais, podemos compreender que o desequilíbrio energético (informacional), vai repercutir severamente, causando o que chamamos de doenças. No plano psíquico, o sentimento de culpa pode ser devastador, por desajustar a organização mental, além de manter o ser imantado às outras consciências que possa ter prejudicado.
Assim, podemos definir a psicose, do ponto de vista espiritual, que constitui a essência do ser, como a "impossibilidade de construir uma personalidade, um "eu atual", em razão da predominância das subpersonalidades anteriores, ainda presas aos dramas ocorridos em outros tempos, incluindo também os demais co-participantes que eventualmente não se libertaram pelo benefício que somente o perdão poderia proporcionar. Deste modo, o ego, esta instância psíquica responsável pela noção de identidade, responsável pelo "critério de realidade", não pode operar, uma vez que não se constituiu, ficou com um "defeito", que chamamos anteriormente "preclusão". Como " a vivência da realidade é função do estado de consciência" (postulado transpessoal) o ser fica à mercê da invasão de "outras vivências de realidade". E aí estamos na experiência psicótica, no que a psiquiatria denomina "delírios e alucinações". Não fosse a interferência dos mecanismos psíquicos, que transformam a apresentação das memórias inconscientes como ocorre nos sonhos, teríamos puras lembranças de vidas passadas. O sujeito dito "normal", que funciona com o ego estruturado de acordo com o recalcamento, tem a capacidade de rememorar vidas ou vivências passadas. Já o psicótico, experimenta este "retorno" na forma de imagens alucinatórias, delírios e confusão mental. Os demais sintomas são decorrências do desmoronamento do mundo simbólico e de sua relação com esta realidade consensual: embotamento afetivo, depressão, sensações corporais estranhas, hipocondria etc.
Como identificar um quadro de psicose?
Respondendo rapidamente, reconhecemos quando a pessoa entra no que chamamos de "surto", que é um estado de confusão mental, com delírios e alucinações (as mais características são auditivas, quando o paciente refere ouvir vozes), às vezes com liberação de auto e/ou hétero agressividade. Para um diagnóstico mais preciso é necessário a avaliação de um especialista.
Existem gêneros específicos de psicose? Quais são os mais comuns?
No Brasil, nós utilizamos o Código Internacional de Doenças, que já está em sua décima revisão (CID 10), que é o manual europeu de classificação das doenças. O capítulo V trata dos Transtornos Mentais e Comportamentais, que possui 99 subtítulos. Os mais importantes são: Transtornos mentais orgânicos, transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas, as esquizofrenias, transtornos de personalidade, demências e atualmente o mais comum, pelo menos em nossa prática no Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, os transtornos do humor. A psiquiatria atual preferiu o termo transtorno, para caracterizar um conjunto de sintomas, dentro de certos critérios, inclusive o tempo de duração. Isto é importante, porque conferiu um caráter transitório para os quadros e não mais um rótulo definitivo. Antigamente, tínhamos apenas o diagnóstico de "psicose maníaco-depressiva". Agora, com os transtornos do humor, temos mais nove títulos e dezenas de subtítulo, alguns sem sintomas psicóticos. Isto representa uma segurança muito maior para o paciente, que terá um diagnóstico mais preciso e conseqüentemente uma terapêutica mais adequada. Para melhor esclarecimento, os transtornos do humor variam do pólo depressivo ao eufórico, com ou sem sintomas psicóticos.
A psicose pode se manifestar na infância ou "surge" pela primeira vez na idade adulta?
É mais raro manifestar-se na infância, embora a estrutura psicótica se estabeleça nesta fase. A primeira infância é fundamental na construção da personalidade. O desencadeamento pode ocorrer na adolescência e na fase adulta, quando alguns fatores podem ser decisivos, como o encontro com a sexualidade, a paternidade, a maternidade ou a morte. Em nossas investigações no hospital, temos atribuído o fator "influência espiritual" como causa desencadeante em um grande número de casos.
Existem recursos médicos e espirituais para se evitar ou minimizar um quadro psicótico?
A prevenção primária depende da evolução moral da humanidade. Quando pais mais equilibrados recebem em família espíritos em desajuste, maiores chances de recuperação, pois esses espíritos desajustados têm mais possibilidades de construírem uma nova personalidade sadia.
Quanto a minimizar, melhor seria dizer tratar, terapeutizar. Neste sentido, os recursos são muito fartos, atualmente, com o avanço das pesquisas psicofarmacológicas, com as antigas e novas psicoterapias, terapia ocupacional, terapias complementares etc. Quanto à dimensão espiritual, penso que os centros espíritas e também os centros de umbanda são grandes centros de profilaxia e tratamento.
Por Érika Silveira
O termo psicose é definido no dicionário como doença mental. Mas o psiquismo humano é algo complexo para ser explicado em poucas palavras, ainda mais quando permite a abordagem espiritual. É bastante comum, também, as pessoas associarem a psicose à loucura. Segundo o psicoterapeuta e assessor técnico do Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, em Curitiba, dr. Mário Sérgio Silveira, Loucura é uma expressão popular que é utilizada para designar comportamentos que fogem da norma. "As pessoas podem cometer loucuras e não serem necessariamente psicóticas. Deveríamos abandonar este "apelido", tão marcado pelo preconceito", diz Mário Sérgio, que também realizou recentemente uma palestra durante o II Congresso Brasileiro de Psicologia e Espiritismo, sobre o tema Psicose e Estados Alterados da Consciência. De acordo com o especialista, clinicamente os sintomas mais característicos e evidentes da psicose são as alucinações visuais e auditivas e os delírios, que muitas vezes estão associados às alucinações como tentativas que o paciente faz de tentar explicar a invasão alucinatória. Caracteriza-se pela perda de contato com a realidade, entendida como a realidade consensual de nosso nível dimensional, e principalmente, pelo elemento de certeza no que diz respeito ao delírio. É chamada de "crença delirante".
Complementa, dizendo que, em investigações no hospital espírita, onde atua, os pesquisadores têm atribuído o fator "influência espiritual" como causa desencadeante em um grande número de casos de psicose. (...)
Espiritualmente, como a psicose pode ser definida?
Como trabalhamos hoje numa perspectiva transdisciplinar, não excluímos nenhum conhecimento. Portanto, reconhecemos a importância das pesquisas da neurociência, uma vez que precisamos entender o funcionamento do "computador cerebral". Reconhecemos que as diversas teorias psicológicas, como a psicologia comportamental, a psicanálise, o psicodrama, a Gestalt, a Bioenergética, as psicologias humanistas e existencialistas e outras mais, têm seu lugar, embora como verdades parciais.
No que diz respeito à dimensão espiritual, o próprio Kardec nos convidava a estudar as antigas tradições. Isto posto, quero afirmar que as duas formas de investigação mais produtivas ao alcance de profissionais e cientistas que pretendam conhecer em profundidade o espírito humano é a regressão de memória, que dispõe hoje de diversas técnicas para este fim, e a mediunidade. Fundamentado nos estudos da consciência a partir da física quântica e da psicologia transpessoal, que estuda os diversos níveis e estados de consciência, em investigações realizadas através da terapia regressiva integral e reuniões mediúnicas de desobsessão, podemos afirmar que a psicose é a estrutura psíquica resultante de profundos desequilíbrios do ser em diversas encarnações. Como a estrutura biopsíquica do ser é construída à partir das informações do perispírito, que contém as memórias milenares da caminhada evolutiva do espírito, no encontro com os recursos genéticos e psíquicos de seus futuros pais, podemos compreender que o desequilíbrio energético (informacional), vai repercutir severamente, causando o que chamamos de doenças. No plano psíquico, o sentimento de culpa pode ser devastador, por desajustar a organização mental, além de manter o ser imantado às outras consciências que possa ter prejudicado.
Assim, podemos definir a psicose, do ponto de vista espiritual, que constitui a essência do ser, como a "impossibilidade de construir uma personalidade, um "eu atual", em razão da predominância das subpersonalidades anteriores, ainda presas aos dramas ocorridos em outros tempos, incluindo também os demais co-participantes que eventualmente não se libertaram pelo benefício que somente o perdão poderia proporcionar. Deste modo, o ego, esta instância psíquica responsável pela noção de identidade, responsável pelo "critério de realidade", não pode operar, uma vez que não se constituiu, ficou com um "defeito", que chamamos anteriormente "preclusão". Como " a vivência da realidade é função do estado de consciência" (postulado transpessoal) o ser fica à mercê da invasão de "outras vivências de realidade". E aí estamos na experiência psicótica, no que a psiquiatria denomina "delírios e alucinações". Não fosse a interferência dos mecanismos psíquicos, que transformam a apresentação das memórias inconscientes como ocorre nos sonhos, teríamos puras lembranças de vidas passadas. O sujeito dito "normal", que funciona com o ego estruturado de acordo com o recalcamento, tem a capacidade de rememorar vidas ou vivências passadas. Já o psicótico, experimenta este "retorno" na forma de imagens alucinatórias, delírios e confusão mental. Os demais sintomas são decorrências do desmoronamento do mundo simbólico e de sua relação com esta realidade consensual: embotamento afetivo, depressão, sensações corporais estranhas, hipocondria etc.
Como identificar um quadro de psicose?
Respondendo rapidamente, reconhecemos quando a pessoa entra no que chamamos de "surto", que é um estado de confusão mental, com delírios e alucinações (as mais características são auditivas, quando o paciente refere ouvir vozes), às vezes com liberação de auto e/ou hétero agressividade. Para um diagnóstico mais preciso é necessário a avaliação de um especialista.
Existem gêneros específicos de psicose? Quais são os mais comuns?
No Brasil, nós utilizamos o Código Internacional de Doenças, que já está em sua décima revisão (CID 10), que é o manual europeu de classificação das doenças. O capítulo V trata dos Transtornos Mentais e Comportamentais, que possui 99 subtítulos. Os mais importantes são: Transtornos mentais orgânicos, transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de substâncias psicoativas, as esquizofrenias, transtornos de personalidade, demências e atualmente o mais comum, pelo menos em nossa prática no Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, os transtornos do humor. A psiquiatria atual preferiu o termo transtorno, para caracterizar um conjunto de sintomas, dentro de certos critérios, inclusive o tempo de duração. Isto é importante, porque conferiu um caráter transitório para os quadros e não mais um rótulo definitivo. Antigamente, tínhamos apenas o diagnóstico de "psicose maníaco-depressiva". Agora, com os transtornos do humor, temos mais nove títulos e dezenas de subtítulo, alguns sem sintomas psicóticos. Isto representa uma segurança muito maior para o paciente, que terá um diagnóstico mais preciso e conseqüentemente uma terapêutica mais adequada. Para melhor esclarecimento, os transtornos do humor variam do pólo depressivo ao eufórico, com ou sem sintomas psicóticos.
A psicose pode se manifestar na infância ou "surge" pela primeira vez na idade adulta?
É mais raro manifestar-se na infância, embora a estrutura psicótica se estabeleça nesta fase. A primeira infância é fundamental na construção da personalidade. O desencadeamento pode ocorrer na adolescência e na fase adulta, quando alguns fatores podem ser decisivos, como o encontro com a sexualidade, a paternidade, a maternidade ou a morte. Em nossas investigações no hospital, temos atribuído o fator "influência espiritual" como causa desencadeante em um grande número de casos.
Existem recursos médicos e espirituais para se evitar ou minimizar um quadro psicótico?
A prevenção primária depende da evolução moral da humanidade. Quando pais mais equilibrados recebem em família espíritos em desajuste, maiores chances de recuperação, pois esses espíritos desajustados têm mais possibilidades de construírem uma nova personalidade sadia.
Quanto a minimizar, melhor seria dizer tratar, terapeutizar. Neste sentido, os recursos são muito fartos, atualmente, com o avanço das pesquisas psicofarmacológicas, com as antigas e novas psicoterapias, terapia ocupacional, terapias complementares etc. Quanto à dimensão espiritual, penso que os centros espíritas e também os centros de umbanda são grandes centros de profilaxia e tratamento.
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Em geral, os filmes de terror e suspense mostram os psicóticos como pessoas de personalidade agressiva e imprevisível, que podem matar uma pessoa a qualquer momento. Essas tendências são verdadeiras ou é exagerada pela mídia em geral?
Infelizmente, estes casos ocorrem, muitas vezes comandados por vozes que induzem ao homicídio e ao suicídio.
Relate alguns casos de pacientes que passaram pelo tratamento e como esses casos se desenvolveram?
Vou relatar o caso de uma menina de 14 anos, com o diagnóstico de hebefrenia, ou seja, um quadro psicótico desencadeado ainda na adolescência. Ela chegou no hospital muito prostrada, afeto embotado, confusão mental, ouvindo vozes, apresentando grande dificuldade de contato. Foi medicada com psicofármacos, estimulada a participar de atividades terapêuticas, porém pouco respondia. Seu quadro começou a melhorar quando passou a ser medicada também com homeopatia e seu nome foi incluído no SAE - Serviço de Atendimento Espiritual. No grupo de desobsessão, foi atendida em desdobramento (projeção), o que facilitou muito o contato, pois adquiria maior consciência. Assim, nós soubemos que o tio que a abusou sexualmente, tendo desencadeado seu surto, tinha sido seu marido numa outra existência, quando em estado de embriaguês a matou. O próprio tio, em desdobramento, admitiu que preferia não ter nenhum parentesco, pois a desejava como mulher. Soubemos, também, que o obsesso, desafeto de outra existência, planejou sua vingança agindo sobre seus centros nervosos, de modo a embaralhar suas memórias de vidas passadas, como um arquivo que tivesse suas fichas todas misturadas.
Felizmente, tivemos a oportunidade de ajudá-la a acessar estas memórias, revivendo-as e "fechando estas portas", uma a uma, num total de quatro encarnações. O obsessor foi afastado para tratamento e a equipe espiritual relatou a realização de uma espécie de cirurgia nos tecidos sutis de seu perispírito, reconstituindo o "buraco" que havia sido aberto pela aço espiritual. leão é preciso dizer que sua melhora foi surpreendente para os parâmetros da psiquiatria.
Em outros casos, encontramos, através do desdobramento, personalidades de outras encarnações que se recusam a aceitar o novo corpo, a família atual, geralmente composta de desafetos de outras existências, e também a condição social que ora se encontram. São "almas" orgulhosas, arrogantes, que não desejavam reencarnar e passar pela experiência retificadora. Provavelmente, se trata de reencarnações compulsórias.
Existe cura para a psicose?
Existem raros relatos na literatura. O que podemos oferecer é, através do tratamento, a estabilização do quadro e melhor qualidade de vida. Mas se considerarmos que a doença e o sofrimento de hoje fazem parte da cura da alma, temos muito a oferecer.
A psicose, analisada espiritualmente, está sempre associada a uma obsessão?
Penso que sim, que podemos generalizar, pois todos trazemos dentro de nós personalidades de outras existências muito mal resolvidas, incluindo outras ligações através do ódio e da culpa. Devemos incluir aí a auto obsessão, como nos casos que relatei anteriormente.
Qual é o tratamento adequado para o paciente psicótico?
O tratamento adequado é interdisciplinar, no mínimo. No Hospital Espírita Bom Retiro caminhamos rumo a transdisciplinariedade, numa visão bio-psico-sóciocultural e espiritual, onde o espiritual ocupa o centro de integração dos diversos saberes, das diversas disciplinas e especialidades. Precisamos superar a divisão, a comparti mentalização, caminhando para uma visão integral. Precisamos abandonar o formalismo, seja científico, filosófico ou religioso. Em suma, o tratamento médico, psicoterápico, ocupacional, familiar, energético e espiritual, de forma integrada.
Deixe-nos uma mensagem final.
Minha mensagem é de esperança. É necessário que confiemos que todos nós temos um Eu Divino, onde mora a saúde, a paz e principalmente o Amor que tudo equilibra, dentro de um tempo que é transitório e diante da vida que é eterna. A tarefa desta encarnação é a de nos reencontrarmos com o nosso verdadeiro Eu, ainda encoberto pela sombra de nossos enganos na caminhada evolutiva. Evitemos os julgamentos, a culpa e o remorso. Vamos apenas assumir a responsabilidade de "perdoar aos que nos ofenderam, para que o Deus em nós possa nos perdoar".
Notas: (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 27, páginas 06-11)
Infelizmente, estes casos ocorrem, muitas vezes comandados por vozes que induzem ao homicídio e ao suicídio.
Relate alguns casos de pacientes que passaram pelo tratamento e como esses casos se desenvolveram?
Vou relatar o caso de uma menina de 14 anos, com o diagnóstico de hebefrenia, ou seja, um quadro psicótico desencadeado ainda na adolescência. Ela chegou no hospital muito prostrada, afeto embotado, confusão mental, ouvindo vozes, apresentando grande dificuldade de contato. Foi medicada com psicofármacos, estimulada a participar de atividades terapêuticas, porém pouco respondia. Seu quadro começou a melhorar quando passou a ser medicada também com homeopatia e seu nome foi incluído no SAE - Serviço de Atendimento Espiritual. No grupo de desobsessão, foi atendida em desdobramento (projeção), o que facilitou muito o contato, pois adquiria maior consciência. Assim, nós soubemos que o tio que a abusou sexualmente, tendo desencadeado seu surto, tinha sido seu marido numa outra existência, quando em estado de embriaguês a matou. O próprio tio, em desdobramento, admitiu que preferia não ter nenhum parentesco, pois a desejava como mulher. Soubemos, também, que o obsesso, desafeto de outra existência, planejou sua vingança agindo sobre seus centros nervosos, de modo a embaralhar suas memórias de vidas passadas, como um arquivo que tivesse suas fichas todas misturadas.
Felizmente, tivemos a oportunidade de ajudá-la a acessar estas memórias, revivendo-as e "fechando estas portas", uma a uma, num total de quatro encarnações. O obsessor foi afastado para tratamento e a equipe espiritual relatou a realização de uma espécie de cirurgia nos tecidos sutis de seu perispírito, reconstituindo o "buraco" que havia sido aberto pela aço espiritual. leão é preciso dizer que sua melhora foi surpreendente para os parâmetros da psiquiatria.
Em outros casos, encontramos, através do desdobramento, personalidades de outras encarnações que se recusam a aceitar o novo corpo, a família atual, geralmente composta de desafetos de outras existências, e também a condição social que ora se encontram. São "almas" orgulhosas, arrogantes, que não desejavam reencarnar e passar pela experiência retificadora. Provavelmente, se trata de reencarnações compulsórias.
Existe cura para a psicose?
Existem raros relatos na literatura. O que podemos oferecer é, através do tratamento, a estabilização do quadro e melhor qualidade de vida. Mas se considerarmos que a doença e o sofrimento de hoje fazem parte da cura da alma, temos muito a oferecer.
A psicose, analisada espiritualmente, está sempre associada a uma obsessão?
Penso que sim, que podemos generalizar, pois todos trazemos dentro de nós personalidades de outras existências muito mal resolvidas, incluindo outras ligações através do ódio e da culpa. Devemos incluir aí a auto obsessão, como nos casos que relatei anteriormente.
Qual é o tratamento adequado para o paciente psicótico?
O tratamento adequado é interdisciplinar, no mínimo. No Hospital Espírita Bom Retiro caminhamos rumo a transdisciplinariedade, numa visão bio-psico-sóciocultural e espiritual, onde o espiritual ocupa o centro de integração dos diversos saberes, das diversas disciplinas e especialidades. Precisamos superar a divisão, a comparti mentalização, caminhando para uma visão integral. Precisamos abandonar o formalismo, seja científico, filosófico ou religioso. Em suma, o tratamento médico, psicoterápico, ocupacional, familiar, energético e espiritual, de forma integrada.
Deixe-nos uma mensagem final.
Minha mensagem é de esperança. É necessário que confiemos que todos nós temos um Eu Divino, onde mora a saúde, a paz e principalmente o Amor que tudo equilibra, dentro de um tempo que é transitório e diante da vida que é eterna. A tarefa desta encarnação é a de nos reencontrarmos com o nosso verdadeiro Eu, ainda encoberto pela sombra de nossos enganos na caminhada evolutiva. Evitemos os julgamentos, a culpa e o remorso. Vamos apenas assumir a responsabilidade de "perdoar aos que nos ofenderam, para que o Deus em nós possa nos perdoar".
Notas: (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 27, páginas 06-11)